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AS RAZÕES QUE LEVAM À EVASÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA: ESTUDO DE CASO NA UNIOESTE

Por:   •  29/4/2018  •  4.641 Palavras (19 Páginas)  •  397 Visualizações

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2. A EVASÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA

A palavra evasão significa desistência, ação de abandonar alguma coisa. A evasão escolar ocorre quando o aluno deixa de frequentar a aula, caracterizando o abandono da escola.

O termo evasão é muito carregado de um sentido que culpabiliza o indivíduo que, por várias razões, interrompeu definitivamente sua trajetória em uma determinada oferta educacional (MOURA e SILVA, 2007, p. 31).

A evasão universitária está interligada a vários fatores sociais, econômicos, familiares, salariais, institucionais, os quais contribuem na chamada evasão, como saliente Silva:

[...] a evasão de professores das escolas e universidades chega a ser um fato assustador. As mais do que péssimas condições que o professor tem que enfrentar o obrigam a deixar o magistério (SILVA, 1979, p. 28).

De sua parte, Pereira (2011, p.03) refere-se à evasão como uma crise da profissão docente, mencionando que essa crise não vem ocorrendo de hoje, e sim, desde as décadas de1980 e 1990, sendo nítidos sinais de uma profunda crise do magistério no Brasil, e atribui a falta de investimentos e incentivos na educação por parte do governo, como um dos responsáveis por essa crise.

O governo federal vem respondendo ao problema da falta de professores certificados/qualificados na educação básica com ações em diferentes frentes, pouco articuladas e mais preocupadas em mudar as estatísticas educacionais do que propriamente em enfrentar a questão de maneira qualitativa. Esses programas têm como base o uso de novas tecnologias voltadas para o ensino à distância(MARQUES e PEREIRA, 2002, p. 175).

O ensino a distância vem fortificando-se nas licenciaturas, porém outro programa iniciado pelo governo é Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID que esta vinculada a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES/MEC,

[...] criado com o objetivo de incentivar a formação de docentes da Educação Básica, por meio da concessão de bolsas para: estudantes da licenciatura [bolsistas de iniciação], professores das redes públicas [supervisores] e professores da universidade [coordenadores de área, coordenador institucional e de gestão]. O Programa também prevê recursos para custeio dos projetos. O PIBID tem a finalidade de apoiar a formação de estudantes dos cursos de licenciatura e contribuir para elevar a qualidade da Educação Básica nas escolas públicas (UNIOESTE, 2013,p.01, grifo do autor).

Salienta-seque o PIBID não esta disponível em todas as Faculdades, Universidades e Instituição de Educação Superior (IES). Estando disponível somente a entidades sem fins lucrativos, ou seja, gratuito, e que tenham seus projetos de iniciação a docência aprovados pela CAPES.

Além disso, as instituições aprovadas pela Capes recebem cotas de bolsas e recursos de custeio e capital para o desenvolvimento das atividades do projeto. (CAPES, 2016, p.01).

Dessa forma os acadêmicos interessados em fazer parte do programa PIBID, passam por uma seleção, pois há um número limitado de bolsas por IES.

Além dos números de bolsas serem restritivos ainda é importante ressaltar que cursos como Direito, Engenharias e Medicina geram expectativas de altos salários e emprego garantido, tornando evidente a queda na procura por cursos de licenciatura, conforme pode ser observado na tabela abaixo:

Tabela 1: Total de matrículas por grau acadêmico de cursos de graduação entre 2009 e 2012.

Grau Acadêmico

2009

2010

2011

2012

Total

5.954.021

6.379.299

6.739.689

7.037.688

Bacharelado

3.867.551

4.226.717

4.495.831

4.703.693

Licenciatura

1.191.763

1.354.989

1.356.329

1.366.559

Tecnológico

680.679

781.609

870.534

944.904

Bacharelado e[3] Licenciatura

214.028

---

---

---

Não Aplicável[4]

---

15.984

16.995

22.532

Fonte: MEC/Inep. Tabela elaborada pela Deed/Inep, 2012.

Percebe-se que nos cursos de licenciaturas, houve em média, um aumento de pouco mais de 4% ao ano. Já os cursos tecnológicos registraram uma média anual de 11,6%. Destaca se, ainda, o crescimento nos cursos de bacharelado, com variação positiva de 4,6%. Dessa forma constata-se que os cursos de Licenciaturas obtiveram menor número de matriculas no período de 2009 a 2012.

Os alunos que não conseguem vaga nesses cursos considerados promissores, procuram as licenciaturas, que tem menores índices de procura e são vistos como mais ‘’fáceis’’ de se obter um diploma de curso superior.

Outro fator que pode levar a futura desistência do curso pode ser por que, ‘’sabe-se que o desejo de titulação superior está fortemente associado à busca de melhoria da qualidade de vida e estabilidade financeira, embora nem sempre isso aconteça’’ (MOURA e SILVA, 2007 p. 32).

Isso significa que nem sempre os acadêmicos estão cursando a licenciatura para serem professores, e sim para obterem uma graduação, e assim poder ser aprovado em um concurso, por exemplo, ou até conseguir a aprovação no curso

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