Projeto mestrado
Por: Kleber.Oliveira • 27/2/2018 • 2.833 Palavras (12 Páginas) • 423 Visualizações
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O aspecto inovador desta pesquisa está na análise tanto da pesquisa quanto das práticas pedagógicas e na formação a partir de uma abordagem comparativa que leva em conta fatores não analisados anteriormente pela literatura, tais como: a relação entre pesquisa científica e a formação, estratégias de aprendizagem adotadas por estudantes por meio dos docentes, bem como a identificação de contribuições efetivas da pesquisa científica para a aprendizagem do professor-aluno com embasamento não só em relatos sobre a pesquisa, entre outros. Além disso, contribuirá para o reconhecimento da importância da pesquisa científica como parte importante da educação na atualidade – ou indispensável – na formação do estudante universitário, principalmente se tratando da formação docente.
REFERENCIAL TEÓRICO
O termo ‘pesquisa’ não possui uma definição específica que a conceitue em suas múltiplas perspectivas. De acordo com Ludke e Cruz (2005), são encontradas visões que variam desde a mais ampla até a mais restrita, ou seja, que estendem-se desde qualquer tipo de investigação a investigações que seguem rigores acadêmicos, com destaque para a metodologia, preocupação com a produção de novos conhecimentos e obrigatoriedade de publicação de resultados para discussão.
Gatti (2007) apresenta as suas contribuições apontando que o termo pesquisa passou a ser utilizado no cotidiano com diversos sentidos. De acordo com a autora, numa visão mais ampla, a pesquisa pode ser entendida como a ação direcionada à busca de conhecimentos sobre algo determinado, e essa definição faz com que entendamos a pesquisa como uma ação cotidiana, e que a estamos fazendo todas as vezes que buscamos alguma informação ou nos voltamos para solucionar algum problema através da busca de elementos considerados importantes para o esclarecimento de nossas dúvidas, ampliar o conhecimento ou fazer alguma escolha.
Em sentido mais estrito, a pesquisa é definida pela autora como uma ação que visa à criação de um corpo de conhecimentos sobre determinado assunto e, dessa forma, necessita de algumas características específicas – como o desvendamento de processos e a explicação consistente de fenômenos com base em algum referencial. Neste caso, a pesquisa é realizada para construir a ciência, ou seja, estamos tentando elaborar um conjunto estruturado de conhecimentos que nos permita a compreensão profunda daquilo que o mundo apresenta de maneira nebulosa ou sob aparência caótica (GATTI, 2007).
O termo pesquisa sempre está relacionado com a Graduação e Pós-graduação, contudo entende-se que o trabalho científico deve ser abordado desde os primeiros anos escolares de um indivíduo, dessa forma, não desvincular do ensino fundamental para que haja assim, uma conscientização do valor da pesquisa no Brasil.
A formação científica torna-se também formação educativa, quando se funda no esforço sistemático e inventivo de elaboração própria, através da qual se constrói um projeto de emancipação social e se dialoga criticamente com a realidade. (DEMO, 2006, p. 9)
Pesquisa é processo que deve aparecer em todo trajeto educativo, como princípio educativo que é, na base de qualquer proposta emancipatória. (DEMO, 2006, p. 16)
Contudo, cabe ao docente se investir de conhecimento teórico e prática para ensinar, de forma apropriada os caminhos a serem tomados rumo ao conhecimento científico e a práxis da mesma, mas infelizmente muitos não adquiriram na formação inicial devido a falhas que permeiam durantes anos dos cursos de licenciatura, onde distância a prática e teoria.
A formação inicial deve proporcionar ao professor conhecimentos para saber lidar com a complexidade da profissão, preparando-o para entender a realidade, dar respostas e projetar ações que favoreçam a aprendizagem. Nesse sentido, é necessário proporcionar ao professor em formação subsídios para que ele seja “capaz de analisar, criticar, refletir de uma forma sistemática sobre sua prática docente, com o objetivo de conseguir uma transformação escolar e social e uma melhora na qualidade do ensinar e de inovar”. (IMBERNÓN, 1994, p. 50)
Sem essa formação e uma reflexão de como transformar a educação, os docentes saem da graduação para transmitir aos discentes apenas, o conhecimento de conteúdos aprendidos, conforme Demo (2006, p. 12) menciona, “é comum o professor que apenas ensina, em especial o de 1º e 2º graus: estuda uma vez na vida, amealha certo lote de conhecimentos e, a seguir, transmite aos alunos, dentro da didática reprodutiva e cada dia mais desatualizada”.
Essa mera forma reprodutiva faz com que os alunos não se interessem pela as aulas nem por pesquisas que o professorem pedem, pois, eles estão acostumados a ver o material e a explicação do professor, que não ultrapassa esse âmbito, perante isso vemos uma distância entre aluno e professor, devido os mesmos não se reconhecerem.
A maioria dos professores se espantaria ao extremo se colocássemos a pesquisa como primeiro desafio do aluno, porque se considera o aluno como inepto para tanto. Na verdade, essa inépcia é do professor, que, não sendo pesquisador, não teria como dar o que não tem. (DEMO, 2006, p. 53)
Diante isso, o professor deve se ater a novas compreensões de como ensinar e de realizar suas aulas para que haja um interesse pelo aluno, não sendo apenas um reprodutivista de conteúdo, mas diversificando suas aulas levando a motivação de seus alunos, conforme Demo (2006, p. 54-55),
Dito de outra maneira, função da aula é sobretudo a motivação da pesquisa, no sentido de chamar a atenção para a riqueza da discussão, para caminhos alternativos de tratamento do tema, para apresentar a maneira própria do professor de compreender a questão. Em seguida vem o principal: motivar o aluno a pesquisar, no sentido de fazer o seu próprio questionamento, para poder chegar à elaboração própria.
Ainda segundo Freire,
Não há ensinar sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço ou anunciar uma novidade. (1996, p.28)
Para Gauthier (1998, p.133) “[...] os professores são atores que recebem o mandato de exercer, na escola, as funções de educar e instruir. Eles ocupam um espaço específico na escola, a sala de aula, onde transmitem
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