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LIVRO: O QUE É FAMÍLIA, CAPÍTULOS ll, IV e CONCLUSÃO (DANDA PRADO)

Por:   •  13/11/2018  •  2.745 Palavras (11 Páginas)  •  551 Visualizações

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Econômica

A família da pequena burguesia, montando seu próprio negócio, onde os membros da família dividem o trabalho, se relacionam com a comunidade. A esposa se especializa na tarefa doméstica e na organização e funcionamento do comércio, o marido e os filhos adultos se dedicam a trazer o dinheiro de fontes externas, os filhos menores ajudam. A mãe e as filhas se incorporam a atividade econômica externa somente quando não há lucros suficientes para garantir o funcionamento do negócio. Os pais do casal colaboram com a esposa no trabalho doméstico e no atendimento do comércio.

Ao contrário, a plena inserção de todo os membros masculinos no negócio e da mulher na atividade exclusiva de dona de casa, representa, subjetivamente, o sucesso do negócio. Trabalhar só como dona de casa é identificado como uma forma de ascensão social, já que trabalhar em outra atividade é prova de pobreza, e nesse caso, da incapacidade do homem em gerar recursos satisfatórios. Quanto mais a mulher se afasta fisicamente do âmbito doméstico, menos valorizado ele se sente, e ela, por extensão (esposa). É importante ressaltar que a tarefa de cuidar do negócio implica um grande esforço sem remuneração pessoal pelo trabalho, como existe em qualquer atividade exercida fora da família. O trabalho no comércio familiar é para esposa uma prolongação do seu tempo de trabalho doméstico não remunerado, expresso na não existência de um salário ou retribuição doméstica.

Capitulo 4: A Família Brasileira Contemporânea

Neste capitulo, Danda Prado explica que as transformações sociais (como industrialização e urbanização) também são observadas no Brasil.

Os portugueses quando vieram para o Brasil trouxeram seus costumes e tradições, como os hábitos cristãos. Os portugeses tentaram converter as tradições da população indígena, mas essas tradições foram mantidas. A população africana veio para o Brasil importada como escravos. Essa foi a população que sofreu maior influência nas suas tradições, por conta da escravidão. Eram os proprietários das mães escravas que tomavam as decisões de deixar ou não os filhos com elas. Com a Lei do Ventre Livre, essa regra foi alterada e essa lei foi o primeiro passo para o reconhecimento do direito da mãe negra ao seu filho, que não poderia mais ser negociado.

Prado relata que, mesmo existindo uma variedade de origens e raças, existe um consenso em torno do modelo familiar. Ela descreve que “naqueles tempos” existia um patriarca que era o chefe da família, em todos os sentidos. Ele exercia autoridade moral e econômica sobre a mulher, os filhos e empregados. Havia uma divisão de tarefas rigidamente estabelecida entre os múltiplos membros da família. Os jovens eram educados para respeitar a fidelidade no casamento e as moças deviam manter-se virgens até a data do casamento.

A autora finaliza explicando que o modelo de família unida e de sólidos princípios não passava de uma idealização e que houve um número mínimo desses exemplos de família na história.

A realidade familiar no Brasil

Danda Prado explica que não há muita variação de uma camada social para outra, no que diz respeito ao ideal de família em relação aos laços valorizados como o amor entre os casais, amizade entre pais e filhos, comportamento esperado entre seus membros (como responsabilidade econômica do marido, infraestrutura doméstica e afetiva pela mulher, obediência às diretivas paternas) e à expectativa dos papéis sociais que deverão ser cumpridas por cada um, mas há algumas diferenças, como por exemplo o fato de pessoas de classes mais baixas terem que se deslocar de sua região e/ou migrarem do interior para as capitais para estudar. Essa mobilidade geográfica aumenta a importância dos laços decorrentes de uma mesma origem geográfica.

Entre os proletáriados, encontram-se muitas famílias nucleares em que os casais não são unidos por laços legais e também existem famílias chefiadas por mulheres (mães solteiras, separadas ou viúvas).

Na Classe Média, a família tende a ser nuclear, mergulhada numa vasta rede de parentesco. Na Classe Alta, a família se mantém numa forma mais extensa, o patriarca detém os controles dos meios de produção e do patrimônio e da renda familiar e sua autoridade é predominante. No entando, em todas as classes, segue-se, ainda que de modo relativo, os padrões patriarcais da família de classe alta.

A presença da mulher no perfil atual da família brasileira

A presença feminina na esfera do trabalho é cada vez mais frequente e este fato está mudando o perfil familiar brasileiro, pois reflete em quem assume atualmente o papel de chefe da família. Danda traz dados do IBGE de 2000, que mostra que mais de 24% dos domicílios brasileiros eram chefiados por mulheres e que, embora este seja um perfil que atinja todo o país, essa característica era mais presente no Nordeste.

Esse é um fenômeno tipicamente urbano que atinge famílias monoparentais. As chefes de família são, em sua maioria, mulheres jovens, separadas, negras, de classes mais baixas e com baixo grau de escolaridade. A miséria, a necessidade de colaborar com o parceiro para a manutenção da casa ou de manter a subsistência de sua família, quando se encontram sozinhas, fazem com que as mulheres deixem os afazeres de casa em busca de empregos ou subempregos no mercado formal ou informal – muitas vezes o mais procurado, em razão da falta de especialização e escolaridade. A questão que se levanta é até que ponto essa mudança de perfil colabora com a emancipação da mulher.

A mulher já há tempos buscava um lugar melhor na sociedade e as necessidades econômicas e sociais abriram as portas para que as mulheres pudessem finalmente libertar-se de algumas amarras, rodeadas de preconceitos.

Aos poucos as mulheres de todas as camadas sociais começaram a buscar uma melhor colocação na sociedade e no núcleo familiar mesmo em classes menos abastadas, cada vez mais a mulher estuda e se especializa. Cargos e profissões que antes eram essencialmente masculinos, estão cada vez mais sendo ocupados por mulheres. Embora essa situação apresente melhoras significativas, ainda há várias batalhas a serem percorridas, como: os salários, que continuam desiguais (o homem exercendo a mesma função da mulher, ganha mais) e o preconceito enraizado na própria sociedade, onde muitos homens ainda se recusam a partilhar os afazeres domésticos com suas parceiras, sobrecarregando-as em demasia.

Normas do

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