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FRACASSO ESCOLAR: FAMÍLIA, ESCOLA E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

Por:   •  22/3/2018  •  4.415 Palavras (18 Páginas)  •  354 Visualizações

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Sabe-se que essa não é a única causa do fracasso escolar e que ele engloba muitos outros aspectos.

O interesse desse estudo foi refletir o fracasso escolar a partir das influências da família e da escola e as contribuições que a Psicopedagogia pode trazer para amenizar esse problema que aflige tanto os atores da educação.

O objetivo geral da pesquisa é analisar a influência da família e da escola em relação ao fracasso escolar do aluno, buscando as contribuições que a Psicopedagogia pode oferecer.

Por tudo isso, através da revisão bibliográfica, buscou-se evidenciar a questão do fracasso escolar a partir da atuação do Psicopedagogo, definindo quais ações podem ser tomadas para prevenir esse problema e como a parceria família e escola pode influenciar positivamente o processo ensino aprendizagem.

A revisão bibliográfica foi feita mediante uma leitura sistemática, com fichamento de cada obra, de modo a ressaltar os pontos pertinentes ao assunto em estudo abordado pelos autores.

Desenvolvimento

O Fracasso escolar só surgiu a partir da escolaridade obrigatória a partir do século XIX, em função das mudanças econômicas e estruturais da sociedade, (BOSSA, 2002).

É na escola e nesse contexto que o sujeito é monitorado, disciplinado e preparado, e consequentemente demonstrará suas necessidades, suas angústias e desilusões, a partir de um sistema contextualizado em uma época em que o dinheiro e o reconhecimento social são elementos fundamentais para ser reconhecido, respeitado e visto. (CORDIÉ, 1996, p.17).

A pressão social serve de agente de cristalização para um distúrbio que se inscreve de forma singular na história de cada um (Cordié, 1996, p.22). Segundo a autora, existe uma busca para descobrir os fatores que negativamente influenciam o processo ensino aprendizagem, dando origem ao fracasso escolar. São enumerados os seguintes fatores: aspecto sociocultural, conflitos familiares, sistemas pedagógicos, deficiência intelectual.

Ao analisar o fracasso escolar de um aluno torna-se impossível não levar em conta as relações significativas existentes entre a produção escolar e as possibilidades que são oferecidas pela sociedade, pois se sabe que os alunos das escolas públicas, na sua maioria, são incluídos em “classes escolares especiais”, considerados como “alunos fracos”, “alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem”, a partir de suas origens econômicas, já que a maioria desses alunos é oriunda das camadas de renda mais baixa da sociedade.

Ao pensar a relação da Psicopedagogia com o fracasso escolar, é necessário esclarecer qual é o objetivo de estudo da psicopedagogia: o ser humano em situação de aprendizagem. O ser humano está sempre em situação de aprendizagem, desde o momento que aprende a mamar, no início da vida até o momento derradeiro, o de morrer. Ele está sempre aprendendo. Mas, a aprendizagem, objeto de estudo da Psicopedagogia está relacionada à escolar. Desde a educação infantil até o ensino universitário.

Para Fresquet (2003, p.46):

Em muitos países há psicopedagogos trabalhando em empresas, hospitais, asilos, equipes esportivas, empresas de turismo, etc. Caberia perguntar-nos, então, qual a função da psicopedagogia ligada à aprendizagem escolar, propriamente? Assim, surge a possibilidade de pensar a relação da psicopedagogia com a “diferença”, como o fazer diferente, com o aprender diferente.

Percebe-se que a Psicopedagogia é frequentemente vinculada exclusivamente aos problemas de aprendizagem, mas fazendo um pouco de história, se remontamos aos primeiros estudos de Gall, em 1800 (Garcia, 1998), sobre as dificuldades de aprendizagem dos lesionados cerebrais e escolhendo esse fato como aquele que deu início à pesquisa sobre o que hoje chamamos Psicopedagogia, percebe-se o berço da Psicopedagogia é as ciências médicas. Tanto assim que hoje as expressões em psicopedagogia estão empregadas do vocabulário próprio das ciências da saúde: diagnóstico psicopedagógico, pedagogia terapeuta, anamnese, etc.

Porém, Mantovanini (2012), numa entrevista dada a Revista Nova Escola, explica que a Psicopedagogia:

É uma área do conhecimento que estuda questões ligadas à afetividade e à cognição e trabalha com elas. Pela escassez de produção acadêmica de qualidade sobre o tema, é difícil apresentar uma definição mais completa. Na escola, o profissional pode desempenhar duas funções. Uma é trabalhar diretamente com o corpo docente, abordando questões da dinâmica da sala de aula, da relação entre alunos e professores e, entre esses, o coordenador pedagógico e a família. Outra é atender no contra turno as crianças que estão apresentando algumas dificuldades em classe.

Existe uma aproximação entre a Psicopedagogia e a Psicologia, Pedagogia, Filosofia e Neurofisiologia, pois todas têm em seu contexto o estudo sobre o fracasso escolar. Porém, a Psicopedagogia, pela sua própria história, tem como foco principal a aprendizagem que leva consequentemente ao tema fracasso escolar.

A discussão sobre a influência da família na educação remota há muito tempo. A família é o primeiro grupo social a qual a criança pertence. É nele que começa o processo de ensino aprendizagem da criança, onde ela irá interagir consigo, com os outros e com o meio, recebendo as primeiras informações que dizem respeito aos valores sociais, culturais, emocionais, etc. Assim, a família é também responsável pela transmissão dos conhecimentos historicamente acumulados pela sociedade. Ela deve ser mediadora entre o indivíduo e a sociedade, preparando-o para viver em comunidade. Ela interfere no desenvolvimento e no bem estar de todos os seus membros.

Assim, a maioria das crianças que recebe o apoio familiar diante do contexto escolar, isto é, quando os pais estão juntos com os filhos durante o dever de casa, participam das reuniões escolares, mantém um contato com os professores e acompanham o desempenho escolar, tende a ter um melhor desempenho nessa instituição. Ao contrário das crianças que os pais são ausentes da escola ou que a família não é bem estruturada, as mesmas podem apresentar autoestima baixa e dificuldades na aprendizagem.

Para Bock (1999, apud FIALE, 2012, p.3):

A família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura, se sobressaindo de todos os grupos humanos. É nela que o indivíduo recebe a primeira educação e aprende a

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