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Alfabetização Científica no contexto das séries iniciais.

Por:   •  8/6/2018  •  1.678 Palavras (7 Páginas)  •  372 Visualizações

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Se partirmos do pressuposto de que a alfabetização científica é a capacidade de ler, compreender e expressar opinião em assuntos que envolvam a Ciência, então, estamos supondo que o indivíduo já tenha interagido com a educação formal e já saiba ler, compreender e expressar opiniões. Embora saibamos que é possível desenvolver trabalhos voltados para a alfabetização científica nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, antes do aluno aprender a escrever, fazendo com que este ensino o auxilie a adquirir o processo de aquisição da escrita propiciando uma ampliação de sua cultura.

Shen (1975) nos ensina três noções de alfabetização científica: a prática, a cívica e a cultural.

A alfabetização científica prática está voltada para as necessidades básicas dos seres humanos, como a alimentação, a saúde, a habitação. Mesmo sem ter um conhecimento científico aprofundado, uma pessoa tem noções de como deve agir para preservar sua saúde, o que é saudável para comer e higiene em geral. Deveria ser ensinada não somente nas escolas mas também com a ajuda da sociedade. A criança não precisaria ler e escrever para que aprenda ciência, poderíamos abordar com elas temas diversos que envolvam uma melhor qualidade de vida ao mesmo tempo em que aprenderiam a escrever.

Na alfabetização científica cívica, Shen (1975) enfatiza que o cidadão é capacitado a “tornar-se mais informado sobre a Ciência e as questões relacionadas a ela, tanto que ele e seus representantes possam trazer seu senso comum para apreciá-lo e, desta forma, participar mais intensamente no processo democrático de uma sociedade crescentemente tecnológica”. Vale ressaltar que esta alfabetização científica é um processo mais demorado do que a alfabetização científica prática, não resolve nenhum problema diretamente, embora abra caminhos para que ampliemos nossas culturas científicas e humanísticas. O lado negativo desta aprendizagem é que ela atinge um número reduzido de pessoas, pois, poucos são os que tem acesso a revistas, jornais, televisão e internet voltados para esse fim.

Na alfabetização científica cultural pouco se vê de objetivos concreto que sejam de utilidades para todas as pessoas, voltando-se mais para exercer influência sobre as opiniões atuais e futuras.

O grande objetivo da alfabetização científica não é a busca de novos cientistas e sim mostrar os assuntos relacionados a ela para que sejam discutidos e compreendidos para um melhor entendimento do mundo em que vivemos, sendo uma necessidade também cultural.

Lucas e Ucko (apud Cazelli (1992)), baseando-se nas propostas de Shen (1995) dizem que “Os cursos escolares de ciência não podem proporcionar aos cidadãos todas as informações científicas que eles necessitarão ao longo de suas vidas, para compreender o seu mundo em mudanças, ou para participar das decisões sobre questões politicas influenciadas pela ciência e tecnologia”(Lucas apud Cazelli, 1992: 55). A escola sozinha não consegue alfabetizar cientificamente, mas deve promover e incentivar iniciativas que orientem os alunos a buscar conhecimentos, sendo essas fontes de busca de conhecimentos, divididas em formais como bibliotecas escolares e públicas e as informais como museus, zoológicos, parques, fábricas, televisão, internet, etc. Aulas práticas, estudo de campo, feiras de ciências são atividades pedagógicas que muito auxiliam um aprendizado e ganho cognitivo mais eficazes.

A alfabetização científica nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental tem lugar destacado, pois, segundo Soares (1998: 17) a leitura e a escrita no processo de alfabetização “traz consequências sociais, culturais, econômicas, cognitivas, linguísticas, quer para o grupo social em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la”. É um processo permanente, não estagna somente no aprendizado da leitura e escrita. O homem passa a vida buscando aprender utilizando a linguagem, seja ela oral ou escrita e esta também é um processo infinito.

No momento em que temos essa compreensão, nós, educadores das séries inicias, no ensino da Ciência podemos buscar atividades de acordo com o planejamento escolar, podendo utilizar vários espaços e meios como a literatura, a música, o teatro, vídeos educativos, revista de ciência, visitas a museus, zoológicos, parques, fábricas, aulas práticas, estudo de campo, feiras de ciências, uso do computador e da internet na escola.

Na sala de aula, podemos fazer uso da sistematização do conhecimento através dessas várias ações, utilizando três momentos pedagógicos: problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento (Delizoicov e Angotti, 1990; Delizoicov, 1991; São Paulo, 1992) nos fornecendo esta opção didático-metodológica como exemplo.

No texto os autores defendem a tese de que a alfabetização científica pode e deve ser ensinada desde as séries iniciais, antes de saber ler e escrever, pois nessa compreensão, atrubuindo sentidos e significados às palavras relacionadas às Ciências, passam a ter um grande aliado para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Enfatizam também que existem grandes desafios que nos levam a refletir e concordar com sua tese como adequar as formas de organização no cotidiano da escola, em especial nas escolas fundamentais públicas, transformando-os em espaços educativos dispostosde forma articulada ao funcionamento da escola.

É o professor das séries iniciais do ensino fundamental que deve ser o articulador e o agente transformador dos instrumentos de ensino-aprendizagens atualmente, desenvolvendo o espírito crítico e a criatividade de seus alunos, transformando-se em um formador de opiniões. Não bastando para isso sua atuação direta

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