O método integral e a alfabetização de crianças com necessidades especiais.”
Por: SonSolimar • 12/9/2018 • 1.757 Palavras (8 Páginas) • 332 Visualizações
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- Fraselógrafo: Um dispositivo que deve ter três fileiras para que se possa pendurar as cartelas-desenho, as cartelas-palavra e as silabadas.
- Fichário Gráfico: Pode ser um flip chart para que sejam anotadas as frases do fraselógrafo, constituindo um “livro de aula” que poderá ser consultado pelos alunos.
As cartelas-desenho devem ser mostradas num contexto lúdico ou de diálogo com o aluno. É recomendável seguir a seguinte ordem de apresentação:
- Substantivos (Primeiro singular e depois o plural)
- Artigos (agregar o conceito de gênero: masculino e feminino. Artigos indefinidos devem ser apresentados mais tarde, pois dependem do sentido da frase)
- Verbos (que expressem ação de um substantivo ou do aluno. Com base nas frases criadas podem-se fazer variações com interrogação e resposta afirmativa ou negativa para introduzir os sinais de interrogação e os advérbios afirmativos e negativos)
- Adjetivos (Sugere-se a descrição de um objeto, pessoa ou animal com adjetivos antônimos, já que a apresentação por contraste facilita relacioná-los e compreender o significado de cada um)
- Advérbios (introduzir gradativamente conforme as frases exigirem)
- Pronomes (Iniciar somente após o domínio da simbolização de frases simples)
Os alunos deverão construir as frases com as cartelas-desenho, usando a primeira linha do fraselógrafo ou poderão utilizar os seus cadernos trabalhando individualmente. Nessa etapa, já devem ser introduzidos os exercícios de dinâmica gramatical e morfológica objetivando que o aluno obtenha flexibilidade no pensamento preparando-o para construções mais complexas.
A segunda etapa do método integral necessita dos seguintes recursos:
- Cartelas-palavra: confeccionadas do mesmo modo que as anteriores, porém levam a palavra equivalente a cada uma das cartelas-desenho em letra cursiva ou de forma.
- Lousa Magnética ou imantógrafo: prancha metálica sobre a qual se prendem pequenos imãs.
- Cartelas-silabadas: tem a mesma forma, conteúdo e cor das cartelas-palavra só que a palavra escrita está decomposta em sílabas separadas por um traço vertical pontilhado.
- Cartelas-sílaba: confeccionadas em cartolina branca, devem conter apenas sílabas que servirão para a composição de palavras variadas. Estas cartelas deverão ter imãs para serem usadas na lousa magnética.
À medida que o aluno evolui no aprendizado as cartelas-desenho são substituídas pelas cartelas-palavra e é aí que ele adquire a competência da linguagem. Nesta etapa é recomendável:
- Facilitar o reconhecimento das cartelas-desenho, mas colocando na fileira abaixo as cartelas-palavra correspondentes para que a associação seja completa.
- As frases devem ser propostas e organizadas pelo aluno através das cartelas-desenho.
- Realizar exercícios de dinâmica gramatical e morfológica, com as cartelas-palavra para evitar a memorização das frases, enriquecendo o vocabulário.
- Criar um “dicionário-funcional” onde serão colocadas as palavras em que a ortografia represente dificuldade para os alunos.
- Deixar registrado no fichário gráfico algumas das frases vistas em sala de aula para consulta dos alunos.
Assim que se tiver um bom número de frases no fichário gráfico pode-se iniciar o trabalho silábico, selecionando aquelas que contêm sílabas mais fáceis de escrever e com fonética clara para posteriormente passar para sílabas mais complexas.
Em relação à deficiência intelectual é necessário respeitar o tempo de aprendizagem e o de satisfazer suas necessidades imediatas. Embora haja dificuldades, se forem oferecidas as condições necessárias, a adaptação desta pessoa na sociedade pode ser totalmente diferente.
É importante fazer uma análise conceitual da deficiência intelectual para se obter um diagnóstico, levando em consideração vários aspectos como:
- Habilidade intelectual.
- Comportamento adaptativo.
- Papel social que ela desempenha na vida comunitária.
- Condição de saúde física e mental.
- O ambiente sócio-cultural em que vive a pessoa com deficiência intelectual.
Baseado nas necessidades específicas do aluno deverá considerar que níveis de apoio serão necessários para assegurar o seu desenvolvimento pleno, sempre partindo do fato que ele deverá ser um membro participativo da classe. Para o processo de aquisição de leitura e escrita, o método integral é bem flexível já que não existem frases pré-estabelecidas e no caso deles, devemos partir de coisas que façam sentido, de afazeres diários.
Para a alfabetização de pessoas surdas a proposta do método integral se escora no sistema denominado V.E.L. (visual, estrutural e linguístico). A adequação mais importante é a de criar os símbolos das cartelas-desenho a partir dos sinais de LIBRAS sendo o uso das cores fundamental para destacar a estrutura da língua portuguesa escrita como diferente da LIBRAS.
Para a aplicação do método integral para pessoas com deficiência visual bastam pequenas adaptações como, por exemplo, aumentar o tamanho das fontes dos textos a serem lidos. Já para pessoas cegas, é necessário adequar as cartelas-desenho para a percepção por meios dos sentidos do tato, olfato, paladar ou na própria expressão corporal. Para as cartelas-palavra deve-se utilizar o Braille e as cores das cartelas devem ser mantidas utilizando materiais de diversas texturas como o feltro, papel canelado, etc.
Na alfabetização de pessoas com transtornos invasivos do desenvolvimento, como o autismo, estudos mostram que quando elas participam de um profundo programa de trabalho, aparecem mudanças positivas nas habilidades lingüísticas, motoras, convívio social e aprendizagem. Também é possível utilizar o método integral para estas crianças desde que seja feita uma análise criteriosa da capacidade do que elas possam fazer e planejando as adaptações necessárias. A maior atenção deve ser dada a fase pictográfica, já que estas pessoas têm dificuldades em simbolizar. Na etapa de passagem para a escrita, deverá se utilizar de palavras
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