Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

As Bacias hidrográficas de Moçambique

Por:   •  31/10/2018  •  1.734 Palavras (7 Páginas)  •  238 Visualizações

Página 1 de 7

...

- Chire

Corre sensivelmente de norte para sul (trata-se, na verdade, de um transbordo do lago Niassa, na ponta meridional deste último, em território malauiano). Depois de alimentar diversos lagos de menores dimensões no Malaui, o rio Chire conflui com o rio Ruo (que corre também de norte para sul ao longo da fronteira entre os dois países) e vai desaguar na margem esquerda do Zambeze, já em território moçambicano, a jusante da povoação da Mutarara.

Os grandes rios que desaguam no Canal de Moçambique são, de norte para sul, os seguintes:

- Rovuma

Nasce na Tanzânia (onde é conhecido como Ruvuma) e, pouco depois de receber na margem direita o afluente Messinge (este com a sua nascente na província do Niassa, entre a capital, Lichinga, e a povoação de Maniamba), inflete para leste e passa a marcar, na sua maior extensão, a fronteira com a Tanzânia, até à foz, a norte da povoação de Quionga. Sensivelmente a meio do percurso internacional, recebe, na margem direita, as águas do Lugenda, junto à povoação de Negomano. O Rovuma é um dos dois rios mais emblemáticos de Moçambique (o outro é o Maputo, na fronteira meridional), facto associado ao lema «Viva Moçambique unido, do Rovuma ao Maputo», que a «Voz da Frelimo», emissora da Frente de Libertação de Moçambique, divulgava a partir da Tanzânia durante a guerra da independência (1964-1974). Embora os caudais de ambos imediatamente a montante da confluência sejam comparáveis (o que, à partida, suscitaria a dúvida entre ser o Lugenda afluente do Rovuma ou vice-versa), é o rio Lugenda que se considera afluente do Rovuma: de facto, o Rovuma segue uma direção menos irregular até à foz (sensivelmente de oeste para leste), pelo que se considerou ser este o rio principal, e o Lugenda um seu tributário.

- Lúrio

Bacia ou Rio também inteiramente moçambicano, nasce no extremo sul da província do Niassa, a leste da cidade de Cuamba, e estabelece a fronteira administrativa entre a província de Nampula, na margem direita, e as províncias do Niassa e de Cabo Delgado, na margem esquerda, respetivamente a oeste e a leste. Desagua no Canal de Moçambique, entre as cidades de Pemba e Nacala.

-

Zambeze

A maior bacia de Moçambique e o quarto maior do continente africano – depois do Nilo, do Zaire (ou Congo) e do Níger –, o Zambeze é também o maior dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico. Nasce no extremo ocidental da Zâmbia e, inicialmente, segue para norte e oeste até penetrar no extremo oriental de Angola, onde inflete para sul. Tomando em seguida um percurso mais regular rumo ao Oceano Índico, marca a fronteira entre a Zâmbia, na margem esquerda, e a faixa de Caprivi (extremo nordeste da Namíbia), na margem direita. Depois, estabelece a fronteira entre a Zâmbia, a norte, e o Zimbabué, a sul, num troço em que se destacam as Cataratas Vitória (Victoria Falls) e a barragem de Kariba. Entra em Moçambique junto à povoação do Zumbo, na cauda montante do outro grande empreendimento hidroelétrico do seu percurso: a barragem de Cabora Bassa, totalmente em Moçambique. Em território moçambicano, o percurso do Zambeze é sensivelmente de oeste para leste entre o Zumbo e a povoação do Songo, poucos quilómetros a jusante do paredão de Cabora Bassa. Seguidamente, até à foz, desce de noroeste para sueste, num troço em que se destacam: a histórica Missão de Boroma; a cidade de Tete (capital provincial); a povoação de Massangano, junto à confluência do Luenha, na margem direita (palco, no século XIX, de combates entre a administração colonial portuguesa e a dinastia feudal dos Cruz); a garganta da Lupata; a histórica Vila de Sena; os «tandos» (savanas) de Marromeu, onde existe uma reserva natural muito rica em fauna de grande porte. O seu grande afluente da margem esquerda é o Chire, que, como se disse, constitui um transbordo do lago Niassa (o que nos permite dizer que as águas do lago Niassa acabam por verter para o Oceano Índico, através do canal que o rio Chire e o troço inferior do Zambeze formam). Antes de desaguar no Canal de Moçambique, o Zambeze divide-se em vários braços, na margem esquerda de um dos quais, o rio dos Bons Sinais (assim batizado por Vasco da Gama, pelos sinais que aí recebeu de estar na boa rota para a Índia), se situa a cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia. Na foz de um outro braço, imediatamente a norte do principal, fica o porto marítimo do Chinde.

- Pungoé (ou Púngoè)

Grande Bacia do centro-sul de Moçambique, nasce no Zimbabué (onde é conhecido como Pungwe) e segue para leste. A partir dos confins ocidentais de Moçambique, inflete em arco para norte, marcando um curto troço da fronteira entre os dois países. Já em território inteiramente moçambicano, ruma para sueste, bordeja o limite meridional do Parque Nacional da Gorongosa e desagua a norte da baía de Sofala, formando um estuário baixo e pantanoso em cuja margem esquerda se situa a Beira (segundo porto e terceira cidade de Moçambique).

- Búzi

Nasce no lado moçambicano da fronteira com o Zimbabué, perto da povoação de Espungabera, seguindo depois sensivelmente de sudoeste para nordeste, até desaguar imediatamente a sul do estuário do Púngoè. O seu afluente principal, o Revué (na margem esquerda), que corre de noroeste para sueste desde as terras altas da província de Manica, tem, no troço inicial, um dos grandes empreendimentos hidroelétricos de Moçambique – a barragem da Chicamba Real.

- Save

Nasce no Zimbabué (onde é conhecido como Sabi), a sul da capital, Harare, e corre de norte para sul até à confluência com o Runde, a partir da qual inflete para leste e penetra em território inteiramente moçambicano. Aqui, bordeja o limite norte do Parque Nacional do Zinave e vai desaguar no Oceano Índico, junto à povoação de Mambone, entre a baía de Sofala e a ilha do Bazaruto.

- Limpopo

Segundo maior dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico (logo a seguir ao Zambeze), tem um percurso característico em arco. Nasce na região noroeste da África do Sul e segue de início para norte, tendo, nesse troço, o nome de rio dos Crocodilos. Só se designa Limpopo a partir do ponto em que passa a marcar a fronteira entre a África do Sul e o Botsuana, no sentido SW-NE. Marca depois a fronteira entre a África do Sul, na margem direita,

...

Baixar como  txt (12.6 Kb)   pdf (57 Kb)   docx (16 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no Essays.club