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O PCN deve servir de base na avaliação de aprendizagem pelo professor na escola?

Por:   •  2/8/2018  •  5.566 Palavras (23 Páginas)  •  290 Visualizações

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existem apenas 10 (dez) de nível médio. Ou seja, 90% dos alunos de nível fundamental não ingressam no nível médio. Isso, segundo a autora, gera um grande desperdício de dinheiro público com crianças e jovens que deveriam estar em etapas superiores.

Dentro desta perspectiva de contribuição para uma educação mais igualitária e de qualidade, formadora de indivíduos autônomos, os PCN concebem uma nova cara para a avaliação educacional, de forma que realmente possa acompanhar este processo de transformação.

Como avaliar segundo os PCN

Os PCN tratam a avaliação como um instrumento de fundamental importância para a manutenção e apoio da educação, e entendem a avaliação tradicional como àquela que é reduzida a aplicar provas ou exames ao final das etapas para saber o quanto de informação o aluno foi capaz de acumular. Esta avaliação restringe-se apenas a verificar o quanto de conteúdo o aluno foi capaz de memorizar e, portanto, não sustenta a prática de ensino-aprendizagem e, muito menos, fornece subsídios para uma intervenção pedagógica, pois não se preocupa em fazer diagnósticos do andamento do ensino.

A avaliação tradicional também é determinada pelo caráter classificatório. Essa prática, além de ser seletiva, valoriza comportamentos contemplativos do aluno. Isto é, o bom aluno é aquele que se apresenta quieto, que não “dá trabalho”, passivo, obediente, em detrimento daquele que é falador, participativo, dinâmico etc. Este tipo, aliás, também colabora para definir a sua aprovação ou a reprovação.

Hoffmann (2004, p.75) contribui com sua concepção sobre a avaliação classificatória, definindo-a como o momento de “Corrigir tarefas e provas do aluno para verificar respostas certas e erradas e, com base nessa verificação periódica, tomar decisões quanto ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação ou reprovação em cada série ou grau de ensino”.

Compreende-se assim, o desejo dos PCN em superar esta forma de avaliação que nada garante de qualidade no ensino.

Por outro lado, segundo os documentos divulgados pelo MEC, a avaliação tem que ser aquela que venha colaborar com o desenvolvimento do professor, da escola e do aluno. Ou seja, aquela capaz de detectar as falhas no processo de aprendizagem, para que os profissionais da educação possam saná-las.

Devem ser, as práticas avaliativas, consideradas como parte integrante, essencial e inseparável do processo de ensino-aprendizagem, focando a manutenção de uma educação de qualidade, a fim de verificar quais são as dificuldades apresentadas para a intervenção pedagógica adequada e, também, para saber se houve progresso. Libâneo (1994, p. 196) oferece um conceito de avaliação similar ao dos PCN.

Podemos, então, definir a avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes.

Planejada dessa forma não se reduz a julgar sucessos ou fracassos dos alunos, mas atua como investigadora para saber como andam os projetos postos em prática para alcançar os objetivos.

A avaliação contínua, que será também um diagnóstico constante, para os PCN é aquela que controla e verifica se realmente está tudo acontecendo conforme planejado. Ela quem vai mostrar para o professor as dificuldades e os progressos do ensino para que possa descartar ou reorientar suas práticas ou ainda criar outros meios que venham a dar conta do planejado. Prevenindo, dessa forma a repetência. O aluno, nesta perspectiva, fica sabendo dos seus avanços e sabe onde residem suas dificuldades. Torna-se consciente do que deve fazer para eliminar suas dificuldades. O professor, por sua vez, vai comunicar ao aluno, segundo seu ponto de vista, se ele está aprendendo e de que forma está aprendendo, bem como verificar se está construindo conhecimento e de que forma está construindo.

Libâneo (1994, p. 197) denomina este modo de avaliar de diagnóstica porque entende que:

Durante o processo de transmissão e de assimilação é feito o acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas, estimulando-os a continuarem trabalhando até que alcancem resultados positivos. Ao mesmo tempo, essa avaliação fornece ao professor como ele está conduzindo o seu trabalho: andamento da matéria, adequação de métodos e matérias, comunicação com os alunos, adequabilidade da sua linguagem etc.

Segundo o mesmo autor, avalia-se inicialmente, com o objetivo de conhecer as condições prévias dos alunos para saber o que eles conhecem de determinado conteúdo ou antes de iniciar um conteúdo novo. Depois que fez esta verificação, dará andamento à matéria, avaliando o aluno continuamente, na intenção de verificar os progressos ou as deficiências na assimilação dos conhecimentos. Serão as avaliações parciais e as finais que proporcionarão o professor conseguir elementos que possibilitem a revisão do plano de ensino e o encaminhamento do trabalho docente no caminho correto.

Para que e qual o meio que se avalia?

A avaliação tem como função básica verificar o que o aluno aprendeu e o êxito da transmissão do professor, mas avaliar, segundo Haidt (2004) possui um propósito bem mais profundo:

Conhecer os alunos: no início do ano letivo ou antes de qualquer atividade de ensino o professor faz um diagnóstico dos alunos com o propósito se saber o conhecimento que eles têm a respeito do conteúdo que será ministrado, assim o professor poderá elaborar estratégias.

Identificar as dificuldades de aprendizagem: os alunos podem apresentar dificuldades na aprendizagem. Estas dificuldades podem estar ligadas a questões de ordem cognitiva, por estarem ligadas a questões de ensino-aprendizagem. O professor, nestes casos, tem papel fundamental, pois pode manter contato com os pais e se assim não for resolvido, quando possível encaminha ao especialista.

Aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem: existe uma relação muito próxima entre o aprendizado dos alunos e os procedimentos que o professor utiliza. Dessa forma o aproveitamento do aluno é o reflexo, na maior parte, do trabalho didático do professor. Ou seja, o ato de avaliar fornece dados que permitirão ao professor verificar o nível de aprendizagem dos seus alunos como também, de forma indireta, a qualidade de seu ensino. O que a autora chama de informações valiosas, porque tem

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