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RELATÓRIO MUSEU SENZALA

Por:   •  29/8/2017  •  2.606 Palavras (11 Páginas)  •  1.220 Visualizações

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Quilombo dos Palmares é um exemplo digno, Redenção é outro exemplo; histórias de resistência e libertação é o que marca a vida desses povos; marca muito diferente e maior que a feita a ferro quando eram vendidos”. A marca que falo é a do coração de cada um, marcas paternas e maternas que o chicote não conseguiu tirar, a vontade e o querer.

Com este contexto início dizendo que no dia 10 de outubro (Quinta-Feira) a turma de Ciências da Natureza e Matemática da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a qual faço parte, visitou, sob a supervisão do professor Dr. Carlos Subuhana, o “O Museu Senzala Negro Liberto” localizado na cidade de Redenção – CE o qual – desde a escravidão – se ocupa na fabricação de cachaça.

Esta iniciativa partiu do já ressaltado Dr. Carlos Subuhana, professor da disciplina Tópicos Interculturais dos Espaços Lusófonos para arredondar sua aula sobre escravidão, resistência e libertação. O que foi um boa escolha da sua parte já que o museu é de fácil e rápido acesso, devido se localizar na cidade vizinha do Campus dos Palmares – que é onde ocorre o exercício do nosso curso, Acarape – Ce.

Tendo o requerimento de elaborar um relatório desta visita é que redijo o seguinte documento. Cuja metodologia teve como base o resgate do que aprendi na hora da visita, o auxílio de algumas anotação, e por último e não menos importante o subsídio repassado por nosso professor Subuhana dentro de sala de aula. Com essas ferramentas é que pude concluir este trabalho.

MUSEU SENZALA NEGRO LIBERTO

ENTRADA NO MUSEU

Logo na entrada do museu [IMG 1.0] tivemos que pagar uma taxa de R$ 5,00 (cinco reais) para o direito à visita. Depois da quitação e já às portas fomos recepcionados por um dos guias do museu, Wamberg Dias, o qual revelou extrema importância para o nosso entendimento histórico e estrutural do rico artefato regional.

No início, Wamberg pediu a todos que em voz alta lêssemos uma frase estampada na parede da estrada que diz: “Não devemos esquecer nunca que milhões de seres humanos foram arrancados de suas terras para servir de escravos nas plantações do Brasil. Nosso País deve muito ao trabalho e aos ensinamentos dos povos africanos.” E assim, iniciamos nossa visita.

Partimos então para o primeiro compartimento, onde localizava-se os instrumentos utilizados para moer a cana de açúcar, desde a escravidão até os dias de hoje. O primeiro e mais antigo foi o primeiro a ser exposto. Uma apedra denominada “pedra mó” [IMG 2.0] a qual data-se de 1883 e foi a primeira “ferramenta” usada para a fabricação de cachaça, no primordial momento do moer à cana.

O segundo foi uma máquina a vapor [IMG 3.0] datada de 1913. Esta funcionava da seguinte maneira: a cana era colocada em um moedor metálico e tinha que ser posta várias vezes dentre as duas rodas contrárias que se encontravam no compartimento para a finalização do processo. Isso revelava uma lentidão e também um perigo, pois o escravo, neste processo de pôr e repor a cana na moenda, podia prender a sua mão e assim ser levado junto e moído, para evitar isso, portavam de uma faca ou objeto cortante para no caso da prenda poder cortar sua mão antes de ser levado junto. No entanto como os casos foram aumentando e a lentidão dificultando o aumento da renda do proprietário, esta ficou inativa em 1925 e a atual máquina [IMG 4.0] foi ativada, a qual funciona a 20% de eletricidade e 80 % a vapor, mais eficiente e mais rápida foi mantida até hoje.

Nesta máquina a cana é moída e o caldo é levado por toneis até o timborde/ vinhoto/ vinhaça, onde é fermentado e depois azedado passadas 24 horas, assim ele é fervido e logo após destilado, descrito então, o processo da fabricação da cachaça.

Finalizando esta breve apresentação do modo como a cana é feita, Wamberg mostrou-nos um mapa do museu [IMG 5.0], para que assim, tivéssemos a noção do que estava por vir.

Tendo visto ao mapa seguimos então para a Casa Grande.

A CASA GRANDE

Ainda na porta da casa avistamos uma cabeça de boi com uma carrafa de cachaça dentro e justamente na boca do boi havia uma torneira onde saía a cachaça. O guia disse que os coroneis costumavam beber diretamente na boca do boi como um sinal de poder, força e sobreposição aos escravos.

Dentro da casa podemos conhecer (por uma foto) os antigos coronéis e proprietários da fazenda. Na sequência: Simeão Jurumenha (Português), o qual foi o primeiro proprietário que vendeu a fazenda com 100 hectares para o Coronel Juvenal de Carvalho, este aumentou a fazenda de 100 para 524 hectares de extensão (extensão de hoje). Depois o Coronel Carvalho vendeu a fazenda para o Sr. Gaudioso Bezerra Lima e desde o mesmo, veio sendo passada de pai para filho. Hereditariedade que chegou atualmente nas mãos de Hipólito Rodrigues de Paula Filho (atual proprietário).

Seguindo avistamos a sessão dos instrumentos de tortura, onde na sala avistamos a pintura da escrava Nastácia, como uma homenagem a mesma. A qual foi torturada com 15 anos de idade, no Rio de janeiro, depois de não ter aceitado se relacionar sexualmente com o seu proprietário. Vale lembrar que na pintura a escrava estava amordaçada.

As histórias não pararam, quando fomos à cozinha, o guia relatou um conto da Senhora Maria Estala (tataravó de escravo da fazenda, viva até hoje), a qual diz e afirma que certa vez uma ama – de – leite deixou cair de seus braços, o filho recém-nascido do patrão. E como forma de tortura a mesma passou por várias sessões de tortura como açoitada e depois banhada por urina de rato; queimada aos poucos, uma parte corporal de dia em dia diferente; e visto que não morria foi enterrada viva (na senzala). Depois disso, foi interpretada a lenda de que ela ainda permaneceria como foi enterrada.

Saindo da cozinha visitamos uma sala, no qual havia uma amostra das cachaças produzidas pela fazenda: Douradinha (1873) e a Cearense (2003, 5 de março de 1884, 1 ano depois da abolição da escravatura).

Na sala seguinte encontramos uma amostra de documentos após escravatura, entre os quais se destaca a réplica da carta assinada por D. Pedro II parabenizando pela abolição. O documento vem se referindo a Acarape, este, era o antigo nome do local “Vila de Acarape”. Acarape passou a ser o município vizinho e a vila passou a ser Redenção. Vale ressaltar também, que não há nenhum documento do real tempo da escravatura em

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