O Nascimento da Cultura Afroamericana
Por: Kleber.Oliveira • 2/4/2018 • 1.656 Palavras (7 Páginas) • 282 Visualizações
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- Necessidade de distinguir o social do cultural, mas devem ser analisadas juntas => Ex. da língua (línguas africanas => pídgin => crioulo) = é necessário analisar além dos objetos, palavras traços (cultura), as relações sociais conduzidas através deles (sociorelacional).
Contato e fluxos socioculturais nas sociedades escravocratas
- O sistema escravista carrega consigo uma contradição central: a relação entre a maioria escrava e a minoria euroamericana => o escravizado era considerado um bem e passível de serem tratados como animais, entretanto, eram reconhecidos como humanos e capazes. => não eram dois mundos hermeticamente fechados (idealização).
- Principal forma de contado => comunicação e delegação de poder; trabalho na casa do senhor, relações sexuais, comércio
- Relação de conflito (“dar e tomar”) => consciência de senhores e escravos que usavam formas diferentes de confronto => poder/dependência senhorial x resistência escrava => interdependência
- Os escravos afetavam a vida do senhor = controle de alguns setores, influência na cultura senhorial
- A cultura nessas relações: materiais culturais mediados pelas relações interpessoais, ex: cozinheiras = surgimento de uma comida crioula.
- Os processos de formação cultural não foram unilaterais, nem homogêneos.
- “Julgamos, antes, que uma interpretação adequada desses processos deve começar por um exame criterioso do que se conhece sobre os pontos de contato entre pessoas escravizadas e livres, e sobre os tipos de instituições (domésticas, econômicas, religiosas e políticas) desenvolvidas por cada grupo para favorecer seus interesses”. P. 55
- Apesar de importante, o sistema de status não controla todas as interações entre esses indivíduos. => Mas há normas de interação que buscam o controle dessas relações pelo europeu.
O Setor Escravo
- Entretanto, é importante pensar que esses setores, apesar de próximos, eram extremamente separados => relação contraditória, ex: mãe e filho - capataz.
- Instituições criadas pelos escravos = dentro do poder senhorial, mas fora de suas instituições => criação de instituições próprias separadas: as plantações de subsistência, o comércio.
- Criação de instituições eficazes entre os escravos que transformam um grupo misto em comunidade.
- Nesse sentido, as instituições são criadas para dar coerência, sentido e certo grau de autonomia dentro da escravidão.
Primórdios das sociedades e culturas afro-americanas
- Inicialmente, era necessário romper com os traumas da escravização (captura, viagem) => surgimento dos primeiros laços sociais ainda em solo africano => shipmate “parceiros de bordo”, malungo.
- Existência de pressupostos comuns na África => o tráfico de escravos cria novos vínculos sociais => com novos vínculos, novos sistemas culturais surgem. Ex: religião = pressupostos de causalidade e adivinhação em comum => novos vínculos sociais durante a escravização, novas estruturas institucionais => refabricação dos conteúdos culturais.
- Os laços criados em torno dessa nova cultura afro-americana se sobrepõem aos laços existentes entre grupos homogêneos
- A cultura afro-americana é dinâmica = o ataque à identidade pessoal do africano provocado pela escravização cria a necessidade de reafirmação da identidade do indivíduo => a heterogeneidade cultural dos escravos cria um sentimento de aceitação das diferenças culturais.
Cap. 5 - O que foi mantido e sobreviveu
- Propõe a substituição da idéia de continuidade direta pelos níveis de continuidade = é necessário analisar a herança afro-americana para além dos elementos culturais, deve-se levar em consideração o contexto social em que estão inseridos. Ex: entalhes dos quilombolas no Suriname parecido com os dos Acãs, mas foram criados no século XIX nas Guianas.
- “Perigos da extrapolação retroativa para a África” = pode haver continuidades, mas há também modificações. As continuidades diretas são exceções. Ex: comunidade Rada e cultos afro-cubanos.
- A manutenção e a sobrevivência cultural tem forte relação com a continuidade dos corpos de pessoal especializado. Ex: dificuldade em manter um rito religioso sem os sacerdotes, comunidade Rada em Trinidad.
Cap. 6 – Parentesco e papéis sexuais
- Importância de uma análise histórica partindo do continente africano para entender a ascensão da cultura afro-americana e suas instituições = vai além dos estudos etnográficos para entender a família negra.
“Um de nossos postulados principais tem sido que nem o contexto social nem as tradições culturais, por si mesmos, são capazes de explicar uma forma institucional afro-americana, e que o desenvolvimento das instituições deve ser visto em seu pleno contexto histórico.” P. 90
- Importância de distinguir os conceitos das instituições a se estudar. Ex: família é variável.
- Os escravos diante da ausência de parentes verdadeiros associaram os novos laços sociais aos de parentesco. A estabilidade do grupo dependeria do contexto escravista em que estava inserido. Ex: estabilidade da mão de obra, convivência do grupo, manutenção ou separação de famílias.
- Os laços de parentesco estão diretamente ligadas à noção de comunidade e, consequentemente ao Novo Mundo.
- A articulação de laços de parentesco depende da estabilidade da mão de obra
- Grande instabilidade e fluxo de mão de obra = dificuldade de criar laços genealógicos significativos.
- Constituição de pequenos grupos familiares = importância na cooperação econômica.
- O ambiente doméstico deixa muito claro a complexa relação de autonomia e submissão entre escravos e senhores.
- Divisão sexual do trabalho = continuidade em alguns lugares. Ex: mulheres feirantes no Haiti e Jamaica. => ligada aos conceitos da África Ocidental a respeito do comportamento feminino e masculino,
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