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REPRESSÃO E MORAL NOS CONTOS DE FADAS: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS DUAS VERSÕES DE CHAPEUZINHO VERMELHO

Por:   •  16/2/2018  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  396 Visualizações

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pela mãe, a seguir pela estrada sem sair dessa, todavia, é facilmente convencida pelo lobo a optar por outro caminho, no qual ele sugere que ela observe flores e ouça o canto dos pássaros (mesmo com a indicação contrária da mãe). A partir do momento em que a menina sai para levar doces para a avó, ela acaba deixando o lar voluntariamente; não teme o mundo externo e sim reconhece sua beleza, aí está o perigo.

“Se o mundo fora do lar e do dever se torna atraente demais, poderá acontecer uma volta a um comportamento baseado no princípio do prazer”. (Bettelheim Bruno; A-Psicanalise-Dos-Contos-de-Fadas).

É de suma importância ressaltar que na maioria das vezes encantadas pelo mundo lá fora, crianças especificamente do sexo feminino se deparam com situações semelhantes a essa. Essas “chapelinhos vermelhos” são induzidas por lobos, se deixam influenciar e terminam se dando mal. Também é interessante ressaltar aspectos como a masculinidade que é bem representada pelo personagem “lobo”, assim como também pelo “caçador” tanto um como o outro possuem personalidades relacionadas com a sedução, violência e proteção. De acordo com o autor, o caçador é a figura mais atraente na obra, pois salva e castiga os malfeitores.

“Instaurando a cisão entre o homem e o ato, inaugura um processo de moralização cada vez mais abrangente. Ora, julgar um homem por seus atos é pressupor que a ele teria sido possível agir de outro modo.” (Marton, S. Niezsche- Das forças cósmicas aos valores humanos, p. 74).

Contudo, na versão de Charles Perrault, também ficam claro, aspectos semelhantes aos citados anteriormente. As pessoas esquecem os valores e a moral, passam a dar mais importância ao que nos é mostrado, através da tecnologia, por exemplo. No entanto, somos enganadas, igualmente a menina nomeada pelo seu criador na segunda versão aqui exposta, “Capuchinho vermelho”. Perrault faz questão de expor a ambiguidade em seus textos, podemos enxergar ao analisarmos melhor que basicamente o título da obra em si antecipadamente nos mostra. No texto nos é apresentada uma inocente menina que é enganada por um lobo inicialmente gentil e que depois devora a vítima “na cama da vovó”. Gera-se então discussões psicanalistas intermináveis, devido a carga sexual presente desde a cor vermelha, notoriamente associada ao sexo, passando pela sedução da criatura de olhos e mãos tão grandes, e que tinha como objetivo de realizar o feito, assim sendo é fácil concluir que,

“O pensamento é o ensaio da ação” (SIGMUND, Freud).

De um modo geral, cada personagem tem uma função. A mãe, por exemplo, representa a irresponsabilidade na família, com relação ao tratamento com crianças e adolescentes, é o que vemos diariamente. Pois um adulto que preze pela segurança de uma criança, não expõe-na em perigo. Nos dias atuais, presenciamos situações em que as crianças e os adolescentes estão sendo engolidos pelo mundo das drogas, e seus lobos, enquanto é responsabilidade dos adultos por em prática e inserir a moral e os princípios no ambiente familiar. Para salvar essas sensíveis criaturas, aparecem caçadores, que os ajudam e abrem novos caminhos. Finalmente como é do caráter dos contos de fadas, a justiça e a lição estão sempre presentes.

Considerações Finais

Em virtude dos fatos mencionados, é importante considerar as relações intertextuais, assim como também as relações rotineiras estabelecidas no texto, que por sinal, quando comparados a ações do cotidiano se assemelham. Contudo as duas obras em questão, possuem características conceituais sobre a moral e a ética. Princípios e valores tidos como bons, para muitos passam a ser concebidos como maus e assim substituem a moralidade aristocrata, e a moralidade aristocrática, por uma moralidade escrava, já que somos reféns do mundo em que habitamos. Contudo foram apresentados fatos e argumentos que ressaltaram a influencia que a literatura possui, sobre nós, devido a grande quantidade de valores que nos é transmitido, que nos permite mudar nossas visões de mundo induzindo-nos a refleti-las.

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