O Lúdico como Instrumento Didático

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A ação de brincar tem sua importância no aprendizado da criança, o ato do brincar é onde a criança aprende brincando, criando ela mesma uma atividade, onde para os adultos parece não ter muito significado, mas para criança tem um valor mais que especial. Partindo do principio que muitos professores ainda não compreendem tal importância dessa estratégia de ensino e, tradicionalmente se sintam certo desconforto ao tentar entrar na área do brincar infantil é que justifica o desenvolvimento desenvolver esse estudo, para que sirva de subsidio para nós educadores nos ampararmos nessa reflexão e ousarmos a aplicar o lúdico em sala de aula com maior segurança.

Na minha compreensão não estamos livres de aprender brincando, depois que tive a oportunidade de ter acesso a algumas obras de pesquisadores sobre aprender brincando e perceber que tanto na nossa formação como educador, tanto no desempenho do papel docente, pouco ou quase nada se trabalha a teoria e a pratica de como utilizar o lúdico como instrumento pedagógico. Se é uma forma como nós humanos aprendemos e adquirimos saberes sobre as coisas, tanto ao nosso redor como em qualquer lugar porque não se trabalha como deve ser? Porque existem poucas pesquisas e descobertas a respeito de ensinar ludicamente? Porque muitos professores utilizam o brincar em sala de aula sem fins pedagógicos, e sim, meramente com vistas na diversão?

O presente estudo tem como objetivo compreender como a utilização do lúdico na prática de ensino como instrumento didático na educação infantil ajuda no desenvolvimento da aprendizagem

Levando em consideração a linha de pesquisa escolhida, que é a Docência na Educação Infantil, achei por bem realizar revisão bibliográfica sobre os seguintes conteúdos escolhidos, tais como: Concepções de alguns estudiosos sobre o lúdico; Concepções de alguns estudiosos sobre o lúdico; Caracterização do Lúdico dentro da visão histórica brasileira, O lúdico como Recurso Pedagógico e a Formação; O Lúdico na Formação do Professor.

Conforme o processo de desenvolvimento desse estudo, com o objetivo de compreender como a utilização do lúdico na prática de ensino como instrumento didático na educação infantil ajuda no desenvolvimento da aprendizagem. Permitiu-me ter acesso às pesquisas de vários estudiosos que descobriram a importância de utilizar o lúdico como instrumento pedagógico sem comprometer o aprendizado do aluno, em especial na educação infantil, muito pelo contrário apontou caminhos no processo de ensino e da aprendizagem, antes desconhecidos.

O estudo procura conceituar o lúdico, demonstrar sua importância no desenvolvimento infantil dentro da educação, conforme aponta diversos autores, tais como: Kishmoto (1997/1999/2000/2003), ROSAMILHA (1979), Almeida (1994,) Zanluchi (2005), Antunes (2004), Santos (1997) e PCNs (1998), como uma metodologia que possibilita mais vida, prazer e significado ao processo de ensino e aprendizagem, tendo em vista que é particularmente poderoso para estimular a vida social e o desenvolvimento construtivo da criança

- DESENVOLIMENTO

- Concepções de alguns Estudiosos sobre o Lúdico.

O lúdico como ferramenta de ensino não é novidade no nosso dia-a-dia, é algo que está presente tanto no ambiente familiar desde o nascimento, como no espaço educativo, ninguém está livre de se envolver, se divertir e aprender através da ludicidade. São várias as maneiras e situações de ensinar de forma lúdica e tomar inúmeras atitudes de acordo com as possibilidades apresentadas, com a finalidade de adquirir conhecimentos.

- Caracterização do Lúdico dentro da visão histórica brasileira.

Conforme relatos e estudos de alguns pesquisadores o lúdico surgiu no Brasil a partir de brincadeiras pelos antigos, nesse sentido Kishimoto afirma que conforme nossa tradição e a universalização das brincadeiras e jogos variados foram transmitidas de geração em geração “[...] assenta-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente, brincaram de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas” (1999, p. 15), e perpetuam até hoje algumas formas lúdicas de convivência e até mesmo de aprendizado pela ludicidade.

O que se observa é que no repertório infantil de brincadeiras e algumas formas lúdicas se originaram das famílias vindas de Portugal, alguns por índios e escravos. Nesse caso, o que temos é uma mistura de cultura lúdica que se perpetuaram por muitos e muitos anos, algumas permaneceram como antes, outras já sofreram aculturação e foram modificadas. Para melhor esclarecer, trago novamente Kishimoto, onde revela em seus estudos que:

“[...] a mistura do índio e negro ao branco fez prevalecer como núcleo primitivo para a formação da nacionalidade brasileira o elemento branco. Assim, quando chegaram as levas de imigrantes estrangeiros, já existia um núcleo primitivo de população no qual predominava o elemento branco” (1999:17).

Nesses termos o folclore, com raízes portuguesas foi sendo transmitido gradativamente por meio da expressão oral através de várias gerações, são tradições milenares Com a mistura das populações, veio também o folclore, por isso cultivamos por longos anos algumas historinhas infantis, lendas, contos e superstições, entre outras formas de diversão.

Com a tamanha mistura de raças existentes na população brasileira, acredita-se que muitas influenciaram para constituir a ludicidade que circula em nosso cotidiano e, sem dúvida o resultado de tudo isso é que o lúdico é visto como “[...] um traço da personalidade que persiste da infância até a juventude e idade adulta, com função muito importante no estilo cognitivo dos indivíduos” (ROSAMILHA 1979, p. 10).

Muitas brincadeiras, parlendas, adivinhas, e até os versos portugueses foram sendo aceitos no dia a dia da educação das nossas crianças, mesmo sofrendo algumas alterações ainda guardam a sua essência, tais como: Lobisomem, Mula sem cabeça, Cuca, Saci Pererê, Escravos de Jó, entre outras mais, como jogo de botão, a amarelinha, pião, bolinha de gude, entre outros.

Como elemento da cultura, o lúdico tem estreita ligação com o trabalho, modo de vida, religião, mitos e rituais, desde a antiguidade na antiga Grécia, sendo assim, Rosamilha confirma que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, praticados por meninos e meninas sob a vigilância em jardins de crianças (1979, p. 18), que até nossos dias está presente de forma lúdica na matemática e jogos