RESENHA: Contribuição à semântica dos tempos históricos

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No quarto momento o autor diferencia-os entre as atribuições de cada um, somada aos níveis de argumentação. Ele critica a atribuição maior de realidade para um ou para outro pelo fato de que isso culminaria na diminuição da história, por ela depender da alternância desses níveis de argumentação, deduzindo um de outro. Entretanto, essa simples alternância, para o autor, não resolveria o problema e conclui: “Tudo pode ser explicado, mas não de qualquer maneira.” (pg. 141).

Quanto à tarefa do historiador, ele explicita que eventos e estruturas são igualmente “abstratos” para o conhecimento histórico, dependendo do nível temporal em que estamos posicionados e, com isso, ser a favor ou contra essa realidade histórica do passado não é uma opção. Um ponto negativo é que o historiador estará sujeito aos testemunhos da realidade passada ao passo que, de um ponto de vista positivo, quando interpreta um evento a partir das fontes, ele se aproxima daquele narrador literário que se submete à ficção contida nos fatos para que sua narrativa seja mais verossímil possível.

Na última parte explica as mudanças que levaram a afetar a História Magistra Vitae. No que diz respeito à sua estrutura temporal formal, deve-se indagar em que nível a história se estabelece como a mestra da vida, visto que esse termo foi afetado pela alteração do significado de estrutura e evento em longo prazo.

A história só instrui sobre as condições de uma possível existência do futuro e, segundo Koselleck, a história diz respeito ao nível da duração meta-histórica, motivo qual não está situada fora do tempo. A história só informa sobre a possibilidade de repetição dos eventos, é lá que ela deve demonstrar possuir condições estruturais capazes de desencadear algo como um evento análogo.

Em suma, um planejamento para quaisquer eventos futuros só será possível com uma análise previa de eventos passados. Ele enfatiza bem esta questão, a história refere-se às condições de um futuro possível e distinto, sem que com isso exclua a possibilidade de condições estruturais para que ocorra repetição dos eventos.

Referências Bibliográficas:

- KOSELLECK, Reinhart. Representação, evento e estrutura, In: Futuro passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006, p. 133-145.

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Reinhart_Koselleck.