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Populismo e Processo Cubano

Por:   •  15/5/2018  •  2.184 Palavras (9 Páginas)  •  258 Visualizações

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Em 1952, nas eleições anuladas por Batista, uma figura que ganha destaque é Fidel Castro, um recém-formado advogado pela Universidade de Havana que assumiu a candidatura a deputado pelo Partido do Povo Cubano (Ortodoxo). O candidato era o favorito na disputa pelo cargo, possuía o apoio do movimento estudantil, fatos que incentivaram ainda mais Fulgencio a efetuar o golpe.

A frustação e descontentamento sobre a situação do golpe de Estado cria um movimento que tem a crença de que o retorno da normalidade democrática só será garantido com a derrubada do regime Batista. Espalhando uma dinâmica oposicionista, da qual o processo inaugura uma nova fase da história política latino-americana.

Em 1953 o movimento de oposição a ditatura de Batista, liderado por Fidel Castro, atingiu um número expressivo de militantes e simpatizantes; operários, empregados administrativos, estudantes, agricultores, profissionais liberais, trabalhadores autônomos, taxistas, professores e soldados. Desses militantes (aproximadamente 1200) 165 foram selecionados para a primeira ação revolucionaria que tinha como propósito convocar uma greve geral, desencadeando um processo de revolta contra do regime Batista, a ação consistia em assaltar os quartéis de Moncada e Bayamo, na província de Oriente. O ato não teve sucesso e as primeiras lideranças, entre elas os irmãos Raul e Fidel Castro foram presos e depois exilados no México onde conheceram um sujeito que seria de grande importância para a luta cubana iniciada em 26 de julho de 1953, o Argentino Ernesto Che Guevara de la serna, que fez medicina no mesmo período que a Argentina vivia sob profundas divisões em torno do regime peronista. Che nesse período de exilio dos irmãos Castro se encontrava na embaixada da Argentina no México onde foi obrigado a viver, após o golpe de 1954 na Guatemala.

Fidel Castro em 16 de outubro escreve um importante documento em sua defesa onde expõe detalhamentos sobre os objetivos da ação revolucionaria – “ A história me absolverá”. Se tratava de um programa de transformação política, sociais e econômicas que orientariam o governo posterior a derrubada de Batista. Fidel afirmava que considerava como legitimo o direito garantido pela Constituição de 1940 contra a usurpação do poder por um governo ilegítimo.

Os alvos da luta revolucionária eram as oligarquias nacionais e os regimes políticos que os representava, apesar de no documento perceber a forte influência do capital americano em Cuba, Fidel não buscou confrontação com os Estados Unidos, concentrando-se na burguesia nacional, era previsto também um ataque às instalações do Exército o que não significaria um ato contra os soldados, aos quais Fidel gostava de deixar claro seu respeito e afirmava os soldados fazerem parte do povo. Deixando claro a ideia de opressor e oprimidos que para ele era representado por: desempregados, operários rurais, trabalhadores industriais e braçais, pequenos agricultores, professores, pequenos comerciantes, jovens profissionais, etc.

O programa Moncada propunha 5 leis principais revolucionarias:

- Constituição de 1940 como lei fundamental do Estado;

- Terras a camponeses que ocupassem pequenas porções até um total de cinco caballerias (13.430 m²);

- Direito aos trabalhadores assalariados de participar em 30% dos lucros das grandes empresas industriais, extrativas e comerciais;

- Aos colonos 55% de participação nos lucros da cana-de-açúcar e uma cota mínima de 40 mil arrobas aqueles estabelecidos por um mínimo de três anos;

- Confiscava todos os bens obtidos a partir da malversação dos recursos públicos, atingindo todos os governos.

Pautas sobre reforma agrária, sistema educacional e nacionalização de empresas telefonia – eletricidade, também eram discutidos no programa. O objetivo era afetar problemas como a ausência de liberdade e de democracia, questões vinculadas a terra e das condições de vida precárias da maioria da população, melhorando o acesso a moradia, a empregos e a educação. Discutir também, a precariedade da estrutura industrial e a dependência da exportação de açúcar para obter os produtos importados necessários ao consumo interno.

O programa também denunciava a pobreza e subdesenvolvimento de um país desigual que assim vivenciava um paradoxo – os indicadores econômicos equivalentes aos dos vizinhos latino-americano mais desenvolvidos e em alguns casos de países do capitalismo avançado. Quem era beneficiado com a característica da estrutura do sistema cubano desigual eram os setores nacionais da aristocracia rural. E nas principais atividades econômicas do país existia a presença do capital norte-americano: Refinarias de petróleo, usinas, plantações de cana-de-açúcar, sistema telefônico e eletricidade.

Em 1955 é obtida a anistia sobre o caso do assalto de Moncada, devido a um forte movimento popular e pelo cenário político favorável, em que Batista decide legalizar seu governo e convoca eleições no mesmo ano. O clima de abertura política (restrita) contribui para que Batista concedesse a anistia aos prisioneiros. O período de exílio no México de Fidel durou um ano e meio onde ele tratou de se dedicar a organizar estratégias de combate com o proposito retornar a Cuba e promover um novo ataque revolucionário. Mantem forte contato com a resistência clandestina no país, em especial o movimento M- 26 de julho (o nome remete a data de assalto a Moncada). Além de coordenar a resistência interna, o M-26/07 começa a enviar ao México grupos de militantes que irão integrar o grupo que embarcará de retorno para iniciar a luta armada.

O episódio da embarcação Granma foi bem simbólico, pois dá início a uma nova fase opositora no decorrer do processo que vai criando condições para uma revolução, o objetivo era: ao desembarcar em solo cubano promover um levantamento popular em terras cubanas no dia 30 de novembro, porém a embarcação só chega três dias depois da data prevista, a estratégia muda e a busca por apoio por terra se torna mais efetivo com adesão dos populares insatisfeitos com suas condições precárias de vida.

Paralelamente ao crescimento das ações armadas no campo, se fortalece o movimento nas cidades, onde parte da oposição moderada passa a assumir posturas radicais, ex: Diretório Revolucionário. Nesse contexto cresce o segmento oposicionista e em 1957 é divulgado o manifesto de “Sierra Maetra” que consistia em um programa mínimo de unificação das oposições contra o regime de Batista.

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