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Casa grande e senzala IV

Por:   •  14/9/2017  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  546 Visualizações

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Os negros vindos da Angola eram batizados e aprendiam sobre os deveres (dogmas) e participavam do culto. Os negros sofrerão pressão social e contágio religioso. Para Joaquim Nabuco, os escravos tornados cristãos fazem mais progresso na civilização. Os meninos recebiam das suas amas muita bondade, afagos, sensibilidade e a religiosidade. Então, concedido parte do culto para os negros, fizeram de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, seus patronos da irmandade. A religião certamente foi um ponto de encontro entre o senhor e o escravo. Festas como Reis, Natal e Carnaval aproximaram as duas culturas.

As crianças que faziam xixi na cama sofriam com o medo e a aplicação de castigos, pois a incontinência representava preguiça e mau hábito.

Aparece aí, a figura “comadre”. “Curadoras” especialmente de doenças ginecológicas. Eram parteiras e benzedeiras. Os remédios caseiros eram feitos de ervas, muitas delas prejudiciais à saúde. Era imensa a mortalidade infantil na casa-grande e na senzala, principalmente pela falta de higiene básica infantil; havia um supersticioso horror ao banho e ao ar. Outros fatores contribuíram para a alta taxa das mortes infantis: comidas fortes, vestuário impróprio, aleitamento mercenário, moléstias contagiosas, falta do tratamento médico, dentição e vermes, umidades das casas (mofo) e diferentes temperaturas. Havia uma causa social e econômica que também prejudicou o desenvolvimento das crianças na época: a falta de educação física, moral e intelectual das mães, e mais, idade dos cônjuges, enfim, uma grande negligência. As doenças mais comuns eram “mal dos 7 dias”, sarampo, lombrigas, comer terra e cal (anemia). Vícios e doenças que não tinham tratamento médico e recebiam apenas castigos e vigilância.

Os meninos iniciavam sua vida sexual com animais e algumas frutas (melancia, bananeira), mas foi a mulata que antecipou a vida erótica dos meninos. Tinha-se apreciação de que os meninos desde cedo deflorassem as meninas. Pois, assim, aumentariam o rebanho e o capital paternos. E excitados sexuais ao extremo os senhores davam a ordem e as mulatas submissas, obedeciam... Parte de um sistema de economia patriarcal. Convém relatar que as mulatas tratavam seus meninos com mimos, afagos, muito calor. O excesso de dengo se manifestava na paixão que o senhorzinho ao se casar, precisava do pano com o cheiro da sua mucama para excitar-se na relação com a esposa. Os meninos de engenho se relacionavam mais cedo e adquiriam mais experiência com as mulheres do que os do sertão; assim como os meninos do sul dos EUA mais precoces nas relações do que os do norte-americano. Criavam-se garanhões desde pequenos e mulatas para ventres geradores. Os brancos foram o elemento ativo e o negro, elemento passivo. Meninos crianças ainda cresceram armados sempre pronto para enfrentarem surpresas de índios ou animais selvagens. Uma precocidade que os fez participarem das angústias e preocupações da vida adulta. E prazeres sexuais também. A virtude branca apoiando-se na prostituição dos negros.

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