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ENSAIO SOBRE A RELACAO HOBBES-GINZSBURG

Por:   •  9/4/2018  •  1.523 Palavras (7 Páginas)  •  414 Visualizações

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Hobbes sugere algo semelhante:

[...] Através dessa autoridade da qual foi investido por todo individuo no Estado, ele [o Leviata] pode usar tão amplamente o poder e a forca que lhe foram conferidos a ponto de conseguir dobrar com o terror a vontade de todos e de dirigir a vontade de cada um para a manutenção da paz interna [...]

Tucídides* também traz relatos na obra de Ginzburg da sociedade durante o desencadeamento da peste diz Tucídides que diante da morte iminente até o medo dos deuses perdera toda a eficácia o que remete ao estado de natureza analisado por Hobbes onde “Na Atenas devastada pela peste, a lei não existe mais, no estado de natureza a lei não existe ainda”. Numa sociedade onde temiam a ira dos deuses sobrepondo as leis estatais, o mesmo medo que precedeu os sistemas absolutistas também precede a religiosidade, o pastor Samuel Purchas* dizia que “a religião não e senão um costume inveterado, uma politica mais sagaz destinada a manter os homens em sujeição.” e

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Hobbes que mantinha relações com Purchas no capitulo intitulado “sobre a religião” da obra Leviatã citou o tema central da filosofia de Epicuro*: o que criou os deuses antes de tudo foi o medo (primus in orbe deos fecit timor) o modelo usado para justificar as religiões é o mesmo que descreve a origem do estado. De acordo com Nietzsche*, onde a crença num metafisico em geral gera uma conduta moral é por que foi adaptada as necessidades e anseios das massas populares, bem exemplificado na coleção folha onde Oswaldo Giacoia Junior* explica:

Para Nietzsche, todo conhecimento é inevitavelmente guiado por interesses e condicionamentos subjetivos, ideológicos; o conhecimento resulta da projeção de nossos impulsos e anseios, razão pela qual Nietzsche o considera sempre determinado por certa perspectiva, seja individual, seja socioculturalmente determinada.

Hobbes não procurava destruir o conceito de religião apenas queria compreender como algo fruto da imaginação do ser humano em resposta ao medo funcionava plenamente, portanto, seja no quesito religioso ou formação de um estado absoluto andavam por caminhos paralelos começando com o medo (feare) e terminando com a sujeição (awe).

Ginzburg acredita o estado precisa de uma junção com as “armas” da igreja para que se estabeleça uma autoridade legitima, pensamento inaugurado por Hobbes, e esse fenômeno ainda é visível nos dias atuais, há quem se engane ao afirmar que as guerras do faixa de gaza não passam de um conflito entre muçulmanos, judeus e católicos enquanto Israel é dos maiores receptores de subsídios americanos destinados a compra de armas, o colapso da Uniao Sovietica deixou os Estados Unidos na condição efetiva de superpotência onde ninguém o desafia que apesar de atingirem a supremacia global por meio de forcas militares o principal motivo para a guerra do Iraque oferecido pelo ex-presidente George W. Bush foi de que o iraque estava desenvolvendo armas que ameaçavam a segurança nacional, uma enorme contradição, mas o Iraque oferecia algo de valor, o petróleo, e essa guerra serviu como para mostrar seu poder sobre o mundo, Eric Hobsbawn * declara em sua obra globalização, democracia e terrorismo:

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A guerra do Iraque é um exemplo da frivolidade do processo de tomada de decisões dos Estados Unidos [...] A politica de que estão falando os malucos de Washington, uma reformulação completa de todo o Oriente Médio, não faz sentido. Se eles planejam derrubar o reino saudita, o que é que vão por no lugar? Se realmente querem mudar o Oriente Médio, sabemos que o que mais precisam fazer é pressionar Israel. O pai de Bush estava disposto a fazê-lo, mas o atual ocupante da Casa Branca não esta. Em vez disso, seu governo destruiu um dos dois estados garantidamente seculares do Oriente Médio e se prepara para agir contra o outro, a Síria.

Conclusão

Concluo que a tese de Hobbes relacionada com a de Ginzburg se sustentam na formação do estado moderno e criam suas raízes na atualidade sendo capazes de prever um futuro improvável, mas não impossível exemplificado no texto de Ginzburg:

Vivemos num mundo em que os Estados ameaçam com o terror, exercitam-no e às vezes o sofrem. É o mundo de quem procura se apoderar das armas, veneráveis e potentes da religião, e de quem empunha a religião como uma arma. Um mundo no qual gigantescos Leviatãs se debatem convulsivamente ou ficam de tocaia, esperando. Um mundo semelhante aquele pensado e investigado por Hobbes.

Bibliografia

GINZSBURG, Carlo. Medo, reverencia, terror: quatro ensaios de iconografia politica. Companhia das Letras, 2014.

HOBSBAWM, Eric. Globalizacao, democracia e terrorismo. Companhia das Letras, 2007.

GIOCAIA, Oswaldo Jr. Coleçao Folha Explica: Nietzsche. Publifolha, 2000.

GIRARD, René. A violência e o sagrado. Paz e Terra, 2008.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. Companhia das Letras, 1995.

CARBONELL, Charles-Oliver. Historiografia. Teorema, 1981

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