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Resenha: Especialização em Gestão Educacional

Por:   •  23/10/2018  •  2.014 Palavras (9 Páginas)  •  294 Visualizações

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da capital. A segunda defende a desvinculação total entre educação e estrutura econômica-social, pois a escola não é capitalista e o capital não precisa dela, esse posicionamento é fundamentado na ideia de que o desenvolvimento capitalista possui autonomia em relação à educação, sendo assim não existe ligação entre produção e escola.

Situando o trabalho na categoria central de relações sociais, Frigotto (1993) deixa claro não defender a escola como um aparato ideológico, mas sim a inserção no movimento geral capitalista, articulando aos interesses do capital. Poderá a escola ser uma ferramenta determinadora de relações sociais de produção, podendo determinar a separação do intelectual e do trabalho.

Finalizando sua ideia, é fato que o trabalho pedagógico é situado em uma linha historicamente descrita e que é através dela que o mercado de trabalho e o crescimento econômico ganharão vantagens posteriormente.

Ao se compreender o papel assumido dentro do processo capitalista, podemos observar as transformações ocorridas durante a reestruturação da produção, efetivadas por novas políticas educacionais no seu processo de formação humana, o acúmulo de capital busca agora um novo padrão associado a um sistema de regulação política e social definido por Harvey (2000) como “acumulação flexível”, essa nasce pelas flexibilidades dos processos de trabalho culminando em um vasto movimento de emprego, novas indústrias e novas áreas outrora subdesenvolvidas.

Com a reestruturação da produção, devido ao atual regime de acumulação, altera-se, segundo Harvey (2000), processos, organizações e ferramentas de trabalho. Não só surgiram as grandes empresas terceirizadas como, com elas, no período que se compreende entre os anos de 1965 a 1973, surgiu também a queda do fordismo (a linhagem de produção em massa), e o keynesianismo (o controle indispensável do Estado na economia). Quem iniciará o desenvolvimento aprofundado nesses estudos em torno de seus significados e consequências será Antunes (2000).

As últimas décadas do século XX foram de extrema importância pelo fato da industrialização moderna - a automação, a robótica e a microeletrônica. Provaram-se grandes mudanças na produção capitalista.

Tendo o entendimento da dominação fordista nesse período em vários países, Antunes (2000) afirma que a produção toyotista é voltada para a demanda da região, evitando o desperdício na intensificada recessão de 1973 (choque do petróleo).

Essas mudanças ocasionais no trabalho das últimas décadas geraram grandes mudanças também nas relações sociais, sendo elas: a diminuição dos postos de trabalhos; aumento no ritmo de produtividade junto com o desemprego; a necessidade de uma flexibilidade no investimento e a ampliação no setor terciário. Harvey (2000) aponta, devido aos fatos citados acima, uma radical mudança na estrutura do mercado de trabalho, obrigando a capital a exigir mais do trabalhador, retribuindo precariamente, pois a demanda de trabalhadores inaptos às empresas terceirizadas gera vantagem da ‘troca, pela demissão, quando as coisas ficarem ruins’. O toyotismo, ciente de toda a crise, parte da ideia de reduzir o número de trabalhadores e realizar horas extras, diz Antunes (2000, p. 36).

Antunes, ainda cita que são esses paradigmas da produção que geram a desagregação das condições de trabalho, sociais e políticas da classe trabalhadora. Esse reordenamento do trabalho transforma o sistema produtivo com a objetividade da flexibilidade e a polivalência dos processos de trabalho e trabalhadores.

Conforme altera-se os meios de produção, a crise do fordismo, nascem novos modelos, modificando assim as organizações e exigindo uma formação adequada, criando o novo trabalhador. Kuenzer (1999) exemplifica que a mudança da base eletromecânica (procedimento rígido) para a base microeletrônica (procedimento flexível) passa a exigir novas habilidades e comportamentos, assim se fez necessário nascer uma “nova pedagogia a serviço do capital”, Frigotto (1993, 1995) elucida que esse ‘novo tipo’ de trabalhador com uma capacidade elevada de abstração, flexibilidade e participação retoma o papel de capital humano usado pelos “homens de negócios”.

Frigotto exemplifica que o capital humano recebeu uma nova roupagem, tendo a burguesia o controle da educação como seu privilégio, a classe trabalhadora passou a receber o mesmo, em favores e benefícios à classe superior para gerar mais-valia, esse novo padrão de acumulação se fez por causa da nova reorganização mundial.

A Teoria do Capital Humano é melhor exemplificado por Gentili (1998), afirmando que ela deixa de ser algo coletivo e passa a ser uma nova lógica econômica guiada pela capacidade do indivíduo. No seu artigo “Educar para o desemprego: a desintegração da promessa integradora” ele afirma que, por essa individuação, desencadeou uma nova função econômica à escolaridade, ferramenta essa que potencializa o crescimento econômico, conduzindo então a uma ideia de promessa de empregabilidade. Nesse contexto, podemos concluir que, pelo novo modelo de qualificação e competência, garante a esse mercado a possibilidade de escolher o melhor trabalhador para a vaga, justificando assim a exclusão de um ou de outro. Essa estratégia nos apresenta como os processos educativos e reformas educacionais estão sendo aplicadas em nossa realidade.

Podemos entender que essas mudanças no mercado do trabalho estabeleceram uma nova relação entre o homem e o conhecimento, assim alteraram o processo de formação humana correlacionada com os novos processos pedagógicos. Kuenzer (2000) afirma que essas mudanças ocasionaram uma necessidade crescente de qualificação e esta tende a alterar a vida social e produtiva do indivíduo. Contudo, ressalta também que, essas mudanças não se deram de forma cronológica.

Kuenzer (2002b) afirma que, mesmo na divisão desta base trabalhista, precisa-se de um nível de escolaridade para a manutenção da tecnologia e sua preservação, tornando aquele que era ‘experiente’ nisso, um indivíduo ‘técnico’. A autora recomenda que é preciso partir do conceito de práxis, articulando os dois momentos: teoria (técnico) e ação (experiência), estes se constituem e se relacionam. Exemplifica em sua pesquisa, envolvendo trabalhadores da indústria petroquímica, que a competência é definida como a posse do conhecimento teórico-prático, que seria a capacidade de utilizar o conhecimento em ações práticas, resultando em uma habilidade de atuar em situações conforme suas demandas, sendo elas previstas ou imprevistas, com rapidez e eficiência, se projetando para novas situações e atuando de maneira dinâmica

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