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COMPREENDER O CONTEXTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE JOVENS E ADULTOS E A NECESSIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE SUSTENTABILIDADE

Por:   •  24/8/2018  •  9.838 Palavras (40 Páginas)  •  269 Visualizações

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Todas essas etapas puderam nos orientar nas estratégias a serem aplicadas em sala, nos dando um discernimento de como e qual método de aplicação poderia surtir mais efeito. Essa vivência nos proporcionou um conhecimento amplo das diversas realidades e a heterogeneidade que se encontra em uma única sala de aula, não sendo diferente dos demais espaços educativos, mas de uma caracterização específica. Como ponto positivo compreendemos que em todos esses espaços devemos ser mediadores e problematizadores de diversas situações, pois o diferencial na arte de ensinar adultos é buscar compreendê-los, suas vivências, tal como é proposto pela andragogia.

As etapas de observação 08 h/a e intervenção 20h/a (vinte) foram realizadas junto aos alunos do fundamental I Ceja Deputado Doutel de Andrade na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sob a supervisão da professora orientadora da disciplina de Estágio Supervisionado – Pesquisa da Prática Pedagógica. Também foi realizada uma oficina (20h/a) cujas temáticas referenciais foram: Pedagogia e andragogia na construção da educação de jovens e adultos e a educação para a sustentabilidade. Teve por finalidade fundamentar teoricamente nossa ação docente com a realização de uma oficina.

Cabe salientar que a escola já vinha desenvolvendo um projeto de sustentabilidade junto ao PIBID e nós fizemos parceria com esse projeto. Observamos e consideramos que a experiência é a fonte mais rica para a aprendizagem dos alunos e nos propomos a executar com todos os participantes a gincana da produção do sabão caseiro ecológico e a elaboração da vela ecológica. Sabendo que a andragogia corresponde à ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender, usando deste estudo para a elaboração da apresentação de alguns conceitos sobre a reciclagem do óleo vegetal e o malefício que diversas mini ações corriqueiras causam ao meio ambiente.

Realizamos as ações com o intuito de motivar os alunos a aprender conforme suas necessidades de vivências, interesses e ações cotidianas. Foi notória a fruição e maior ainda foi a curiosidade na necessidade de saber como cuidar do meio ambiente. Desenvolvemos atividades de forma prática, iniciando com uma palestra e na sequência a produção do sabão caseiro e a confecção da vela ecológica.

A Educação para a sustentabilidade buscou atender o artigo 1º da Lei Federal nº 9.795/99, que define a Educação Ambiental (EA) como o “processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

Nesse sentido a Resolução nº 2 de 15/06/2012/MEC/CNE, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental que tem (em síntese) por objetivos, sistematizar os preceitos definidos na citada Lei, bem como os avanços que ocorreram na área para que contribuam com a formação humana de sujeitos concretos que vivem em determinado meio ambiente, contexto histórico e sociocultural, com suas condições físicas, emocionais, intelectuais, culturais e estimular a reflexão crítica e propositiva da inserção da Educação Ambiental na formulação, execução e avaliação dos projetos institucionais e pedagógicos das instituições de ensino, para que a concepção de EJA como integrante do currículo supere a mera distribuição do tema pelos demais componentes.

3 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO

O Centro de Educação de Jovens e Adultos - Deputado Doutel de Andrade - CEJA) está localizado na Rua 3.020 -160 próximo a Marginal Leste e a Terceira Avenida no município de Balneário Camboriú (SC), atende alunos a partir de 15 anos que não tiveram a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental no tempo devido e na etapa regular. Esta Instituição atende atualmente cerca de 353 (trezentos e cinquenta e três) alunos(as).

Cabe ressaltar que para ingressar na Educação de Jovens e Adultos no Ensino fundamental, os alunos devem ter 15 (quinze) anos completos e o curso dura cerca de dois anos, mudando de acordo com as séries que a pessoa necessita fazer. Já para o ingresso no Ensino Médio – modalidade EJA, a idade mínima é de 18 anos e o curso pode durar até 18 (dezoitos) meses.

As aulas são oferecidas de segunda à quinta-feira nos horários matutino, vespertino e noturno, o público que frequenta o centro educacional é considerado de baixa renda, sendo na sua maioria oriúndos do Paraná, do Rio Grande do Sul, também muitos imigrantes haitianos, recebendo também uma parcela de chineses e uma pequena minoria nascidos em Balneário Camboriú.

Os responsáveis da CEJA nos relataram que os níveis mais procurados nesse CEJA são do 6° ao 9° ano, o motivo, na maioria às vezes, é que as instituições escolares regulares não assumem a responsabilidade com o sucesso dos discentes por serem repetentes e indisciplinados.

No entanto, é importante esclarecer que os referidos discentes na maioria são de níveis médio-baixo e chegam na escola com sua autoestima baixa, sendo um desafio retornar a frequentar uma sala de aula e sentir-se capaz de aprender. Outro fator importante que constatamos foi a presença de alunos da APAE e da AMA, ou seja, alunos com necessidades educacionais especiais também estão sendo incluídos no CEJA em horário contrário à frequência na instituição especializada.

O CEJA é administrado pelo órgão municipal, a Secretaria de Educação, qual envia um currículo a ser trabalhado, mas este é flexível e readaptado pelos professores e direção conforme a necessidade do educando. Todos os professores são graduados e estão atuando no CEJA por satisfação e vontade própria.

3.1. Aspectos históricos, socioeconômicos e culturais

Em Balneário Camboriú (SC), objetivando atingir as metas do Decreto 2136/91, previsto na Lei 5692/71, capítulo 5°, artigo 24 e 28, no ano de 1991 foi implantado o Centro Popular de Ensino Supletivo "Deputado Doutel de Andrade", que ao iniciar seus trabalhos funcionava na Avenida Santos Dumont (3ª avenida), anexo à Secretaria Municipal de Educação, com a forma de atendimento semipresenciaI.

Assim, logo após o núcleo do CEJA passou a funcionar no CAIC Ayrton Senna, na Rua Angelina, Bairro dos Municípios e futuramente ganhou sede nova e própria, na Rua 3020, n° 160, passando a funcionar nos três turnos (matutino, vespertino e noturno).

Portanto, é nesse espaço que

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