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DIVERSIDADE CULTURAL, INTOLERÂNCIA E XENOFOBIA

Por:   •  12/3/2018  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  415 Visualizações

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De acordo com a Teoria do Metaenquadre (COSTA, 2015), a fornteira está posta: os “normais” organizam–se psíquica e socialmente a partir dessa identidade afirmada como satisfatória. Os “anormais”, a partir do demérito, da negação atribuída a eles. Ou, quem sabe, organizam–se psicossocialmente recusando ou redimensionando essas atribuições, elas não são irreversíveis.

Apesar de não gerarem conflitos bélicos como os que se passam devido à intolerância e extremismo religioso no Oriente Médio, os grupos discriminados brasileiros sofrem a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, educação, saúde, e, consequentemente, possuem menor qualidade de vida e índice de desenvolvimento humano. No estudo de Nacimento e Goes (2013) pode-se concluir, por exemplo, que o racismo institucional é um fator determinante no acesso aos serviços de saúde, principalmente para as mulheres negras que sofrem com o impacto das intersecções das desigualdades de gênero e raça. Os resultados revelam que, para o nível de acesso considerado bom, as mulheres brancas representam 15,4%, enquanto as negras respondem por 7,9%. O estudo demonstrou que as desigualdades raciais e o racismo institucional são uma barreira no acesso aos serviços preventivos de saúde para as mulheres negras no Brasil. Do mesmo modo, estudos similares demonstram que o acesso desses grupos à serviços públicos básicos como educação é menor sendo essa a gênese da grande desigualdade social no país geradora da grande violência brasileira.

Para Alves (2010), os apelos à diversidade e à promoção das identidades locais foram potencializados em territórios como o Brasil, contextualmente marcados por uma grande heterogeneidade de línguas, crenças, costumes e tradições. No continente latino-americano o temor generalizado de uma unificação cultural fez com que as organizações profissionais de cultura, em parceria com os movimentos sociais, assumissem a tarefa de pressionar os governos locais e nacionais no sentido de realizar a defesa e promoção das identidades locais e regionais. Desse modo, busca-se a educar a população com relação ao entendimento da diversidade enquanto saudável para uma sociedade justa, e numa tentativa de inibir a discriminação e a destruição das identidades no culto da padronização e superioridade etnocêntrica de alguns grupos.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que, apesar da grande diversidade cultural e do pseudo-orgulho dos brasileiros pela sua multietnicidade, os grupos discriminados pela classe dominante social e economicamente encontram dificuldades maiores na busca da sobrevivência e atém mesmo de terem acesso aos serviços públicos básicos. No Brasil, apesar da aparente ausência de conflitos entre os grupos, pode-se notar que grande parte das mortes violentas envolvem as classes discriminadas. Do mesmo modo, as penitenciárias se abarrotam de indivíduos socialmente discriminados e excluídos, que, como uma doença social crônica assola o Brasil desde a colonização portuguesa. Logo, a busca pela democracia e da efetiva cidadania esbarra na questão do racismo, da xenofobia e da intolerância.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Eliane Silvia. Racismo como metaenquadre. Rev. Inst. Estud. Bras., São Paulo , n. 62, p. 146-163, dez. 2015 . Disponível em . acessos em 24 maio 2016. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i62p146-163.

FLEURY, Maria Tereza Leme. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas Brasileiras. Rev. adm. empres., São Paulo , v. 40, n. 3, p. 18-25, set. 2000 . Disponível em . acessos em 24 maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75902000000300003.

GOES, Emanuelle Freitas; NASCIMENTO, Enilda Rosendo do. Mulheres negras e brancas e os níveis de acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades. Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 37, n. 99, p. 571-579, dez. 2013 . Disponível em . acessos em 24 maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-11042013000400004.

VENTURINI, Ernesto. A cidade dos outros. Fractal, Rev. Psicol., Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 203-222, ago. 2009 . Disponível em . acessos em 24 maio 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000200002.

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