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RESENHA LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: AS MUITAS FACETAS

Por:   •  3/8/2018  •  1.538 Palavras (7 Páginas)  •  323 Visualizações

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menos de quatro anos de escolarização. Esses dados são expostos pela autora para alertar a respeito da realidade a qual estamos inseridos, e que nos mostra o quanto o educador ainda precisa fazer pelo país. O Brasil tenta importar as ideias de outros países e copiá-las sem ao menos preparar e organizar educacional e dignamente a sua realidade. Não adianta querer copiar os projetos norte-americanos ou europeus se não temos preparo educacional para isso.

A autora ressalta ainda que mesmo em produções acadêmicas, o conceito de letramento e alfabetização se confundem, mas ela defende a importância da relação que uma deve ter com a outra, levando-se em conta a importância de uma estar sempre em interação com a outra, no entanto suas diferenças conceituais devem ser preservadas e a atenção somente direcionada ao letramento pode acabar apagando a real concepção de alfabetização, o que a mesma chama de "desinvenção da alfabetização", ou seja a falta de especificidade do processo de alfabetização, que é, também, um dos motivos geradores do fracasso escolar, pois de que adianta conhecer as letras e não compreender o seu sentido e vice- versa? Para que servem teorias sem métodos para aplicá-las? Segundo Soares, para que haja o processo de alfabetização não é necessário dissociá-lo do processo de letramento.

Ainda no tópico sobre a desinvenção da alfabetização, surgem as mudanças de paradigmas que influenciaram a maneira de alfabetizar: De 1960 a 1970, paradigma behaviorista. Nos anos 80, é substituído pelo cognitivismo e, nos anos 90, pelo paradigma sociocultural. A transição da teoria cognitivista para a perspectiva sociocultural pode ser interpretada antes como um aprimoramento do paradigma cognitivista que propriamente como uma mudança paradigmática. Nos 1980 e 1990, surge no Brasil um domínio hegemônico, na área da alfabetização, do paradigma cognitivista, que aqui se difundiu sob a discutível denominação de construtivismo (posteriormente, socioconstrutivismo), divulgado por Emília Ferreiro (perspectiva psicogenética). A criança, na perspectiva psicogenética (visão interacionista), é capaz de progressivamente (re) construir esse sistema de representação, interagindo com a língua escrita em seus usos e práticas sociais, isto é, interagindo com material “para ler”, não com material artificialmente produzido para “aprender a ler”. A aprendizagem se dá por uma progressiva construção do conhecimento, na relação da criança com o objeto “língua escrita”; as dificuldades da criança passam a ser vistas como “erros construtivos”, resultado de constantes reestruturações. Essa concepção interacionista conduziu a alguns equívocos e a falsas inferências, que podem explicar a desinvenção da alfabetização.

O construtivismo, na alfabetização, passou a subestimar a natureza do objeto de conhecimento em construção, que é, fundamentalmente, um objeto linguístico constituído, quer se considere o sistema alfabético quer o sistema ortográfico, de relações convencionais e frequentemente arbitrárias entre fonemas e grafemas.

Na parte que fala da reinvenção da alfabetização, compreendemos que a concepção de aprendizagem da língua escrita é mais ampla e multifacetada que apenas a aprendizagem do código, das relações grafofônicas, e o que é necessário é que essa faceta recupere a importância fundamental que tem na aprendizagem da língua escrita; sobretudo, que ela seja objeto de ensino direto, explícito, sistemático.

Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita, que é a alfabetização em si, e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, ou seja, o letramento.

Concordo com as palavras da autora ao falar a respeito da urgência de uma grande parte de educadores descobrirem quão grande é a importância de se trabalhar a alfabetização e o letramento em detrimento da renovação ou reinvenção da educação no Brasil. Acredito que alfabetizar não pode se desassociar nem tão pouco estar sendo trabalhada em formar somente de leitura, assim como o letramento não pode ser trabalhado posteriormente a alfabetização, essa falta de conhecimento dos professores levou a um fracasso escolar gritante na educação brasileira. Acredito que alfabetizar e letrar tenham sim suas especificidades, e sendo elas tão parecidas ao ponto de chegar a confundir até os professores que a muito estão na sala de aula, não podemos dissocia-los, segregar as especificidades de uma em detrimento do crescimento do outra, os dois pontos trabalhados por Soares tem suas facetas bem explicitas a ponto de não existir dúvida sobre o que é letrar e o que é alfabetizar, mesmo assim não podemos dizer que profissionais da educação estão trabalhando os dois ao mesmo tempo, prova disto são os altos

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