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A PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Por:   •  2/12/2018  •  2.472 Palavras (10 Páginas)  •  368 Visualizações

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Privilegiando a estrutura profunda, o autor explica que a base da componente sintática é o sistema de regras que geram um conjunto altamente restrito de sequências de base, cada uma contendo uma descrição estrutural a si associada, denominada Indicador Sintagmático de base, unidades elementares a partir das quais são formadas as estruturas profundas. Subjacente a cada frase da língua está uma sucessão de Indicadores Sintagmáticos de base, denominada substrato, além da subcomponente transformacional, a qual tem como função a geração da frase, com a sua estrutura de superfície.

Na quarta seção “Justificação das gramáticas”, já de início, Chomsky fala da importância de se dedicar atenção a alguns problemas metodológicos de justificação e adequação, quando se trata de investigar o componente sintático de uma gramática gerativa, tendo em vista que o conhecimento de língua do falante - ouvinte não é observável diretamente e nem passível de extração a partir dos dados, por meio de processos indutivos. Para o autor, os dados efetivos da performance linguística e as informações introspectivas do falante são suficientes para o levantamento de hipóteses sobre a estrutura linguística subjacente, isso em razão da falta de técnicas formalizáveis adequadas para a obtenção de informações confiáveis sobre os fatos da estrutura linguística.

Chomsky postula que se considera uma gramática como uma teoria de uma língua e descritivamente adequada, na medida em que ela descreve corretamente a competência intrínseca do faltante nativo ideal, correspondendo à intuição linguística do falante nativo ideal.

Segundo o autor, pode-se entender uma teoria linguística descritivamente adequada como aquela que fornece uma gramática descritivamente adequada para cada língua natural. Gramática essa que ele entende como uma teoria da língua que o falante nativo possui representada internamente e como a explicação que o linguista dela fornece.

Tem-se que na medida em que uma teoria linguística consegue selecionar com êxito uma gramática descritivamente adequada com base nos dados linguísticos primários, ela satisfaz à condição de adequação explicativa.

Em se tratando da expressão “justificação de uma gramática generativa”, Chomsky afirma haver dois sentidos: no nível de adequação descritiva, a gramática se justifica por argumentos externos e relativos à correspondência com os fatos da língua, uma vez assentada na descrição correta do seu objeto, a intuição linguística, a competência tácita do falante nativo. Num nível mais profundo, a gramática se justifica em argumentos internos e que dizem respeito à sua relação explicativa sobre a forma da linguagem., uma vez assentada num sistema descritivamente adequado fundamento em princípios.

No que se refere aos “Universais formais e substantivos”, da quinta seção, Chomsky assevera que uma teoria da estrutura linguística que objetiva a adequação explicativa incorpora uma explicação dos universais linguísticos que se trata do estudo das propriedades de qualquer gramática generativa de uma língua natural e pressupõe que eles pertencem aos componentes sintático, fonológico e semântico e à interrelação desses.

Os universais linguísticos classificam-se como formais ou substantivos. Uma teoria dos universais substantivos afirma que os itens de um tipo particular em qualquer língua devem ser extraídos de uma classe fixa de itens, tal qual a teoria dos traços distintivos de Jakobson, assim como poderia defender, por exemplo, que certas funções de designação devem ser realizadas de um modo específico em cada língua, e afirmar que cada língua conterá termos que designam pessoas ou itens lexicais referentes a certos tipos específicos de objetos, sentimentos, comportamentos, etc.

Chomsky considera que as gramáticas de todas as línguas satisfazem determinadas condições formais específicas, propriedade essa a que se chama de um universal linguístico formal, o qual se refere ao caráter das regras das gramáticas e com os modos de conexão entre elas.

Na sexta seção “Observações adicionais sobre teorias descritivas e explicativas”, Chomsky solicita considerar com mais atenção o que está implicado na construção de “um modelo de aquisição” da linguagem, colocando, em primeiro lugar, a natureza dos dados linguísticos primários, que consistem numa quantidade finita de informações acerca de frases, a qual, além do mais, terá de ser de alcance restrito, considerando as limitações de tempo e de qualidade relativamente má.

Em explicação à capacidade de classificar frases e não frases, Chomsky postula que a criança possui uma teoria inata sobre descrições estruturais potenciais que é suficientemente rica e desenvolvida para lhe permitir determinar, a partir de uma situação real em que ocorre um sinal, quais as descrições estruturais que podem ser adequadas a este sinal. Uma criança que adquire, portanto, a língua deste modo sabe evidentemente muito mais do que aquilo que aprendeu, ou seja, seu conhecimento da língua extrapola os dados linguísticos primários que lhe foram apresentados, não sendo uma generalização indutiva a partir desses dados.

Sobre teoria linguística explicativa e teoria linguística descritiva, tema central da seção, Chomsky deixa evidente, em se tratando da aquisição da linguagem, a necessidade de um equilíbrio entre essas teorias, ou seja, para ele, uma teoria linguística deve tanto explicativa como descritiva. Um modelo razoável de aquisição construído com a redução da classe de gramáticas possíveis de atingir e que sejam, ao mesmo tempo, compatíveis com os dados linguísticos primários, até o ponto de possibilitar a seleção entre elas por meio de uma medida de avaliação formal.

Para Chomsky, o problema mais sério que surge na tentativa de atingir a adequação explicativa é o de caracterizar a noção “gramática generativa” de um modo suficientemente rico, detalhado e altamente estruturado. Uma teoria da gramática pode ser descritivamente adequada e, no entanto, deixar de lado traços importantes, propriedades definidoras da linguagem natural e que distinguem as línguas naturais de sistemas simbólicos arbitrários. O autor adverte ainda, que por esta razão que é tão importante a tentativa de atingir a adequação explicativa - a tentativa de descobrir universais linguísticos.

Na sétima seção “Sobre os processos de avaliação”, Chomsky postula ter havido mal-entendidos sobre o estatuto de um processo de avaliação para as gramáticas. Ele esclarece não haver necessidade de o linguista se preocupar

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