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Linguistica

Por:   •  26/2/2018  •  1.622 Palavras (7 Páginas)  •  261 Visualizações

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Podemos dizer que o léxico surge através da necessidade que o homem tem em denominar aquilo que o rodeia, relevando as impressões de mundo para objetivar suas particularidades, mostrando tudo àquilo que pode influenciá-lo ou que ele mesmo pode influenciar. Na linguagem, o léxico possibilita a transformação da língua, da cultura e da história, relevando novas experiências.

Hábitos que surgem, desaparecem e ressurgem em épocas diferentes ficam testemunhados nas formas neológicas ou arcaicas, nas novas significações que os vocábulos adquirem através dos tempos. “É, com efeito, o léxico que numa língua, reflete mais diretamente as realidades não linguísticas.” (PRETI, 1983, P.59)

Desta forma, é de suma importância a ligação entre o léxico e os costumes, que servirá para identificar o uso e a influência das variações da palavra Maconha, presente no dia a dia.

- MACONHA: fator histórico e definições

Cannabis sativa, mais conhecida como Maconha, se originou na Índia. Seu consumo, de princípio, era para fins medicinais como: antibiótico, sedativo e antidepressivo, mas logo obteve outra serventia. Até hoje, há discussões sobre a legalização dessa substância para ser usada em medicamentos no Brasil.

O seu consumo como droga foi enfatizado por volta das décadas de 1930 até 1970, que corresponde ao período em que outras drogas (cocaína e afins) tiveram o seu uso proibido.

Essa vinculação vigente em todo o mundo ocidental resultou em uma drástica diminuição de cocaína, sendo que, a partir da década de 1920, restringiram-se até mesmo os usos medicamentosos de substâncias. Em 1930, nos Estados Unidos, o uso foi quase extinto, sendo, naquele momento, substituído pelo uso de ópio e cannabis sativa (maconha). (ALBUQUERQUE, 2010, P.25)

Por isso, o consumo da maconha foi ficando cada vez mais conhecido, ganhando mais espaço principalmente no meio dos jovens. Este consumo livre popularizou a maconha entre décadas, pois muitos a consideram menos agressiva e viciante, uma vez que é um produto natural, extraído de plantas.

O consumo de maconha e alucinógenos durante a década de 60 por um grande número de jovens norte-americanos resultou na ausência do temor das restrições legais, bem como das consequências médicas do assim chamado light das drogas. (ALBUQUERQUE, 2010, P.25)

Com o passar dos anos, o uso da maconha só vem crescendo a cada ano, e no Brasil não é diferente. Mesmo não sendo legalizada ainda em nosso país, a droga é cultivada e importada em países como Colômbia e Bolívia, chegando aqui e ganhando espaço rapidamente no mercado.

- MACONHA: variantes

Fino, rojão, pacal, feijão, marola, fininho, 04:20, diamba, cigarrinho do capeta, chaíse, tronco, brenfa, biricutico, bola, charas, beck, dona juanita, marofa, cigarrinho de artista, ganja, birga, banza, baseado, riamba, cannabis, caçoruda, cara, Belô, baze, pango, chá, baga, perna de grilo, erva, xibaca, camarão, tabaco maluco, cangonha, daga, verde, tapa na pantera, birra, bengue, fineco, bong, tora, skank, baurét, cânhamo, liamba, marijuana, tripa, chuim, veneno, finório, majimba, caneta, fumo de caboclo, dirijo, gererê, marigonga, paranga, bucha, manga rosa, fumo, aliamba, bongo, bituca sem filtro, mato seco, macona, fogueira, breu, vagalume, iberonha, Maria Joana, hemp, da lata, capim santo, fumacê, vela, haxixe, baum, faz-me-rir, morrão, bango, rafi, jério, pega, abango, muca, bomba, bagana, D2, flagrante, fumo bravo, tocha do balão, bang, bagulho, verdin, parada, pipa, Mary Jane, sardola, bagui, bigode de Sarney e cigarrinho da paz.

- METODOLOGIA

Na efetivação da pesquisa, foram coletados dados para a análise das informações através de um questionário aplicado a 8 informantes, que fazem parte de duas faixas etárias: faixa etária I – de 16 a 21 anos; faixa etária II – de 22 a 27 anos. Os informantes eram 4 usuários e 4 não usuários, todos nascidos em São Luís- Ma.

O questionário aplicado tinha perguntas pessoais específicas: idade e se é usuário ou não. Abaixo foi utilizado 3 figuras, separadas por etapa para que os informantes entendessem do que se tratava, abaixo da figura, algumas linhas para que estes a preenchessem com palavras que conheciam sobre as figuras apresentadas.

- ANÁLISE DE DADOS

FAIXA

ETÁRIA

USUÁRIOS

NÃO USUÁRIOS

16 a 21 anos

Informante 1 – Baseado, Diamba, Cannabis, Maconha, Verdin, Erva, Fumo, Bituca sem filtro, Flagrante, Beck, Bagui, Parada e Mary Jane.

Informante 5 – Maconha, Cannabis, Diamba, Baseado, Beck e Erva.

Informante 2 – Maconha, Cigarrinho do capeta, Bagulho, Baseado, Diamba, Flagrante, Verde, 04:20, bigode de Sarney, Morrão e Maria Joana.

Informante 6 – Maconha, Cigarrinho do capeta, Erva, Diamba, Cigarrinho da paz, Fumo, Bagulho e Marola.

22 a 27 anos

Informante 3 – Maconha, Cannabis, Diamba, Mato seco, Capim Santo, Baseado, Bagulho, Fumo, Verdin, Bituca sem filtro e Erva.

Informante 7 – Cannabis, Maconha, Beck, Bagulho, Diamba e Fumo.

Informante 4 – Beck, Maconha, Fumo, Diamba, Marola, Birra, Bagui, Parada, 04:20, D2, Mary Jane, Dona Juanita, Cannabis e cigarrinho da paz.

Informante 8 – Erva, Cannabis, Maconha, Diamba, Baseado e Bagulho.

Como podemos ver, os usuários da Maconha possuem um leque de opções para denominar a droga, já os não usuários utilizaram palavras mais conhecidas. Todos utilizaram a palavra Maconha, que é conhecida no Brasil inteiro, outros usaram palavras que possuem um mesmo sentido, mas que por sofrerem influências do estrangeirismo, mudaram a forma de falar, como por exemplo Maria Joana, Mary Jane e Dona Juanita. Outra palavra que sofreu transformação e acredita-se que seja por escolaridade, é Verdin – Verde. Além disso, analisando a faixa etária, é notório que os mais novos conhecem mais palavras que os mais velhos, pois estes estão aptos a ampliação do vocabulário, uma vez que possuem mais contato com o meio social,

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