A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL EM LAR DE IDOSOS.
Por: Ednelso245 • 22/6/2018 • 5.837 Palavras (24 Páginas) • 461 Visualizações
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- Algumas Atividades Comunitárias que podem destacar-se.................24
- METODOLOGIA.....................................................................................26
- ANÁLISE E REFLEXÃO DOS RESULTADOS DA COLETA DE
DADOS.................................................................................................27
- CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................28
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................29
- INTRODUÇÃO
O Serviço Social está presente em lares de idosos, para mobilizar uma melhoria da qualidade de vida dos idosos residentes com atuação do assistente social no desenvolvimento de atividades, bem como na avaliação de um envelhecimento saudável e uma convivência social em lares, onde a principal atividade é a interação desses idosos.
O envelhecimento não é apenas um processo natural presente em todos os tipos de ciclo de vida, mas um conjunto de processos que compreende múltiplas dimensões, sendo ela cronológica, biológica, psicológica, política, cultural e social. O contexto social é importante para compreender questões referentes às modificações decorrentes do processo. Envelhecer é passar pelos anos e perceber as alterações e as consequências do tempo na própria vida.
A partir do momento em que se entende que os critérios para permanência em uma instituição superam a perspectiva econômica e passa a considerar as multiplicidades dos problemas sociais, tem-se um novo perfil de idoso institucionalizado. Atualmente não existem dados concretos sobre o número de instituições desta natureza no Brasil, contudo, segundo Lima (2005), há uma estimativa do ano de 1985, que exista pelo menos, uma instituição de cunho asilar em cada município brasileiro e que cerca de 10% da população idosa do país estaria institucionalizada.
De acordo com Chopra (1998), o tempo existe em três dimensões que se constituem em cronológico, biológico e psicológico. O processo de envelhecimento também se dá nestas três dimensões, de modo que o vazio no tempo referido pelo idoso refere-se apenas a duas destas dimensões: o cronológico e o psicológico. São as horas que demoram a passar e quando o fazem, nem sempre possuem significado.
Também Heller fala sobre o cotidiano e diz que “a vida cotidiana é a vida do homem inteiro, ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade” (1992, p.17). Mas em que momento na vida institucionalizada o sujeito tem condições de exercer este viver pleno, em que, segundo a mesma autora, pode colocar “‘em funcionamento’ todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, ideias, ideologias” (1992, p.17). É neste cerceamento de atividades que os significados da própria existência vão se perdendo e a morte social, anterior à morte biológica, acontece, e o resultado é: sujeitos ausentes da própria vida.
É necessário fazer uma releitura do que está posto e refletir sobre o sentido deste tipo de instituição na sociedade atual. Considerando que manter-se vivo relaciona-se à lógica do cuidado com o sujeito e urge pelo entendimento de cuidar como um ato singular, com o atendimento das necessidades subjetivas dos idosos.
- REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A Velhice como um Processo Natural do Ser Humano
A velhice na sociedade atual é um processo que se torna, ainda mais complexo e limitador quando institucionalizado. As rupturas e as perdas no momento da institucionalização configuram-se de tal maneira que o direito de envelhecer com dignidade, respeito e autonomia tende a ser sublimado. E isto incide diretamente na incidência de depressão em idosos institucionalizados.
Para Faleiros, autonomia significa “a capacidade de reproduzir-se na complexidade da historicidade e da cotidianidade das mediações de poder e das energias e recursos próprios [...] na recusa da alienação, da tutela, do controle” (2001, p. 62). Contudo aquele que passa a residir em uma Instituição Total (GOFFMAN) passa a ser tutelado e controlado por diversos tipos de mecanismos que o impedem de tomar as decisões sobre seus desejos mais simples, como o horário de comer ou o que vestir.
A velhice instituída configura-se por ser aquela asilada, afastada dos olhos da sociedade e reservada apenas aos “caridosos” que se dispõe a ajudar os “outros”. O idoso, quando institucionalizado, em grande parte das situações vai, aos poucos, sendo afetando negativamente e passa a perder a identidade, logo adiante as capacidades de pensar e decidir, quando se vê limita-se apenas a “receber” com gratidão, e termina como número em estatísticas e percebe-se como alma confinada nada espera além do silêncio e da morte.
Os idosos ao ingressarem em uma Instituição, passam por processos de ganhos e de perdas: ganham o rótulo de “abandonado” e “carente” e perdem elementos fundamentais para própria vida, que compreendem a privacidade, a individualidade, a autonomia, o pertencimento e se encerra no direito de ir e vir.
Esta busca por dar sentido à própria existência não é simples e, portanto, exige dos profissionais e das estratégias que utiliza equilíbrio e competências relacionais que norteiem usuário e profissional na direção de uma intervenção de qualidade, com alternativas viáveis para a transformação da realidade presente. É nesta busca que se percebe o impacto da institucionalização e a incidência de depressão na vida dos sujeitos, o momento em que a história de vida configura-se como o único bem do idoso asilado.
As atividades ocupacionais existem nos espaço da instituição e em alguns momentos são realizadas em espaços da comunidade, contudo a apatia, agravada pelos processos de isolamento, depressão e/ou demência, enclausuram o idoso e o confinam a um envelhecimento que se contenta em aguardar apenas o tempo passar.
É função de o assistente social acompanhar, junto com os outros profissionais as perdas físicas e sociais que causam desajustes no idoso. Na atuação com o idoso ele age como facilitador que capacita o mesmo a fazer o melhor uso possível das capacidades remanescentes, a tomar suas próprias decisões e lhe assegurar uma conscientização
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