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Rotas de Migração Forçada África x Brasil

Por:   •  13/4/2018  •  2.120 Palavras (9 Páginas)  •  247 Visualizações

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Em primeiro lugar, para Paul Lovejoy e John Thorton os quais definem que a ideia de nação está relacionado às etnias africanas, as quais conforme Junior (2009), utilizada pelos membros da comunidade escrava para identificar- se internamente. Eles discutem que existem 3 grandes zonas culturais que posteriormente podem ser divididas em sete subzonas. Essas zonas eram a da Alta Guiné a qual possuía as subzonas mande (interior e a costa em Gâmbia e Serra Leoa), as línguas do norte do Atlântico Ocidental (jalofo e harpulaar ao longo do rio Senegal) e as línguas do sul do Atlântico Ocidental (ao longo da costa do rio Gâmbia a cabo Mount).

Em segundo lugar, para Mariza de Carvalho Soares as nações são fruto do grupo de procedência, ou seja, dos locais de onde vieram a partir do tráfico negreiro. Ela confirma isto a partir do seguinte dado:

A pertença a uma nação é definida no bojo do Império português pelo vínculo a uma identidade territorial (ou seja, pela procedência) e não pela ancestralidade ou parentesco fazendo, portanto, parte do universo colonial e não da bagagem cultural de cada grupo. (Mariza de Carvalho Soares,

2004, p. 319).

Por último, Luís Nicolau Parés e Jesús Guanche utilizam da classificação de nação por denominação metaétnica que conceitua-se pela aglomeração de grupos diversos, porém aparentados lingüística e culturalmente, ocupando territórios contíguos e embarcados para a América nos mesmos portos. Segundo Parés (2007), o conceito de denominação metaétnica é útil apenas para descrever o processo pelo qual novas identidades coletivas são geradas a partir da inclusão, sob uma denominação

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de caráter abrangente, de identidades inicialmente discretas e diferenciadas. Dessa forma, Kátia Matoso (2004), faz uma crítica a essa denominação através

do seguinte trecho:

O conceito de denominação metaétnica é útil apenas para descrever o processo pelo qual novas identidades coletivas são geradas a partir da inclusão, sob uma denominação de caráter abrangente, de identidades inicialmente discretas e diferenciadas. Utilizando essa terminologia, poderíamos dizer que os traficantes e senhores do Brasil colonial foram responsáveis pela elaboração de uma série de denominações metaétnicas [...] enquanto outras, como o caso nagô, já operativas no contexto africano, foram apropriadas e gradualmente modificadas no Brasil.

As Rotas de Mig ração Forçada entre Brasil e Áf rica

O tráfico negreiro era de extrema rentabilidade para os portugueses, brasileiros e traficantes de outras nações, mas também muito vantajoso para os africanos. Isto é afirmado, pois eles faziam escambo com os colonos e os trocavam por cobiçadas mercadorias do Novo Mundo, especialmente o tabaco.

Os escravos negros eram obtidos de diversas formas, dentre elas destacam-se quatro: captura direta por parte dos europeus, minoritária porque os colonos não conheciam muito o território africano e não tinham técnicas eficientes de apresamento dos cativo; guerras de apresamento de escravos promovidas por reinos africanos costeiros; fornecimento por meio de rotas comerciais para o interior do continente no qual os escravos se adentravam cada vez mais no continente africano em busca de cativos; produção local (judiciária ou fiscal) de escravos cujos cativos eram negros que estavam presos por ter cometido algum crime.

Os agentes do comércio de escravos também eram comerciantes e casas de crédito da Europa ou América, feitorias, presídios e postos comerciais europeus na costa africana, intermediário e agentes comerciais euro-africanos, reis, chefes e comerciantes africanos.

Segundo o historiador Charles Boxer, o grosso dos africanos escravizados obtidos pelos portugueses na África ocidental foi de início comprado na costa da Guiné e quase todos pertenciam à etnia sudanesa ocidental. Guiné era o termo usado para denominar uma região mais ampla que a Guiné atual, e ia da embocadura do rio Senegal até o rio Orange. Os destinos principais dessa rota eram o nordeste e norte do Brasil.

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Outra região de grande destaque de comércio escravista era a de Angola, mais precisamente os portos de Luanda e Benguela os quais enviaram um grande contingente de indivíduos para o Brasil, principalmente, com destino ao Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

Além desses, um outro porto de grande relevância para as rotas comerciais escravistas era o da Rota da Mina que saiam da Costa dos Escravos, os portos de Lagos, Calabar e São Jorge da Mina. Os portos que recebiam escravos das Minas eram o Rio de Janeiro, Recife, Maranhão e Salvador, este recebeu indivíduos até o final do século XIX.

Por último, outra região que trouxe escravos para o país tupiniquim eram as ilhas africanas ocidentais, ou também chamadas zonas da África oriental cujos territórios hoje estão representados por Madagascar e Moçambique.

Segue ilustração com as principais rotas do tráfico negreiro para o Brasil:

Figura 2 – Rotas do comércio de escravos – Fonte Só História

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Números de escra vos que vieram ao Bras il

Como dito anteriormente, o Brasil foi o país que mais importou escravos africanos durante o período escravagista que teve como anos significativos o período de 1551 a 1900.

De acordo com a tabela 1 abaixo, destaca-se o comércio entre a Metrópole e colônia, mas também foi bem relevante a pirataria que era um mercado de extrema rentabilidade para quem a praticava. Os países que mais tinham essa prática eram a Grã Bretanha, Holanda, Espanha e os Estados Unidos. Segue tabela abaixo com os números absolutos de escravos

desembarcados no Brasil no período de 1551 a 1900.

Escravos Desembarcados no Brasil

Espanha/ Uruguai

Portugal

/ Brasil

Grã

Bretanha

Holanda

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