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Intérpretes de Línguas de Sinais

Por:   •  1/4/2018  •  1.437 Palavras (6 Páginas)  •  318 Visualizações

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Martins (2009) considera que o trabalho do intérprete de LIBRAS e língua portuguesa, tem uma finalidade educacional. Ou seja, o trabalho não é considerado apenas uma tradução ou interpretação, ambas estão vinculadas ao processo educacional, o intérprete é uma pessoa essencial dentro do processo educativo à aprendizagem que facilita a compreensão entre duas línguas distintas.

Maria Regina, em seu trabalho, nos apresenta o ponto de vista de diversos autores no que se diz a respeito dos intérpretes. A autora também usa como referencia Gurgel (2008), que analisa a posição do TILS na atuação em diferentes níveis de ensino.

A pesquisa desenvolvida também tomou como referencia Harrison e Nakasato (2004), que analisaram situações de inclusão de surdo numa universidade de São Paulo. Os alunos surdos consideraram que foi de fundamental relevância que os interpretes recebessem previamente o material, conteúdo da prova, melhorando assim, a qualidade da interpretação.

Umas das principais preocupações segundo Schick, Willians e Bolster(1999) que a autora identificou em seu estudo, foi a disponibilidade de intérpretes que têm habilidades avançadas, estes precisam ter uma fluente utilização do vocabulário de sinais, onde complexas construções gramaticais não são nenhum problema, pois conseguem criar estratégias para que a comunicação seja de feita de forma clara.

A autora também cita Tune (2001), que refere-se ao papel do intérprete educacional que trabalham com crianças surdas em escolas comuns:

- Interpretar o que está sendo dito, informando a mensagem fielmente,

- Colocar-se de maneira em que o aluno possa visualizá-lo simultaneamente com o professor,

- Esclarecer as dúvidas que surgirem na hora da interpretação com o professor ou palestrante, evitando assim, uma interpretação errônea.

- Interagir com o0 professor

- Estudar o conteúdo e planos de aula

- Manter toda a informação relacionada à interpretação estritamente confidencial dentro dos membros da equipe educacional

- Participar de oficinas e reuniões profissionais, a fim de aumentar o conhecimento e habilidades

- Inteirar-se sobre as políticas e procedimentos da escola

- Relatar todos os interesses do aluno ao supervisor

- Servir como ligação, e fornecer informações ao aluno, ao professor e à equipe de funcionários para que o aluno se beneficie mais da interpretação.

Já no espaço universitário, Napier (2002), analisou os interpretes da língua de sinais Australiana e, constatou que alguns intérpretes mudam o estilo de tradução, entre métodos livres e literal de interpretação. Usam estratégias lingüísticas para lidar com as influencias do ambiente sociolingüísticos do discurso. Para este autor, a formação desses interpretes tem grande relevância quanto a características lingüísticas e densidade léxica do texto na sua interpretação.

Para a autora, apoiando-se na teoria de Gati (2003), não há método sem teoria, para melhor compreensão da pesquisa, Regina Maria entrevistou quatro interpretes, dois que atuavam na educação básica em escola publica inclusiva do ensino fundamental e dois que atuavam no ensino superior em uma instituição particular. A entrevista foi feita a distancia e direcionada num roteiro de 12 questões, subdivididas em categorias. Ao analisar os depoimentos, a autora concluiu que: Os intérpretes educacionais no Ensino Fundamental trabalham também como educadores, ensinando comportamentos próprios da cultura escolar, saindo por diversas vezes da sua função. Os intérpretes no Ensino Superior desenvolvem algumas orientações da dinâmica da universidade, no entanto, estão mais preocupados com as questões lingüísticas. Essa afirmação concorda com os achados de Kelman (2005) e Albres (2006).

Sabemos que grande tem sido a luta da comunidade surda, para que se faça valer seus direitos no meio social e acadêmico mas, principalmente no ensino fundamental há uma forte pressão para a criação de escolas bilíngües , cooperando assim, para que não haja atraso no desenvolvimento da linguagem da criança surda.

Podemos concluir que há um caminho longo a percorrer, tanto para a comunidade surda quanto para os interpretes de língua de sinais, considerando que ao interpretar, o interprete está fazendo a voz do surdo, ele é o locutor, as escolhas e estratégias de tradução, compete apenas a ele.

Portanto, cabe ao intérprete desenvolver seu papel de maneira íntegra e profissional respeitando e fazendo respeitar o seu trabalho, cooperando no que for necessário para levar acessibilidade ao surdo, mas, estabelecendo limites no que diz a respeito da sua função.

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