Estudo sobre Maria Montessori
Por: Kleber.Oliveira • 6/1/2018 • 1.308 Palavras (6 Páginas) • 518 Visualizações
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Neste ponto, diante desse quadro absurdo, Montessori se questionou sobre o que deveria ter de errado com as escolas tradicionais, para que crianças com plena capacidade de obterem resultados excelentes nos testes se saíssem com resultados piores do que suas crianças com dificuldades. Foi então que abriu mão da Medicina, e decidiu se dedicar inteiramente à Educação - carreira que evitou desde menina.
Formou-se em Pedagogia e estudou Antropologia. Em sua carreira como pedagoga, teve a chance de trabalhar com essas crianças que não apresentavam nenhuma característica especial, e assim testar sua intuição acerca do aprendizado por meio dos sentidos. A "Casa dei Bambini era para ser uma creche sem pretensões — seu objetivo inicial era confinar as crianças em um espaço para que essas não estragassem as melhorias que o governo local estava fazendo no bairro. Porém, essa "creche" se tornou o palco da maior revolução educacional do mundo.
Montessori adaptou a casa para o uso das crianças, cortando pés de mobílias e desenvolvendo materiais sensoriais para todos. Quando havia material para todas as crianças, elas se acalmaram e concentraram-se, de forma tranquila e feliz. A esse fenômeno Montessori chamou "Normalização".
O próximo passo foi ensinar essas crianças escreverem usando seu método. Tarefa cumprida com total êxito: um dia as crianças descobriram sozinhas que sabiam escrever e saíram pelos quarteirões escrevendo no chão e nas paredes. Montessori chamou esse fenômeno de "Explosão da Escrita".
Com essas duas descobertas, Montessori ganha fama internacional e escreve "O Método da Pedagogia Científica Aplicado à Educação Infantil na Casa das Crianças", uma obra acadêmica e analítica que expõe, pela primeira vez, o método completo.
Depois disso, viajou pelo mundo, espalhando por todos os lugares as descobertas que havia feito, abrindo escolas, treinando professores, escrevendo livros, artigos etc. Passou por Nova York, Barcelona, Londres e fundou junto com seu filho a Associação Montessori Internacional, que tinha como patrocinadores iniciais Sigmund Freud, Jean Piaget e Rabindranath Tagore.
Em 1934, durante o fascismo italiano, suas escolas foram fechadas e ela precisou fugir para Barcelona. Dois anos depois, por conta da Guerra Civil Espanhola, Montessori fugiu novamente, desta vez para a Holanda. De lá, em 1939, foi para Índia ministrar um curso e acabou sendo prisioneira do exército britânico quando estourou a Segunda Guerra. Seu filho foi mandado para um campo de internação forçada. Só pode voltar da Índia em 1946.
Em 1947, devido essa experiência traumática, Montessori falou para a UNESCO sobre "Educação e Paz". Recebeu, nos anos que se seguiram, três indicações ao Prêmio Nobel da Paz. Com oitenta anos ainda participava de Congressos Internacionais. Morreu com oitenta e um anos e deixou seu legado ao filho Mário Montessori, que continuou seu trabalho.
(Texto original disponível em http://larmontessori.com/maria-montessori/, acesso em 09/05/2014.)
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Conclusão
A vida de Maria Montessori é um exemplo de persistência e caridade. O método que desenvolveu baseia-se apenas nos estímulos sensoriais e na observação das necessidades das crianças, ensinando-as a descobrir o mundo de forma totalmente intuitiva. Por meio desse método, Maria Montessori chamou atenção do mundo e ganhou grande notoriedade. Hoje, praticamente todas os países tem escolas montessorianas, apesar do ensino tradicional ainda ser o mais encontrado.
Maria Montessori nos mostrou que a determinação pode vencer os preconceitos. Como estudantes, podemos usar seu exemplo de perseverança. Como futuras psicólogas, levar seu exemplo de trabalho para nossas atividades profissionais. Aprendemos que a observação e a intuição são ferramentas fundamentais para resolução de problemas.
Terminamos com uma das frases mais inspiradoras de Maria Montessori que encontramos: "A inteligência da criança observa-se amando e não com indiferença, isso é o que faz ver o invisível." Como psicólogas, esperamos ter essa sensibilidade de "ver o invisível" e poder deixar, como ela, nossa contribuição para o mundo.
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