A Resenha Gramatical
Por: Juliana2017 • 16/5/2018 • 1.902 Palavras (8 Páginas) • 346 Visualizações
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Já em “As gramáticas descritivas recentes” aborda sobre as gramáticas no âmbito da linguística contemporânea com suporte de teoria e com base em variedade ou modalidade. No livro, Gramática de Usos do Português (2000), de Maria Helena Moura Neves, descreve o uso da língua destinados a jornais, na perspectiva da Teoria Funcionalista. Em Gramática da Língua Portuguesa, escrita por Maria Helena Mira Mateus (2003), com base gerativista, descreve o português europeu contemporâneo utilizando dados reconhecidos.
Mas adiante, é mencionado outras gramáticas que perpetuam essa linha de abordagem, que inclusive, recentemente o gramático Ataliba de Castilho em Gramática do Português Brasileiro (2010), e o Marcos Bagno, em Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (2011), que valorizam a língua que falamos.
No último parágrafo dessa proposição que é a Gramática, o objetivo discutido não é apresentar normas e sim mostrar que são descritivas, que podem ser sincrônicas, históricas e comparadas.
Na “Gramática da fala, gramática da escrita e a tal adequação linguística”, introduz com o assunto da gramática da fala, sendo ela dinâmica e variável e a da escrita conservadora, havendo sempre uma distância entre as modalidades, seja em qualquer língua. A partir disso, o trabalho do letramento e o ensino da escrita nas escolas padronizadas só podem ter sucesso, levando em conta essa distância, os professores tem que ter precedência da fala sobre a escrita e noção de que os alunos dominam completamente sua língua (gramática internalizada formada), porém, precisam de apoio para aprender tudo que não está no presente nos dados da sua aquisição. Para isso, necessitará de prática de leitura e da escrita na construção para o êxito.
Convém lembrar, a distância entre a fala e a escrita do Brasil e as normas das gramáticas tradicionais e nos livros didáticos codificadas das normas lusitanas dos fins do século XIX, que vinha desenvolvendo-se no Brasil desde o período colonial. Nessa perspectiva, a gramática brasileira começou a se impor nos textos escritos, e o que se vê é o conflito entre os traços da gramática lusitana e a brasileira, levando a casos de hipercorreção – traços que não fazem parte nem da escrita de Portugal nem do Brasil. Logo, vingou a raiz do fenômeno que veio a ser tratado como “adequação linguística”.
Em torno do século XX, a fala e a escrita foram atribuídas em uma oposição formal x informal, atribuindo a docilidade do brasileiro e a maior rispidez do europeu.
O português brasileiro houve uma situação mais grave. Na medida, que algumas normas de uso do português brasileiro, que eram comuns no português europeu nos séculos XVI e XVII, foram retiradas das normas as gramáticas, pois desapareceram do português europeu. Mas, por fim, o português brasileiro evoluiu e modificou ao longo de todo o século XX e continua se modificando.
Portanto, muitas normas prescritas não fazem parte da nossa gramática (internalizada), mas com força da tradição escolar, estão presentes na língua escrita dos meios de comunicação e da academia. Criou-se uma distância entre fala e escrita, e somente os indivíduos que estudavam tinha o privilégio de aprender formas da ausência da gramática e modificar a gramática em situações de formalidade.
Confundido por adequação da linguagem, citado no parágrafo anterior, ilustra exemplos referentes ao tratamento do nível de educação do falante. Aos que preconizam a adequação, só querem a mudança de gramática nas situações formais.
O mais frequente dos exemplos tratando-se de argumentação a favor da adequação linguística são os diálogos após uma partida de futebol em oposição as falas num congresso. O que acontece, principalmente no Brasil, que sempre acompanham-se os xingamentos (em conversas) atribuídos ao indivíduo por ter cometido algum erro no jogo de futebol e independente do nível de escolaridade de qualquer pessoa, é fato a menção do xingamento no contexto informal.
Outra maneira equivocada de explicar “adequação linguística” afirmando a seguinte expressão “assim como ninguém vai a um casamento de biquíni, não se pode aprovar certos usos gramaticais em determinadas circunstâncias”, isso em relação ao falante escolarizado em contato com a leitura, é capaz de monitorar sua fala a ponto de conseguir fazer essa “mudança de gramática” sem confundir o uso de gírias, palavrões e expressões inadequadas a certos contextos.
É preciso ter um cuidado com os exemplos que confundem a adequação da linguagem com a mudança de gramática. Bom seria, abandonar o termo adequação por mudança de gramática, assim qualquer falante irá saber comportar-se de acordo com o contexto.
No último subtópico, “Informalidade e Gramática”, Duarte e Serra esclarece sobre o gênero musical Rap (conhecido como gênero musical urbano, com traços do hip hop, direcionado ao público jovem e oriundo da década de 70). Por sua vez, as letras dos Raps constam características de muita informalidade, irreverência, com termo de baixo calão, que aparecem atualmente em matérias de jornais. Em seguida, as autoras questionam para a dedução sobre a gramática no RAP português, a gramática no gênero informal e exemplos de RAPs lusitanos e brasileiros.
Em resumo, das palavras pronunciadas, das duas variedades, o que se revelam nas letras, é que na gramática do gênero musical de Portugal apresenta uma gramática parte da aquisição dos portugueses (aprendida na escola). Em relação, as letras brasileiras revelam traços característicos da nossa gramática adquirida sem deixar de introduzir a gramática escolar. Ou seja, os portugueses tanto os brasileiros são adequados, cada um com sua gramática.
Por conclusão final, Maria Eugênia e Carolina Ribeiro encerram a discussão trazendo reflexões da própria gramática. O que se vê na gramática da escrita são semelhanças da gramática dos portugueses por conta da formalidade da gramática escolar que não se vê na gramática dos brasileiros. Referido no artigo, Freire postulou os extremos [-formal/+formal] para designar os pontos entre os textos em quadrinhos (próximos da fala) entre os ensaios de revistas dirigidas ao público letrado, que inclusive menciona os fenômenos do uso clítico acusativo e dativo para referenciar a terceira pessoa.
A gramática que ensinada na escola,
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