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O Capitalismo: Questão Agrária no Brasil e Meio Ambiente

Por:   •  17/10/2018  •  4.559 Palavras (19 Páginas)  •  298 Visualizações

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A existência de um mercado de dimensões globais é responsável por boa parte da devastação florestas do mundo, o que gera escassez e desmatamento, logo, entramos na agricultura e pecuária, pois com o mercado global, há a facilidade de importar e exportar, o que pode ocasionar, em países com ações pouco limitantes, o uso de produtos químicos e técnicas que causam lesões ao meio ambiente.

Outro fator é a mecanização da agricultura, o que gera o não precisamento de obra-de-mão local, ocasionando assim, um êxodo rural, e a consequência disso é o aumento de pessoas no núcleo urbano causando impactos ambientais tais como a poluição externa, a formação das ilhas de calor e a questão da inversão térmica.

A tecnologia também serve para destruição do meio ambiente, como o caso das madeireiras que se apossam de terras via satélite, descobrem onde há terras disponíveis e fazem grilagem em imensos pedaços de terra.Além da ilegalidade, há a emissão de dióxido de carbono (CO2) ao longo do processo da serrada, que se dá desde o corte do tronco, até a chegada ao destino final. O dióxido de carbono é um dos gases do efeito estufa e tem papel importante nas mudanças climáticas. Vale ressaltar que as madeireiras legais não fogem da emissão do dióxido de carbono.

A indústria de carvão também ocasiona impactos no meio ambiente, e os principais problemas são a poluição da água, a poluição do ar, a poluição sonora, incêndios causados pelo carvão, além de rejeitos radioativos.

- AGROPECUÁRIA E OS IMPACTOS AMBIENTAIS

As práticas agropecuaristas estão destruindo o meio ambiente brasileiro, a busca por carne cada vez mais barata gerou uma expansão maciça da pecuária intensiva, e com isso, as imensas quantidades de grãos, que antes eram para o consumo humano, agora servem de alimente para o gado. Toda destruição ambiental, principalmente, no Centro-Oeste do Brasil, tendo em vista plantação de Soja além de servir para o alimento do gado é visada para o mercado externo e não para o mercado interno. A incessante prática agrícola no Brasil exigiu dos latifundiários o uso intensivo de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, provocando um arranjo de poluição do ar e da água que está prejudicando a saúde humana. Tais resíduos que escoam desses produtos químicos afetam o meio ambiente, criando zonas mortas nos mares, levando ao crescimento de algas tóxicas e mortalidade dos peixes, além de ameaçar todo o ecossistema de inúmeros insetos, sendo alguns ecossistemas muito sensíveis.

No Brasil, inúmeras atividades estão degradando o meio ambiente nacional em diversas áreas do país. Na Região Norte, os grandes projetos agropecuários estão causando incêndios florestais, além da destruição da fauna e flora com esses incêndios, a erosão e assoreamento dos cursos d’água e a destruição de reservas extrativistas. No Nordeste, a agroindústria do açúcar e álcool está causando a exaustão do solo, com a produção extensiva sem o momento de descanso do solo, com uso de diversos adubos químicos e agrotóxicos para o manuseio desse solo, esse tal uso resulta também na contaminação a água dos aquíferos. Outro problema enfrentado na Região Nordeste são os grandes latifundiários, que desmatam e pulverizam com agrotóxicos, grande quantidade de terra e desmatam a vegetação nativa com intenção de melhorar seus custos financeiros naquela propriedade. No Centro-Oeste, a monocultura extensiva gera desequilíbrio ecológico, pelo fato de algumas partes de terra não serem próprias para aquele tipo de cultura agrária, além dos inúmeros confrontos com indígenas, essa monocultura invadiu limites de terras indígenas resultando em conflitos diversos. Nas Regiões Sul e Sudeste, as causas e problemas são únicos e repetentes em todo território nacional, grandes projetos agropecuários, monocultura, alto consumo de agrotóxicos, agricultura mecanizada desgastando o terreno, resultando na queda de fertilidade dos solos; poluição dos cursos d’água, ar e solo; desequilíbrio ambiental; e claro o desmatamento de remanescentes florestas.

Embora a legislação ambiental brasileira estabeleça a preservação da flora e fauna, águas e recursos minerais; direito igual ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; e a manutenção de no mínimo 50% de área com cobertura silvestre nas propriedades rurais; o Estado brasileiro não estabelece margem de tolerância em relação ao uso de agrotóxicos, ajudando a contaminar e matar todo ecossistema nacional; além disto as inúmeras invasões de terras indígenas pelos latifundiários e a incessante luta pela terra de inúmeros movimentos.

- FRONTEIRA AGRÍCOLA

Fronteira Agrícola é uma expressão utilizada para designar o avanço da produção agropecuária sobre o meio natural. Trata-se de uma região na qual as atividades capitalistas fazem frente com as grandes reservas florestais e áreas pouco povoadas. No Brasil, a fronteira agrícola, que antes se localizava na região do Cerrado, atualmente se encontra na região Norte, em contato com a Floresta Amazônica.

Para melhor compreender como ocorre a expansão da Fronteira Agrícola, bem como os problemas a ela relacionados, é preciso compreender a noção dos conceitos de Frente de Expansão e Frente Pioneira.

A Frente de Expansão é o primeiro processo de ocupação das áreas naturais, geralmente realizadas por pequenos produtores sobre terras devolutas (terrenos públicos no meio rural). Após dez anos de ocorrência dessa ocupação, esses produtores – geralmente voltados para a agricultura orgânica e familiar – podem requerer a posse oficial de suas terras por meio do usucapião. Esses pequenos produtores são chamados de posseiros.

Em contraposição, a Frente Pioneira representa o avanço dos grandes produtores rurais representantes do agronegócio que, ao contrário dos anteriormente citados, manifestam um modo de produção inteiramente capitalista, voltado para a produção comercial interna e para a exportação. Em muitos casos, essa frente expande-se através da grilagem (apropriação ilegal) de terras devolutas ou de espaços pré-ocupados pelos posseiros. Nessas situações emerge a figura do grileiro.

Nesse sentido, ocorrem muitos conflitos no campo envolvendo posseiros e grileiros (e também, em alguns casos, comunidades indígenas). Os primeiros ligados a movimentos sociais do campo, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), e os segundos geralmente representados pelos grandes latifundiários e empresas rurais. Além disso, à medida que o agronegócio se expande, as pequenas

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