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O Espetaculo da Pobreza - Maria Stella Brescianni

Por:   •  17/3/2018  •  1.629 Palavras (7 Páginas)  •  245 Visualizações

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das empresas diminuindo também o capital social e amoral da comunidade criando posteriormente uma população jovem, ignorante e aspirante a degeneração tanto física quanto moral.

Quanto aos custos, os sanitaristas estavam a evidenciar as manutenções preventivas no saneamento já que investir na erradicação das doenças saíria bem mais caro, além de trazer mais prejuízos visto que boa parte dos operários viviam em condições de precariedade.

Os efeitos colaterais da precariedade nos bairros ruins de Londres perdura por tempos, jovens acometidos pelas más condições reclamavam da falta de emprego por conta de sua forma física, os mais variados setores produtivos entraram em crise e o número de mendigos crescem como uma praga à qual o número ultrapassa, inclusive o quantitativo de policiais, o que propiciava um levante por parte dos mesmos.

A partir da situação da falta de emprego houve aumento também em operações ilícitas por parte de pessoas pobres, estas que além de estar a margem eram consideradas os “resíduos da sociedade”, eram estas aquelas que não tinham suas vidas pautadas pelos valores constitutivos da vida social- o trabalho, a propriedade e a razão.

Houveram movimentos operários na década de 1880, novamente a multidão tornava as ruas relembrando aos contemporâneos o temor e o espanto entre os moradores de Londres da multidão amotinada, as manifestações deveriam ter cunho pacífico, entretanto a revolta e o enraivecimento ganha destaque.

Diferentemente dos anos 30 ou 40, o cenário tem uma drástica mudança já que a população dobra duas vezes demograficamente, sendo esta comparada a Viena, Berlim e Filadélfia. Neste fim de século os sentimentos expresso pelos ingleses bem nascidos são de apreensão e os lugares são ditos como intransitáveis para as senhoras nascidas em boas famílias.

É necessário realçar que na França a degradação não está apenas nos miseráveis ou bandidos separadamente, estes estão na mesma mescla degradante e por isso não são dissociados, fazem ambos parte de uma certa homogeneidade, assim como na Inglaterra preocupa-se com o custo econômico da miséria nos mais variados aspectos, já com os franceses a maior preocupação ficava com os custos políticos da ameaça da miséria às instituições.

Segundo Buret, as situações de miséria e nomadismo são evocadas justamente pelo sistema industrial vigente que tornando o futuro incerto, aproximando, inclusive as massas a selvageria nos quais o trabalho traz incertezas quanto a empregabilidade.

Na Inglaterra do século XIX, o medo da multidão amotinada possui uma nova cara, nesta nova versão, mesmo aqueles que defendiam as grandes cidades, escolas, assim como grandes fábricas enfatizam sempre o medo das grandes massas humanas. Comparam as multidões com a expansão do oceano, ou seja, uma característica lenta e gradual da sociedade e que não há como contornar.

Tal concepção continua por deixar todos muitos apreensivos assim como em Londres, cidade em que mantém a imagem de perigo iminente, perigo este visto como um “tumor” que deve ser retirado.

Ao ser desfeita a imagem negativa do trabalho, que por sua vez ganha uma imagem positiva, visto que colabora para a economia social, o trabalhador é visto de forma diferenciada dos vagabundos sendo estes um ônus econômico para a sociedade, já que se apropria, independente dos meios dos trabalhos dos outros.

Os textos ingleses do século XIX, revelam a preocupação na diferenciação entre trabalhadores e vagabundos, além da construção de projetos e estratégias para incluir forçosamente essas pessoas consideradas fora ela sociedade mercantil, ou extingui-las de vez, já que além de ônus social, representavam também um ônus vital por não sustentarem famílias através de seu trabalho.

Em Lock, fica claro que no que concerne a criação de novos direitos, para os que adentram a sociedade civil, é terminantemente recusável tal premissa, a que simplesmente haveria uma rendição à autoridade civil, garantindo que os direitos naturais fossem protegidos.

Os assalariados são então diferenciados dos vadios, no entanto, possuem apenas sua força de trabalho para sua subsistência, geralmente não se juntavam com os ricos para defender seus interesses.

O processo de industrialização ao mesmo passo que se expandiu trazia também muitas desigualdades sociais, tais impactos fora denominado de “questão inglesa”.

Quando o custo de manutenção de desvalidos passa de 4 para 7 milhões de libras no ano de 1830, acontecem diversas mudanças no âmbito da políticas sociais assim como as leis dos pobres, oferecendo auxílio entre, entretanto impondo às pessoas o trabalho compulsório.

Em meio a essas movimentações, a visão do homem mais abastado para com o pobre muda, percebe-se que o desemprego não equivale a forma de resistência por parte dessas pessoas e sim como um problema de estrutura da própria sociedade industrial que produz seus resíduos e não sabe onde os colocar.

A França do século XIX, mais precisamente em Paris teme as Jornadas revolucionárias, assim como a aglomeração de pessoas manifestando suas exigências e interesses.

O sentimento revolucionário quase sempre ressurgia em bairros operários, se perpetuava como imagem de volta ao estado natural, o qual funcionava antes da máquina estatal se instalaria, estava a preocupação

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