EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA QUESTÃO DE CIDADANIA
Por: kamys17 • 26/4/2018 • 9.233 Palavras (37 Páginas) • 274 Visualizações
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Palavras-chave: educação de jovens e adultos – solidariedade – realidade – conscientização.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8
1 O PAPEL DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.................. 11
1.1 Sociedade e Educação – Uma Breve Análise Histórica............................... 16
1.2 Prática e Desafios......................................................................................... 19
2 A REALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS............................ 29
3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO FUNÇÃO SOCIAL................. 34
3.1 A Concepção Crítica da Educação de Jovens e Adultos.............................. 38
CONCLUSÃO........................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 47
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INTRODUÇÃO
A presente monografia apresenta uma investigação bibliográfica referente à apropriação da leitura e da escrita por mulheres e homens e o envolvimento da sociedade como um todo neste desafio, visando investigar quais são as verdadeiras expectativas dos alunos que ingressam ou retornam à escola inseridos nas classes de educação destinadas a jovens e adultos.
A educação popular, mais abrangente que a de adultos, está longe de qualquer forma de doutrinamento, fomentando nos alunos sua capacidade de participação na vida social em um sistema democrático, ou seja, um sistema de igualdade de direitos e de deveres para todos, independentes da sua posição social, de suas crenças ou de sua faixa etária. É esta educação, nada excludente, que será debatida e sonhada no decorrer destas páginas.
Aproveitar a capacidade de cada aluno, desvendar aptidões e talentos, formar pessoas críticas que sejam capazes de discernir o que mais lhe convém e o que não lhes convém, que sejam capazes de organizar a vida por si mesmas, de julgar a organização social, que do ponto de vista moral sejam capazes de comportar-se como agentes autônomos e de respeitar a liberdade, a integridade, os direitos dos outros, são quesitos relevantes e almejados nas classes populares, todavia nem sempre são alcançados.
Os dados coletados por meio de entrevista e observação participante em uma escola pública do município de Camaquã foram fatores primordiais para a realização desse trabalho, na tentativa melhor entender a atual estrutura das classes populares, apontando a relação entre currículo docente e realidade discente como alternativa de prover resultados que se mostrem úteis no sentido de conduzir a um maior aproveitamento do ensino considerado tardio.
Do lado da prática escolar e docente, todos nós sabemos que não é nada fácil apresentar soluções para a problemática do ensino brasileiro, especificamente daqueles que fogem da idade “padrão”, mas também é preciso considerar que os indivíduos vivem numa sociedade que põe exigências concretas de inserção, implicando conteúdos, competências do pensar e do agir, tais pontos não podem ser colocados de lado.
O ofício do educador e a importância da proposta pedagógica dentro do contexto de uma educação voltada a adultos são discutidos no primeiro capítulo. O segundo capítulo reserva espaço a uma análise mais profunda da realidade que cerca essas classes escolares e no terceiro e último capítulo uma abordagem mais ampla visa responder às necessidades da educação de jovens e adultos para o exercício da cidadania, rompendo com antigas concepções.
O objetivo maior dessa pesquisa é responder a questionamentos que envolvem o panorama da educação popular, diante de uma visão intercultural, relacionando o trabalho docente às expectativas discentes, verificando o papel do educador frente aos interesses vivenciados pelo adulto proveniente do meio popular, bem como às necessidades impostas pela sociedade contemporânea, desvendando, desta forma, as verdadeiras funções desta modalidade de ensino e seu sentido no desenvolvimento humano.
Quanto mais reconhecemos a não redução da prática educativa à prática escolar, mais se faz necessário compreendermos que essas relações entre o indivíduo e o meio humano, social, físico, ecológico, cultural, econômico, requerem um campo teórico-prático que integre esses vários aportes, que é a Pedagogia rumo a uma educação popular. Assim, poderemos visualizar na amplitude tudo que circunda e faz parte daquele caminho que optamos seguir: educar.
1 O PAPEL DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
“Pensar Educação é pensar a Vida”.
O professor é instrumento cultural, ele instiga à aprendizagem, é sujeito pensante e crítico e, como tal, precisa ampliar constantemente sua cultura geral, deve ser, acima de tudo, uma pessoa curiosa que sempre busca compreender a realidade que o cerca; assim sendo, é imprescindível aproximar os seus estudos com a sua prática, fazendo adaptações, se envolvendo, se comprometendo na tarefa nobre de educar.
Educar é ensinar a aprender. Há muito tempo a idéia de que “educar é informar” perdeu a importância que lhe era creditada. A informação por si só não gera competência. Só o “aprender a processar a informação” promove o crescimento intelectual em seus múltiplos aspectos (PAULA, 2002, p. 129).
A atividade docente é repleta de peculiaridades, e quando se trata de educação de jovens e adultos surge um misto de curiosidade e temor, conquistas e anseios, muitas possibilidades que surgem no interior da sala de aula. Diante dessa realidade, sabemos que os professores precisam de instrumentos teóricos a partir dos quais possam estruturar sua ação pedagógica, estabelecendo as bases para a existência de relações que favoreçam a formação das pessoas envolvidas no processo.
O educador deve compreender que a fonte de sua aprendizagem, de sua formação, é sempre a sociedade[...] Se a sociedade
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