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PROJETO NA TRILHA DO CONHECIMENTO

Por:   •  16/3/2018  •  1.522 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

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O museu da casa grande traz a historia dos índios Kariri-karirus, é cuidado e administrado pelos meninos e meninas, e é o primeiro estágio daqueles que buscam a fundação casa grande. Recepcionar os visitantes, esta tarefa constitui-se para eles a principal e mais importante de suas atividades. Seguindo a metodologia da educação patrimonial, os novatos vão aprendendo com os veteranos como receber os visitantes, explicando o que ha em cada sala e o que ela representa. De início tem-se a impressão de que eles “decoram o texto”, de que é aprendizado superficial, mas é também substancial, pois no esforço “de decorar” para poder “ser recepcionista”, ele vai internalizando saberes nas conversas com os visitantes que vai perguntado e com o contato com as outras crianças mais antiga da fundação casa grande, este é primeiro passo em direção a outros aprendizados, que acontecem de forma simultânea.

O museu da fundação possui seis salas: a do “Coração de Jesus” em virtude de ser costume nas residências do Cariri Cearense as famílias dedicarem a primeira sala ao Coração de Jesus e nela realizar a renovação, um ritual que é próprio desse lugar que anualmente renovam sua fé e entregam suas vidas e casas nas mãos de Deus; a sala denominada Etnia contem fotos de crianças com características indígenas, um a mascara esculpida em madeira que os índios usavam em rituais e festas e muitas informações escrita sobre a nação Kariri-Kariu; a sala dedicada a Mitologia mostra historias contadas pelos habitantes mais velhos da região e fotos de lugares encantados com sua s respectivas lendas. Ao meio encontra-se uma igaçaba (uma funerária dos índios). Os mitos e lendas da região expressam-se através dos lugares sagrados e santuários espalhados por todo o vale que circunda a Chapada do Araripe. São historias transmitidas através da comunicação oral que fala de encantados e encantamentos.

A quarta sala abriga Artes Rupestres, em fotografias e historias mostradas pinturas de índios e também uma panela que servia para cozinhar e guarda alimentos; informa que as gravuras rupestres do cariri são encontradas em forma de incisões e pinturas nos abrigos rochosos ao sopé da Chapada do Araripe e nos afloramentos rochosos no vale; a quinta sala é Arte Cerâmica, contendo os cachimbos produzidos pelos índios da região e, ao centro, uma tigela cuja pintura foi feita com espinho de mandacaru, com tinta vermelha e preta, informa que o homem-kariri dominou o fogo construiu artefatos cerâmicos que expressavam suas necessidades: domestica ritualistas, e artísticas, a sexta sala é dedicada à Arte Lítica, onde se encontram evidências da pedra lascada e da pedra polida, indicando o estágio da cultura pré-histórica do homem-kariri, que polia pedras para construir utensílios de uso domestico. Esta sala expõe três tipos de pedras: a artística, em forma de pequi, a mística, parecida com pilão, e a terceira, a ritualística, que são as machadinhas. Este acervo conta a historia dos primeiros habitantes da região do cariri, os índios Kariris. Evidenciamos ao logo da visita que os meninos e meninas vão aprendendo a ouvir e a só falar quando o outro conclui a sua fala. Aprendem Também a expor suas opiniões exercitando assim a cidadania, vão aprendo ao ritmo da vida sem seguirem ao programa educacional pré- estabelecido e sem separarem teoria de pratica. Os outros espaços da fundação também são educativos como a rádio em que as crianças e jovens brincam de serem radialistas, escutam boas musicas, ampliam o repertorio cultural por vezes dançam, tudo com muita responsabilidade no comprimento de horários, e na organização do ambiente e das matérias de uso. O cotidiano da fundação casa grande meninos e meninas brincam, trabalham, mantendo o ambiente sempre limpo e organizado, fazem programas de radio, documentários na TV, estudam, assistem a filmes, leem livros, por vezes vão ao teatro Violeta Arraes, Engenho de Artes Cênicas, espaço este onde fomos contemplados durante a visita , com uma palestra com Alemberg Quindins podendo fazer mais alguns esclarecimento sobre a origem e o funcionamento da mesma.

Segundo Alemberg o projeto foi pensado para adultos, mas foi dominado por crianças, pretendia edificar um centro cultural para trabalhar com a juventude, no entanto, a reforma chamou a atenção das crianças, pois se tratava de uma novidade da pequena cidade. Começaram a ocupar o terreiro da casa, realizando brincadeiras e observando o ir e vir das pessoas, este fato o chamou a atenção, que percebeu que de tanto ouvi-lo explicar sobre o local, as crianças já repassavam as informações e “encantavam” os visitantes. Voltada para a preservação da memória, a casa grande se assemelha muito a museu, mais seu caráter inovador está na educação que realiza marcadamente diferente da educação familiar e escolar. Alamberg acredita que o aprender fazer possibilita aos jovens que frequenta a fundação casa grande a descoberta e o desenvolvimento de habilidades que, potencializadas, vão ajudar na sua qualificação profissional e prepara-los para enfrentar e superar os obstáculos que posam surgir na vida. A “casa” pra eles e como se fosse um porto-seguro, local em que estão livres, por exemplos, da bebida, das drogas e também um lugar de crescimento individual e coletivo. Com os colegas da “casa”, eles desenvolvem a amizade, aprende a dividir. Com os amigos e os pais que formam a cooperativa de pais e amigos da Fundação Casa Grande (COOPAGRAN), eles aprendem a importância do trabalho em grupo, a importância de conseguir recursos para manter a Casa Grande aberta e em funcionamento, com os visitantes eles descortinam outro mundo, expandem o circulo de amizades e, no final todos aprendem com todos a fazer, a ser e a conviver.

Podemos perceber que na construção dos processos educativos da fundação, há um estreitamento vinculo com o mundo do trabalho, as ações possuem objetivos

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