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Educação Sexual: Uma lacuna no ensino aprendizagem

Por:   •  10/10/2018  •  2.965 Palavras (12 Páginas)  •  270 Visualizações

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Por mais que a criança vai passando pelo processo de desmame, ainda há grande chance da mesma colocar objetos na boca como forma de satisfazer-se.

Logo nos seus dois a quatro anos, já se percebe o controle esfincteriano, denominado por Freud como fase anal. A criança demonstra um certo encanto em ir ao banheiro; passa a ter um controle sobre suas fezes e urina; essa é sua nova fonte de prazer. “A criança presta uma atenção especial à micção e à evacuação. O treinamento da toalete desperta um interesse natural pela autodescoberta” (FREUD,1986,p.13)

Nessa fase, as crianças adoram brincar com barro, massinhas, daí surge aquela motivação em ver suas fezes como fruto de sua própria criação. Nesse entusiasmo de emoções, acabam por oferecer suas fezes como presente a seus pais, ou então, na hora de dar descarga acenam e se despedem. Sentem-se felizes, pois têm em suas mãos o poder de controlar ou reter suas próprias produções; abanam sobre o nariz demonstrando um mau cheiro. Começam a ter noções de higiene, uma vez que são ensinadas que existe um lugar certo para fazer seu xixi e cocô.

Em torno dos três anos – indo até os seis anos, aproximadamente – a criança entra no que Freud denonima de estágio fálico, em que o órgão sexual feminino e masculino – pênis e clitóris – é a zona erógena principal.

O órgão sexual feminino, em si, não exerce fortes influências sobre a menina quanto o órgão masculino. O destaque maior é para o órgão masculino, pois o que importa é se a criança o possui ou não. A criança passa a perceber as diferenças nos órgãos sexuais, se possui pênis ou sente falta de um.

Surge interesse pelo sexo oposto, onde a mãe é o objeto de desejo do filho e o pai, da filha. Aparecem brincadeiras que fazem do pai o namorado da filha e a mãe a namorada do filho. Isso ilustra o que Freud chama de complexo de Édipo.

Freud tentou compreender as tensões que uma criança vivencia quando sente excitação "sexual", isto é, o prazer a partir da estimulação de áreas genitais. Esta excitação está ligada, na mente da criança, à presença física próxima de seus pais. O desejo desse contato torna-se cada vez mais difícil de ser satisfeito pela criança, ela luta pela intimidade que seus pais compartilham entre si. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, ao invés de dá-la a criança (FREUD, 1986, p.14).

É importante ressaltar que nesse estágio, a presença e a orientação dos pais são imprescindíveis, uma vez que a criança passa por esta fase sem medos e traumas, apenas entende as diferenças entre ambos os sexos, podendo enfrentá-la de forma saudável.

Ao término dessa fase, por volta dos cinco/seis anos, a criança começa a dirigir seus desejos para outros objetos e não mais para seu próprio corpo; denomina-se de fase latente. É um estágio em que os desejos sexuais estão inibidos, é como se estivessem ocultos, subentendidos; não se caracteriza como um período de erotização. “Durante ele a sexualidade normalmente não avança mais, pelo contrário, os anseios sexuais diminuem de vigor e são abandonadas e esquecidas muitas coisas que a criança fazia e conhecia” (FREUD,1986, p.15).

A mensagem citada vai até a puberdade, em que a criança está interagindo com o mundo que a cerca, passa por momentos de frustrações e negações, pois há um aumento no tempo de espera para realização de seus desejos.

Sua energia libidinal está voltada para a escola, relacionamento com os colegas, jogos, brincadeiras, enfim, saem do aconchego de seus pais para descobrirem algo novo, novas relações sociais. É a partir daí que elas superam o que Freud chamou de Complexo de Édipo.

Por ser um momento de grandes interações, as crianças começam a desenvolver aos poucos sua autonomia, despertam a vergonha e a moralidade, que serão desencadeados na puberdade. Esse é o período que desperta nelas o interesse pelas diversas atividades, socializando-se melhor com o meio. Pode-se propor aulas de balé ou teatro, ir ao cinema, lazer familiar e outras.

No início da puberdade, meninos e meninas chegam ao estágio final do desenvolvimento psicossexual, ambos já estão conscientes de sua identidade sexual e vão em busca de realizar seus desejos; para Freud (1986) “começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais” (p.15).

Nesta fase, que vai entre o começo da puberdade até a aquisição da vida adulta, há muita curiosidade e exibicionismo, onde as crianças vão aos poucos mudando sua maneira de vestir e de se comportar, mudam seus hábitos rotineiros, suas amizades e seus temperamentos.

A adolescência passa a ser um período de transição contendo emoções e conflitos; os jovens sentem-se dominadores de seus desejos, com vontades de ultrapassar seus limites e transgredir leis. Também não costumam mais sair com seus familiares, preferem o grupo de colegas cujos perfis e linguagens lhes combinam mais. Sentem-se mais amparados ao lado de seus amigos, pois melhor se identificam devido a seus gostos semelhantes.

Nesse contexto, se faz necessário o diálogo por meio de familiares e professores, que abrirão caminhos para uma visão mais crítica da realidade. Pais e professores devem ser intermediadores entre seus filhos/alunos e o que acontece pelo mundo a fora, mostrando a eles as consequências de uma atitude demasiada.

A sexualidade e sua contribuição no espaço escolar

Tratar da sexualidade hoje não é algo tão fatigante como foi em épocas anteriores. Mas afinal o que seria a sexualidade? É vista como algo que remete ao prazer, seja ele satisfeito por si só ou nas relações com quem o cerca. Porém, ausenta-se a ideia exacerbada com o sexo, o que prevalece é a busca do prazer, da satisfação.

Segundo o trabalho de orientação sexual proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa no ser humano, do nascimento até a morte.

Para tanto, se faz necessário discutir o tema de forma comum, pois ele está inserido na sociedade, assim como qualquer outro assunto, e faz parte da formação global do indivíduo.

Figueiró (2001) considera a “Educação Sexual informal, negativa, em que o sexo é visto como algo sujo e vergonhoso e como assunto do qual não se deve falar, persiste na cultura brasileira” (p.70)

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