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RESENHA CRÍTICA:GEOGRAFIA E POLÍTICA: TERRITÓRIO, ESCALA DE AÇÕES E INSTITUIÇÕES

Por:   •  4/12/2018  •  2.129 Palavras (9 Páginas)  •  337 Visualizações

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- A partir de então, a autora descreve o desenvolvimento histórico da institucionalização da geografia no contexto europeu. A ciência que estuda o comportamento da sociedade sobre o meio no qual vive tornou-se interessante aos Estados modernos, quando o interesse de cada vez mais atores sub estatais se envolveram nas decisões políticas dos seus Estados, sejam elas internas ou externas; além desse ponto, a sequência de eventos revolucionários e econômicos (amplificação de influência política interna dos Estados, revolução industrial, a grande divergência econômica, neocolonialismo, aumento populacional abrupto, entre tantos outros) levam à uma crescente complicação na dimensão dos conflitos de interesses internos e externos aos Estados, tornando tais conflitos complexos e fortalecendo o estudo da geografia como instrumento de solução desses conflitos por meio do controle territorial racional.

- Seguinte a isso, há uma apresentação do debate acerca do conceito de política, de acordo com a autora, três vertentes (sociológica; da economia política; e da ciência política) conceituam de maneira conflitante o que é política. O motivo da construção do raciocínio sobre política levantado pela autora se dá pelo fato de não haver geografia política que não incorpore a política; mais tarde, a delimitação desses conceitos serão utilizados para delimitar o campo da geografia política.

- Apos autora retoma mais profundamente a questão da geografia institucionalizada, a geografia como instrumento de ação das organizações sociais (principalmente dos Estados) sobre o território dentro e fora das suas fronteiras e como esse processo de instrumentalização do conhecimento acadêmico se deu ao longo da história moderna, quais fatores e os contextos que influenciaram tal institucionalização.

- Citando autores como Lacoste (1985), Smith e Godlewska e referencias indiretas à Joseph Conrad, a autora conclui que, a institucionalização da geografia e consequente consolidação da geografia política se dá nas instituições estatais mais bem consolidadas e que necessitavam expandir-se, seja por meio da força bélica, econômica ou de ambas combinadas. Nesses Estados, a geografia tornou-se o melhor instrumento para auxiliar os Estados na guerra por território.

- Ainda no contexto de institucionalização, há um ponto “negativo” pouco discutido acerca dessa instrumentalização da produção acadêmica em defesa dos interesses de um determinado Estado. Há grande exaltação da evolução do pensamento geográfico e suas conquistas científicas, porém, essa institucionalização interferiu no desenvolvimento da disciplina de maneira isolacionista, uma vez que, por influência do Estado, as discussões acerca de determinada teoria entre os teóricos da área forma polarizadas de modo a defender interesses “superiores”, o que, por sua vez, leva à produção parcial do conhecimento geográfico.

- É por causa dessa interferência institucional que, a geografia adquiriu um caráter criticado pela autora. Segundo ela, a geografia, que tem por compromisso a compreensão do espaço, acabou por ser o instrumento de como gerenciar a guerra sobre o espaço ou de como gerenciar o espaço para a promoção da guerra e do controle centralizado dos Estados. Essa “fuga de objetivo” leva à marginalização do conhecimento acadêmico em algumas áreas, entre elas, segundo a autora, a geografia política. Entretanto, por mais que esteja clara a interferência dos interesses institucionais na produção científica, “é impossível ignorar que o conhecimento produzido por qualquer disciplina certamente poderá ser apropriado e utilizado pelo poder” (CASTRO, 2005, p. 66).

- Em suma, a instrumentalização da geografia é o que a autora chama de pecado original da disciplina e, a partir dessa inevitável sequência histórica, a política sempre estará ligada à geografia de acordo com os interesses das elites institucionais, dos indivíduos, ou do choque (conflito, guerras) de interesses desses atores de acordo com o âmbito e contexto de análise.

- Sobre essa geografia política útil ao Estado, a autora retoma um de seus precursores: Ratzel e explicou suas construções teóricas e o contexto no qual elas foram desenvolvidas. Para Ratzel, a geografia política é uma corrente acadêmica utilizada pelo Estado pelo seu objeto de estudo: o Estado sobre o solo no qual está fundado. E dentro de seu contexto, a geografia política de Ratzel promovia uma polarização dos interesses do Estado por meio do nacionalismo frente às nações subdesenvolvidas e colônias, ou seja, por meio do nacionalismo, consolidar o poder do Império para o qual a geografia política de Ratzel está servindo como instrumento.

- A geografia política contemporânea é exposta pela autora sob a perspectiva a que geografia política trabalha a política (modo de controle dos conflitos e gestão de interesses dos indivíduos e instituições) sobre o território (espaço onde se desenvolvem e, de certo modo, se projeta o comportamento político). há uma explicação de conceitos que ajudem no entendimento de questões clássicas da geografia política, uma vez que, as relações de poder são assimétricas devido aos recursos, meios e condições, e que o território possui comportamento dual, vezes como recurso, vezes como meio.

“Relações de poder supõem assimetria na posse de meios e nas estratégias para o seu exercício, e o território é tanto um meio como uma condição de possibilidade de algumas dessas estratégias.” (CASTRO, 2005, p. 95).

- Para compreender a geografia política fez-se necessário conceituar e debater a política e, para entender a política e os interesses privilegiados, superiores e o controle das instituições sobre outras e indivíduos dentro do território, faz-se necessária a conceituação de poder. Tendo o poder como problemática, a autora expõe conceitos de alguns teóricos.

- Por outro lado há uma explicação de conceitos que ajudem no entendimento de questões clássicas da geografia política, uma vez que, as relações de poder são assimétricas devido aos recursos, meios e condições, e que o território possui comportamento dual, vezes como recurso, vezes como meio.

“Relações de poder supõem assimetria na posse de meios e nas estratégias para o seu exercício, e o território é tanto um meio como uma condição de possibilidade de algumas dessas estratégias.” (CASTRO, 2005, p. 95).

- Para compreender a geografia política fez-se necessário conceituar e debater a política e, para entender a política e os interesses privilegiados, superiores e o controle das instituições

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