A História do Brasil Republicano

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O programa exibe uma gama de notícias, sempre muito pesadas e violentas que são exploradas à exaustão, com a narrativa de todos os detalhes sórdidos incansavelmente repetidos de modo a intensificar a notícia. Normalmente são acontecimentos da cidade e estado de São Paulo, mas também são exibidos noticiais de outros estados, normalmente as mais grotescas e violentas possíveis. A narrativa é sempre tensa em tom de reprovação, buscando enfatizar os detalhes mais bizarros do acontecido. Além das matérias prontas, tomadas ao vivo são comentadas por Datena, normalmente perseguições policiais e casos de sequestro que são narrados de maneira cinematográfica.

O Jornalismo Policial engana seus telespectadores, a estrutura jornalística e crítica serve apenas para dar legitimidade, tudo que o público consegue absorver não pode ser aproveitado para reflexões positivas, a velocidade estonteante e a imposição de opiniões cuidadosamente arquitetadas junto a acontecimentos bizarros dificulta uma dificuldade de assimilação e raciocínio, restando o entretenimento através da barbárie. Essa falta de problematização do conteúdo exposto cria bodes expiatórios, os quais, normalmente são homens, jovens, pardos e pobres, confunde-se com preconceitos de classe e de raça presentes em nossa sociedade, atualizando-os e reforçando-os. O apelo a leis mais severas e policiamento mais forte parece um forte indicativo e clamor por um estado mais autoritário, que surgiria como solução para o problema da violência, podendo desrespeitar os direitos humanos quando necessário.

O corpo do jornalismo policial parece alimentar uma forma paranoica de relação com a realidade social que nos circunda, isso está relacionado com a forma com que apresenta a realidade social, casos extremos para apresentar e legitimar opiniões extremas. O discurso dos programas serve para construir uma imagem de mundo fundada no medo, este seria resultado de nosso contato com pessoas más, criminosas, que são identificados como causa de todos os males da violência.

Bibliografia

PERIGAGO, F. R. O Perfil do Repórter de Telejornal Policial no Brasil. 2004. Dissertação – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.

VALLADARES, R. O homem do gogó de ouro: se os poetas são a antena da raça, o apresentador José Luiz Datena é o poeta da antena, veja on-line, São Paulo, ed. 1795, mar. 2003. Disponível em: .

“Datena vs Ateus – discurso preconceituoso de José Luiz Datena no Brasil Urgente 27/07/10. Compartilhado por Nicolas F. Silva. Disponível em.//www.youtube.com/watch?v=JzA1yALX-LY>