Senador Pompeu o Nascer de uma Cidade Sobre os Trilhos

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Assim sendo, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a importância da estrada de ferro como fator de mudanças culturais, sociais e econômicas do município de Senador Pompeu e como objetivos específicos analisar a expansão das ferrovias a nível nacional; perceber o papel da estrada de ferro na expansão urbana local e analisar o porquê da inexistência do trem de passageiros nos dias de hoje, levando-se em conta que se trata de um meio de transporte urbano seguro e acessível à maioria da população.

Metodologicamente, pretende-se trabalhar nesta pesquisa com uma História que procura problematizar os fatos não deixando apenas sua interpretação a fontes escritas. Essa nova história traz um vasto campo de investigação, que permite a análise dos fatos através do olhar crítico do historiador/pesquisador, mas também permite que todos os atores sociais envolvidos nos acontecimentos se manifestem.

Portanto, fazem parte deste trabalho as fontes documentais como recortes de jornais, revistas, atas da Câmara Municipal, entre outras, uma vez que as mesmas não podem ser negligenciadas, por se tratar de uma fonte de pesquisa que tem um importante valor. Contudo, a história oral estará presente em toda a pesquisa:

“Quando houver discrepância entre a evidência escrita e oral, não quer dizer que um relato seja mais fidedigno que o outro. A entrevista pode revelar a verdade que existe por trás do registro oficial, ou então, a divergência poderá representar dois relatos perfeitamente válidos a partir de dois pontos de vista diferentes, os quais em conjunto propiciam pistas essenciais para a interpretação verdadeira”.[2]2

Neste contexto, o trabalho aqui realizado terá como fonte de pesquisa metodológica a história oficial, isto é, a história contada pelos “vencedores” ou grandes “heróis” e a história oral, esta última representada pelos depoimentos das pessoas que viveram a época da estrada de ferro, como passageiros, donos de hotéis, vendedores ambulantes, maquinistas, donas-de-casa, etc, e que hoje guardando a memória histórica podem relatar suas opiniões. Nesse sentido, o depoimento a seguir é bastante esclarecedor:

“As moças da cidade vestiam sua melhor roupa, calçavam seu sapato mais bonito e se maquiavam para ir a estação esperar o trem chegar e sair. Para nós, que passávamos o dia fazendo as obrigações da casa, esse era o melhor divertimento”. [3]3

Pode-se ver como, os depoimentos são fundamentais para a análise do tema, que não deve ser discutido apenas sob a visão dos documentos oficiais acima citados, haja vista que as fontes escritas muitas vezes escondem a fala dos vencidos, deixando a história ser interpretada somente pelos feitos dos grandes “homens” como é o caso de Thomás Pompeu de Souza Brasil, visto como aquele que trouxe a estrada de ferro para Senador Pompeu. Essa nova forma de analisar a história permite que o pesquisador analise o modo de viver, de pensar e agir de uma sociedade:

“A história social passa a ser encarada como perspectiva de síntese, como reafirmação do princípio de que em história todos os níveis de abordagem estão inscritos no social e se interligam”. [4]4

Fazem parte, portanto, desse trabalho a pesquisa de campo e a utilização da história oral, baseada nas entrevistas, pois é preciso buscar entre os velhos a memória, elemento capaz de apoiar e ligar o presente ao passado.

Por isso, após colher as entrevistas será feita uma análise do material pesquisado com o objetivo de se realizar um trabalho que seja fiel aos fatos, sem necessariamente sermos factualistas, mas buscando informações que contribuam para que o objetivo do trabalho seja alcançado.

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