Apartheid da segregação ao preconceito institucionalizado.
Por: Ednelso245 • 29/10/2018 • 5.220 Palavras (21 Páginas) • 272 Visualizações
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Escolar do Estado de São Paulo.
Ao analisar com os alunos o movimento político e social do Apartheid, da segregação ao preconceito institucionalizado, os alunos terão a oportunidade de refletir em como atitudes preconceituosas e racistas podem ter efeitos desastrosos.
Quando falamos em racismo, discriminação, segregação, preconceitos, muitos exemplos nos veem a mente, porém o caso da África do Sul é ainda mais horripilante, pois foi o único País no mundo onde o racismo foi institucionalizado com tanta rigorosidade. E o interessante que não foi uma minoria oprimida pela maioria, como é o caso de muitas situações preconceituosas que nos deparamos no dia a dia, foi a minoria que oprimiu a maioria, por meio de leis, e teve êxito por várias décadas.
No ambiente escolar é possível notarmos que os alunos sofrem bulliyng e segregação pelos mais variados motivos, que varia desde uma característica física, a religião, cor da pele.
As diferenças devem ser valorizadas, afinal somos todos diferentes, as diferenças não devem jamais ser motivos para sermos atingidos por atitudes racistas e preconceituosas.
O Apartheid foi um período sombrio e vergonhoso na historia da África do Sul que perdurou oficialmente por várias décadas, mas na prática vigorou por séculos, desde o período colonial, no século XVII.
Escolhi falar sobre o Apartheid, especificamente no caso da África do Sul, pois é por meio do conhecimento e da educação que podemos mudar a sociedade. Se desejamos uma sociedade justa, igualitária e solidaria, a escola é o melhor lugar para se formar a base dessa sociedade.
A educação é capaz de mudar uma sociedade, pois a educação é a base da estrutura do conhecimento, é o guia, ou seja, é orientação de como o individuo deve se impor na sociedade. A educação é o meio mais seguro de se conseguir algo na vida, em outras palavras, é a educação que nos garante uma maior certeza de que conseguiremos êxito futuramente.
Sabemos que não é de uma hora para outra que teremos uma sociedade livre de preconceito, do racismo, que garanta a equidade a todos os cidadãos, mas acredito sim que a sociedade possa, no futuro, se tornar essa sociedade. Se será em um futuro breve ou distante, cabe a cada um de nós nos perguntar: O que estou fazendo para que isso ocorra?
Como professora de história quero ajudar meus alunos a construir uma consciência crítica perante a sociedade, mostrando que eles podem fazer a diferença. Se com esse projeto conseguir desenvolver ao menos um alunos, ajudando-o a se despir dos preconceitos, ajudando-o a construir seu caráter com qualidades como respeito ao próximo, a cultura do outro, s suas escolhas, me sentirei feliz pois será um cidadão a mais reflexivo, critico e consciente, ciente de seu papel na sociedade, ciente que a mudança começa em cada um de nós.
3- Referencial teórico
3.1 A colonização da África do Sul
O primeiro contato que os povos que habitavam o território que hoje é a atual África do Sul, com os europeus foi no ano de 1488. Quando o comandante Bartolomeu Dias contornou o continente Africano, e abortou na Cidade do Cabo, cidade que foi transformada anos depois em entreposto comercial. Porém á colonização europeia na África do Sul só ocorreu mais de um século e meio depois, quando o holandês Jan Van Riebeec chegou com a missão de colonizar a região De acordo com LOPES :
Os holandeses tinham por objetivo estabelecer naquele território colonos com a finalidade de prover a tribulação dos navios da Companhia das Índias Orientais alimentos, como carne, legumes fresco, água potável; quando eles realizavam a travessia entre os países baixos e as feitorias do Oceano Índico. (LOPES 1991. p10)
Similarmente como ocorreu aqui no Brasil, na África do Sul o período colonial foi marcado por muitos conflitos, que ocasionou a morte de milhares de nativos, que foram dizimados em sua própria terra, e outros milhares foram expulsos ou fugiram de suas terras.
Com o passar dos anos a população de colonos cresceu, e os novos africanos brancos, descendentes dos holandeses, começaram a criar leis que beneficiavam e garantiam a minoria branca, dominar a população negra.
A grande maioria dos holandeses que seguiram para a África do Sul eram protestantes Calvinistas, como nos diz LOPES:
Pertenciam a uma minoria religiosa perseguida, mesmo depois do fim da dominação espanhola sobre a Holanda. Por essa razão abandonaram sua pátria e o modo de vida europeu, passando a viver na África uma vida limitada pelo isolamento, que marcou seu caráter. A sua fé calvinista foi o principal fator aglutinante de sua unidade ( LOPES 1991. p11)
Os colonos holandeses queriam prosperar na nova terra, porém as condições salariais não permitiam a eles estabelecer relações de trocas com a população nativa, qualquer transação comercial deveria ser apenas realizada com a Companhia. O monopólio e todas as suas restrições impostas aos colonos, não eram vistas com bons olhos por eles, o que ocasionou grandes revoltas.
Com o tempo esses colonos não se viam mais como europeus na África, e sim como a elite branca e civilizada do continente negro, os colonos estavam preocupados com o seu bem estar, e não com o da metrópole.
Pouco a pouco os Bôeres, como ficaram conhecidos, os descendentes de holandeses e ingleses, foram conquistando suas reivindicações. Além disso eles desenvolveram um idioma próprio derivado do holandês, o africâner.
No ano de 1795 foi declarada a República Bôer do Cabo. No mesmo ano os ingleses invadiram a cidade do Cabo. Por um pouco período a Holanda voltou a dominar a região, que voltou a ser Colônia, mais os ingleses prevaleceram e pouco a pouco foram assumindo a administração da Colônia.
Em 1828 os ingleses implantaram o sistema judiciário na colônia, e permitiram que os bôeres assumissem cargos administrativos. O sistema colonial britânico em Cabo e Natal também adotava práticas racistas que começaram a forjar as bases legais para o regime do apartheid.
Engana-se quem pensa que todo esse processo se deu pacificamente. Os bôeres estavam divididos em dois grandes grupos. Um que se tornou a burguesia Sul africana, que estavam voltados para o comércio e grandes lucros. E um segundo grupo que se dedicou a agricultura e a criação de gado.
Foi justamente esse segundo grupo que ficou resistente, quando a Inglaterra Aboliu a escravidão de suas Colônias, pois eles dependiam exclusivamente
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