A LITERATURA DE ALBERTO MOCBEL
Por: Lidieisa • 8/3/2018 • 7.175 Palavras (29 Páginas) • 1.218 Visualizações
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Portanto, o presente trabalho está estruturado, a priori com um referencial teórico sobre As concepções de Literatura e o ensino no contexto escolar. Em seguida, temos um levantamento da vida e obra do escritor Alberto Moia Mocbel e algumas considerações sobre crônica que servirá como embasamento para a análise da narrativa em estudo. Por ultimo, apresentam-se as propostas metodológicas interdisciplinares para a crônica Meninos de Rua.
2 CONCEPÇÕES DE LITERATURA
O vocábulo “literatura” provém do latim litteratura(m), que por sua vez deriva de littera, ae e significa o ensino das primeiras letras. Com o tempo, a palavras ganhou sentido de artes das belas letras ou arte literária. Portanto, a matéria prima utilizada pela literatura é a palavra. O autor utiliza-se dessa matéria prima para expressar seus sentimentos, criticar a realidade vivida, registrar os acontecimentos, dar sua opinião de uma forma encantadora e atraente. Ressaltamos que nem todo texto, ou todos os livros são especificamente literatura.
Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa significa letra. A literatura remete para um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta. Existem diversas definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções, e etc. Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias, como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura técnica, literatura portuguesa, literatura popular, literatura de cordel e etc. A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade, de uma época, e etc. (http://www.significados.com.br/literatura/
Desde muito tempo vem se buscando uma definição para o termo Literatura, contudo, até hoje não se chegou a uma definição concreta, uma vez que a palavra definição está voltada para as áreas das ciências exatas, para o raciocínio lógico; é algo objetivo por apresentar somente um conceito universal. A literatura, por sua vez, é algo dinâmico, subjetivo, pessoal e, o escritor, dependendo da época, do contexto situacional, pode conceitua-lo de acordo com seu ponto de vista. Por isso, não podemos defini-la, mas sim, conceitua-la. Como diz Moisés (1993, p. 24 e 25).
... somente podemos falar em conceito, nunca em definição. Esta, pertence ao campo das ciências, e corresponde ao enunciado das características universais e essenciais dum objeto, material ou imaterial. (...) Quanto ao conceito, diz respeito ao caráter acidental ou particular dum objeto, e decorre de impressões mais ou menos subjetivas.
Desde a Antiguidade Clássica vem se formulando vários conceitos e, Aristóteles, nesse período, conceituou literatura como a imitação da realidade (“mimese”). Ou seja, o texto literário não é uma cópia de um outro texto já existente, e, sim, uma recriação, uma imitação duma realidade sensível, e isso faz com que um texto se torne verossímil. Ou seja, tudo que é visto em um texto literário se compões de uma recriação, ou releitura de algo que já existe e a ele se acrescenta novas informações e isso faz com que o texto se torne real, verdadeiro, verossímil.
Dentre os vários conceitos de literatura, afirmamos que literatura é a arte da criação, isto é, artistas e literários a todo momento criam e recriam retratos de nossa realidade, de forma que chame a atenção de leitores e admiradores retratando o meio cultural e social de acordo com sua imaginação, com sua época, com sua localização geográfica, com seu estilo individual e/ou coletivo.
Literatura é liberdade de expressão. Cada autor tem seu modo próprio de escrever, seu jeito particular de compor sua obra literária e, é esse o ponto chave que faz com que um autor de distinga do outro, cada um tem sua liberdade de expressão de pensamento, opiniões diferenciadas e diversificadas, sendo que cada uma tem seu próprio estilo de compor suas obras literárias.
Sob essa ótica, Proença Filho (1994, p. 38) declara que: “Literatura é criação e se abre plenamente a inevitabilidade do artista, (...) não existe uma ‘Gramática Normativa’ para o texto literário: seu espaço de criação é de plena liberdade”.
Desse modo, a linguagem do texto literário é predominantemente conotativa, uma linguagem figurativa em que o poeta procura combinar as palavras adequadas para que seu texto adquira seu real significado. Para os formalistas a literatura é uma organização particular da linguagem que está distante daquela cotidiana usada diariamente.
Cada texto literário pode permitir várias interpretações, sugerir outros sentidos, por ser um texto plurissignificativo. “O texto literário é sempre uma recriação, em busca do arranjo mais significativo ou da combinação mais estática das palavras e das imagens que evocam”. (BONITO PEREIRA, 2000, p. 18, grifo do autor).
A literatura é a expressão do sentimento interior ou exterior do homem por meio da linguagem verbal (da palavra). Através do texto literário o homem adquire e repassa conhecimentos, conhece melhor seu passado e valoriza ainda mais seu presente. A literatura é responsável pela mudança de personalidade, de mentalidade do ser humano.
A literatura permite, então, essa identidade atemporal e anespacial entre o homem de uma época e o homem de todas as épocas (...). E, nesse sentido, o leitor reencontra no texto muito do seu universo emocional. Através da literatura é possível retratar emocionalmente o passado. (PROENÇA FILHO, p. 40).
Diferentemente, os formalistas analisavam um texto literário pela sua forma literária, pela sua estrutura linguística, deixando de lado o seu conteúdo, a realidade sócio cultural que essa obra se remete, ou seja, para eles a literatura não era a expressão do sentimento do autor.
Mocbel, nesse caso, preocupa-se apenas em estruturar sua poesia, preocupa-se somente em “encaixar” as palavras adequadamente sem se importar com que realmente a obra literária queria nos repassar. Nesse ponto, é salutar ressaltar que, para os formalistas, o texto literário é o texto poético, isto é, só considerava-se literatura o texto que se apresentava em forma de poesia.
Há outros autores que dizem que só podemos considerar um texto literário como literatura somente se este for algo concreto, palpável, algo que esteja transcrito no papel, que esteja diante de nossos olhos, algo que se possa ler. Nesse caso, pode-se dizer que as comunidades primitivas destituídas de escritas não possuíam
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