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A Escravidão no Brasil

Por:   •  24/2/2018  •  2.074 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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- Africanos escravizam africanos

Antes mesmo dos portugueses chegarem à África, já existia escravidão, desde o século II a.C. Como era dividido em vários povos diferentes, o modo de escravizar os cativos variava, pois cada povo tinha seus preceitos, costumes e práticas. O trabalho dos escravos variava, podiam realizar atividades domesticas, trabalhavam em mineradoras, eram artesões ou agricultores. Eram vistos não como mercadoria, até então, mas como uma forma de sustentar a economia.

Esses escravos eram geralmente prisioneiros de guerra (lutas entre os reinos africanos), cativos devido a dividas, ou vendiam parentes para sobreviver, devido à fome, caso raro. Eles tinham privilégios, caso se tornassem fieis, e obedientes, caso contrario havia punições para os que contrariavam. A comercialização, entretanto de cativos, era feita em pequenas proporções, raramente os lotes passavam de 10 pessoas.

- O trafico negreiro

Com a chegada dos portugueses ao continente africano em meados do século XV, houve grandes mudanças, pois tinham o intuito de expandir sua economia, e viram no trafico dos escravos, uma forma de lucro. Ao comprarem os escravos, levavam-os para diversos países, o primeiro lote que saiu foi para Lisboa em 1441. E esse processo só foi se elevando, foram criadas feitorias para uma melhor organização e a partir de 1500 os escravos foram enviados à América.

Para conseguir escravos para serem mandados para outras regiões, ocorriam ataques a aldeias, e ao decorrer do tempo devido a acordos com chefes escravos eram trocados por utensílios diversos. E no XVIII, o tabaco e aguardente eram utilizados como moeda de troca, e com o tempo, onde a economia permitia a aquisição de cativos por dinheiro, assim começou a ser feita no século XIX.

E uma forma de se ter grande número de cativos, os mercadores (pumbeiros) compravam escravos que eram obrigados a andar até chegar aos mercados, viagens que demoravam meses, e devido a circunstancias precárias, acabavam morrendo. Assim que chegavam aos mercados, para serem expostos recebiam um tratamento melhor, com alimentação e higiene.

Após a compra eram encaminhados aos navios, onde eram todos amontoados em um porão com o teto baixo, para que não conseguissem ficar de pé, acorrentados uns aos outros, em uma viagem que variava entre um a dois meses. Com alimentação precária, a base de mingau cru de milho e uma porção de água, com riscos de se contaminarem com doenças que iam surgindo devido à má alimentação e ao acumulo de fezes e urina, muitos tentavam resistir, mas era difícil. Segundo estimativas, durante o tempo que durou o trafico, morreram em media 15% a 20% dos africanos.

- Africanos na colônia

Ao chegarem a território brasileiro, os africanos eram encaminhados a armazéns para serem postos a venda. Esses grupos de escravos se dividiam em sudaneses e bantos, respectivamente um era provindo do sul do deserto do Saara e o outro provinha de áreas mais ao sul. E na colônia eram divididos em grupos por critérios diferentes, os boçais que eram os recém-chegados e os ladinos os aculturados, que sabiam como viver com os europeus.

Após uma avaliação, os cativos eram encaminhados ás fazendas, onde tinham que realizar todo o trabalho seja nos engenhos e plantações, ou nas atividades domésticas. Os senhores, pensando apenas no lucro, submetiam aos escravos uma carga horária de dezoito horas diárias, como uma alimentação básica de farinha de mandioca, alguns legumes, água, e um pedaço de pano para se vestirem e para se acolherem iam para as senzalas, lugar frio e desconfortável.

Além de realizar todo o trabalho pesado, não terem boas condições, ainda tinham que lidar com os castigos físicos, forma bruta de “ensinar” ao escravo a fazer e não contestar, eram amarrados em troncos e podiam ficar horas ou dias apanhando de chicotes de couro, eram presos a bolas de ferro para evitarem que fugissem, entre outros instrumentos utilizados para tortura ou prevenção.

- Cultura africana

Os negros ao chegarem às fazendas eram batizados com nomes cristãos e eram obrigados a adotar o catolicismo como sua religião, mas não adotavam os valores católicos para eles, continuavam com suas crenças aos orixás, vondus e inquices. E com isso essas crenças permaneceram no Brasil, e atualmente as mais conhecidas são o Candomblé e a Umbanda.

Outras características permaneceram, como a capoeira, luta criada como uma forma defensora, instrumentos musicais como o atabaque e a cuíca, e na culinária se herdou a feijoada, o leite de coco, azeite de dendê, entre outros.

- A resistência negra

Muitos escravos, devido à lealdade ao seu senhor, recebiam suas cartas de alforria, uma forma de liberdade, onde o senhor não podia impor suas ordens no escravo liberto. Como nem todos concordavam com o sistema em que se encontravam, não cediam e com isso ficavam nas fazendas.

E como as condições de vida nas fazendas eram precárias, a expectativa de vida era curta, variava de 10 a 15 anos. Para tentarem resistir mais, procuravam formas de diminuir o cansaço, diminuindo o ritmo de trabalho, ou destruíam instrumentos e máquinas. Muitos, cansados e desorientados, escolhiam o suicídio. Entretanto, encontravam outra forma, a fuga. Mesmo com a rigorosa vigilância, conseguiam sair das fazendas, se refugiavam em florestas e serras, mas eram capturados por capitães-do-mato.

Grande parte conseguia se esconder, e com isso começaram a formar quilombos ou mocambos, onde viviam milhares de africanos que começaram a viver da caça, da agricultura para sobreviver, e conseguiam rever e preservar traços de sua cultura. O maior e mais poderoso quilombo, foi o de Palmares.

- O quilombo de Palmares

Desenvolveu-se na antiga capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga, onde reunia diversos mocambos, liderados por chefes. Funcionava como um Estado, contanto com uma força militar que impedia invasões.

O quilombo era bem protegido com paliçadas, estacadas de varas, para a proteção dos escravos, a população vivia da agricultura e também negociavam armas. Devido a insatisfações da população com os habitantes do quilombo, os holandeses queriam acabar com o quilombo, foram três tentativas, mas nenhuma com êxito, e na volta dos portugueses ao poder novas invasões, fazendo com que Ganga Zumba fosse ao encontro do governo, tentando fazer acordos de paz, contrariou

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