As Idéias Políticas
Por: Hugo.bassi • 3/11/2018 • 1.402 Palavras (6 Páginas) • 293 Visualizações
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No entanto, os homens compartilham o mesmo desejo: o de acabar com a guerra. Assim formam sociedades entrando num contrato social. Para se conservarem os homens fazem entre si um pacto social e delegam ao único homem ou uma assembléia o direito de representarem, uma autoridade e esse único homem podendo ser o rei, que detém todo o poder. O rei deveria também exercer autoridade sobre assuntos de fé e doutrina. Essa autoridade deve assegurar a paz interna e a defesa comum. Hobbes também critica a livre interpretação da bíblia, pois para ele poderia enfraquecer o monarca.
Para Hobbes o poder soberano, era irrevogável e ilimitado, sendo assim cabe ao soberano julgar sobre o bem e o mal, justo e o injusto, sendo que ninguém poderá discordar, pois tudo que este faz é resultado do investimento da autoridade concedida pelo súdito. Em resumo, o individuo abdica da liberdade ao dar plenos poderes ao Estado a fim de proteger a sua própria vida. O estado deve garantir o que é meu, me pertence exclusivamente, protegendo assim o sistema da propriedade individual.
Hobbes usa a figura bíblica do Leviatã, animal monstruoso e cruel, mas que de certa forma defende os peixes menores de serem engolidos pelos mais fortes. Essa figura representa o Estado, um gigante cuja carne é a mesma de todos os que a ele delegaram o cuidado de defendê-los.
A propriedade privada não existia no estado de natureza, situação em que todos têm direito a tudo, sendo que na verdade ninguém tem direito a nada. Ele diz que não existe pacto ou contrato sem a espada. Existe um trocadilho que diz assim não existe word (palavra) sem sword (espada). Ou seja, todo homem na sociedade natural deve abdicar, abrir sua liberdade obrigatoriamente para colocar na mão do soberano do rei todas as suas vontades coletivas.
Suas teorias não foram bem aceitas no seu tempo, sobretudo por pensadores vinculados a orientação cristã. No que se refere na descrição hobbesiano do ser humano egoísta, belicoso nem suportava a defesa de um estado leviatã, que se distanciava da idéia de um bom governante.
CONCLUSÃO
Na gestação do que viriam a ser os tempos modernos, o novo paradigma da política elabora seus princípios. Rompendo com a idéia de bom governo que predominou na Antiguidade e na Idade Média, os pensadores buscam, a partir de uma postura realista, compreender o sistema de forças que atuam de fato no seio da sociedade e do poder. Em oposição à visão realidade medieval, procuram a ordem racional e laica nos conceitos de soberania e contrato social, consentimento e obediência política, preocupados com a coesão do Estado e a segurança dos indivíduos. Em meio a posições muitas vezes divergentes, são esboçadas as novas linhas que orientarão daí em diante o surgimento das idéias liberais e os primeiros passos em direção a noção de cidadania e democracia.
Segundo Hobbes, para superar os impasses da competição, da luta egoísta, da luta egoísta pela satisfação de interesses particulares, é fundamental a presença soberana do Estado. Graças a sua existência, os homens podem garantir a vida em sociedade. O retorno imediato disso é o estabelecimento das relações de poder. Esse contrato político entre os homens faz com que eles cedam seus direitos a um soberano, cuja obrigação é protegê-los, dar-lhes segurança.
Assim, na busca de assegurar a convivência social, os homens perdem a liberdade. O Estado é na verdade, um grande Leviatã, um monstro poderoso, mas necessário para garantir a segurança nacional. Cabe ao povo obedecer ao soberano e não questioná-lo, pois foi o próprio povo que escolheu essa forma de governo. O Estado configura, portanto, a instância máxima de poder político.
REFERÊNCIAS
BOBBIO, Noberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991
HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de uma República Eclesiástica e Civil. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
NUNES, Paulo Henrique Faria. O pensamento político de Thomas Hobbes. Porto Alegre: Simplíssimo, 2010.
RIBERIO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco C. (org.). Os Clássicos da Política. São Paulo: Editora Ática, 2001, p. 51-77.
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