Resenha A ciência como vocação

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Weber começa o seu texto falando do modo de vida acadêmico, e é da mesma forma em que ele começa a concluir seu ensaio sobre A Ciência Como Vocação. É admirável a crítica feita por ele quanto à troca de experiências que deveria acontecer entre mestres e estudantes. Os estudantes daquela época, na Alemanha, eram obrigados a frequentar as aulas de determinado professor, e este deveria falar diante dos seus ouvintes, recebendo absolutamente nenhum tipo de crítica em retorno. Portanto, expõe Weber, seria “uma irresponsabilidade que o docente aproveite dessa circunstância para estampar nos ouvintes as suas próprias ideias políticas, em vez de se limitar a cumprir a sua tarefa: ser útil com os seus conhecimentos e com as suas experiências científicas” (WEBER, Max.A Ciência Como Vocação. Página 22), ou seja, a partir do momento em que as opiniões pessoais e os juízos de valor entram em conflito com os fatos, prejudica enormemente a compreensão exata destes fatos.

A mensagem final deixada por Weber é intimamente ligada à religião. Já em 1919, ele percebera o caminho que estava sendo traçado por nossa sociedade. Um caminho de racionalização, intelectualização, e sobretudo, um caminho de, palavras dele, “desencantamento do mundo” (WEBER, Max. A Ciência Como Vocação. Página 32), em que abandonaríamos os antigos valores de nossa vida pública, reservando-os para algo muito mais íntimo e individual. Ele sugere, então, aos que não pudessem suportar o destino traçado por nós, que se recolham em silêncio e filiem-se às antigas Igrejas, mas em momento algum julga que isso fará com que estes indivíduos salvem-se do inevitável sacrifício do intelecto.