Análise da obra “O filho eterno”, de Cristóvão Tezza
Por: YdecRupolo • 22/9/2018 • 1.432 Palavras (6 Páginas) • 461 Visualizações
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- Personagens
Os personagens principais são o pai e o filho. O filho se chama Felipe e é portador de síndrome de Down, e o livro mostra todo o seu aprendizado de vida, sendo que no final se dedica a pintura e adora futebol, sendo seu time favorito o Atlético-PR. O pai não possui nome no livro, porém é claramente o próprio autor, Cristóvão Tezza, devido as coincidências como o filho com síndrome de Down que se chama Felipe, os livros escritos, a sua história de vida, etc. Podemos ver um grande crescimento da figura do pai, que passa de estudante de Letras, desempregado e que sonha em ser escritor para professor de universidade, escritor conhecido nacionalmente e pai dedicado, como ele mesmo se chama. De personagens secundários podemos citar apenas a mãe/esposa, que é mais presente apenas até o meio do livro, quando o filho é menor, principalmente pelo livro ser da relação entre o pai e o filho, e a segunda filha que é, normalmente, apenas citada pelo pai por o livro ter relação com a família.
- Narrador
A obra é totalmente em terceira pessoa, como podemos ver na passagem “A literatura é o menor dos seus problemas, ele imagina, olhando para o filho que, sentado no chão sobre uma proteção de plástico, tenta comer as próprias mãos...”. Além disso podemos destacar o fato de que a obra, apesar de ser um romance pela característica de ser em terceira pessoa, é claramente uma autobiografia, na qual o autor cria um personagem totalmente inspirado nele mesmo e nas suas experiências, contado pelo seu ponto de vista da história.
- Tempo
A obra acontece, principalmente, nos anos 80, no final da ditadura militar brasileira, que é o período em que Felipe nasce até os seus 10 anos, principal fase que o livro relata que mostra o seu crescimento e sua aprendizagem, como podemos ver na passagem do dia do nascimento “Relembrou a data: madrugada do dia 3 de novembro de 1980”. O tempo de duração da obra é de, aproximadamente, 25 anos, já que o começo do livro acontece com o nascimento de Felipe, como visto anteriormente, e nos últimos acontecimentos há a seguinte passagem: “Tenta explicar à criança de 25 anos por que ele não pode entrar em campo para jogar com os outros,...”. Sobre o tempo psicológico, podemos observar uma passagem cada vez mais rápida conforme a idade de Felipe, sendo o nascimento bastante especificado, e uma grande passagem sem relato entre os 10 anos (idade de Felipe quando ele se perde) e os seus 25 anos.
- Espaço
A obra acontece principalmente em Curitiba, sem um local fixo, já que a família troca de moradia, no mínimo, três vezes, passando pelo sobrado bastante destacado na história, como podemos ver na passagem “Um ano depois, mudam-se para um sobradinho na periferia da cidade. Com 54 metros quadrados, é a miniatura de uma casa, o que de certa forma misteriosa lhe agrada”, entre outros lugares da cidade que são importantes, como o hospital em que Felipe nasce, a universidade em que o pai trabalha, etc. Ainda podemos destacar outra cidades com a passagem dos personagens, como São Paulo, onde vão fazer exames e a avenida Paulista é citada, Rio de Janeiro, onde vão na clinica de treinamento e visitam um antigo amigo de teatro do pai, e Florianópolis, onde o pai trabalha como professor por um tempo.
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CONCLUSÃO
A partir da análise da obra “O filho eterno”, de Cristóvão Tezza, pode-se concluir que a obra trata, principalmente, da relação de um pai com o seu filho que tem síndrome de Down e os problemas que esse pai enfrenta com o crescimento, o aprendizado e a inserção social do filho. Podemos observar nesse romance um tema bastante contemporâneo, já que antigamente não conhecia-se muito bem esse problema e mostra bastante a relação intima de pai e filho, na qual o filho deve ser motivo de orgulho para todo pai. Também pode-se observar bastante a opinião explícita dos personagens, o que é uma característica bastante atual, já que antigamente os autores tinham que esconder alguns aspectos por serem muitos polêmicos na sociedade.
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