Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Resenha: Ética a Nicômaco

Por:   •  4/12/2018  •  2.611 Palavras (11 Páginas)  •  244 Visualizações

Página 1 de 11

...

Sobre a Razão

A razão é uma faculdade fundamental na compreensão da felicidade, condição que diferencia os homens dos demais animais, pela qual o homem pode decidir sobre seus comportamentos e praticar ações virtuosas. O homem se torna virtuoso através do exercício de executar ações conscientes e virtuosas.

A atividade intelectual, o pensamento e a razão que o segue é que fazem a marca especifica do homem, a fonte da verdadeira felicidade. O preço da felicidade humana é a subordinação do que é sensível ao que é racional, somente sendo o homem feliz ao se aperfeiçoar nas atividades que lhe são próprias segundo a razão. Para ser feliz, Aristóteles diz que o homem deve viver pela inteligência e segundo a inteligência. Quando as ações estão em conformidade com a razão, o homem pode então ser feliz.

O papel primeiro da razão é fazer com que os homens entrem em acordo sobre um bem futuro, porque somente as coisas futuras podem ser percebidas pela razão, e as coisas presentes não, sendo medidas pelos homens de acordo com seus desejos individuais. Portanto diz-se que a paz é o objeto final da razão, e que a própria natureza desta é a atividade racional.

Sobre a Educação

Baseado na ideia de que a vida está fundamentada em escolhas adequadas e no aprimoramento das boas ações, Aristóteles defende que o indivíduo deve estar em constante exercício, dirigindo suas ações a um determinado fim na busca de atingir a perfeição. Quando se está inclinado a formar boas cidadãos, o treino no uso da racionalidade - que é a própria educação – deve começar cedo.

O uso da razão consciente e o hábito das boas ações permite ao indivíduo escolher melhor, a fim de alcançar o que deseja e então ser premiado com a felicidade, por mérito dos esforções dispensados nessa meta social. Através da educação é que se molda o caráter, segundo as próprias potencialidades e virtudes do indivíduo na prática do bem. E é só pelo hábito das boas ações que se pode adquirir virtudes, uma vez que as virtudes não são um dom.

Aristóteles afirma que o homem precisa ser treinado na prática do equilíbrio, ponderação, justiça, etc. O homem inicia fazendo o bem diariamente, e este se torna um hábito. Hábito tal que será seu repertório comportamental, e se manifestará em todas as suas atitudes, possibilitando-o de atingir a felicidade. É importante realçar que o desejo do homem pode ser aperfeiçoado pela razão mas que depende da educação para a virtude.

Dizia o filósofo que “por causa do prazer cometemos atos vis, e por causa da dor nos abstemos de ações belas”, e por isso defendia que a educação devia incidir diretamente tanto sobre o prazer sobre quanto sobre a dor. A educação se faz necessária não só por ser a determinante entre desejo e ação, mas porque a marca distintiva do homem virtuoso é sentir prazer na prática das ações virtuosas. Aristóteles propõe que a educação seja feita de maneira a entrar em conformidade com a conduta virtuosa, e não apenas com o agir corretamente. A certa educação deve ser iniciada na infância, quando o indivíduo tem em si mais forte o elemento da imitação, que é a base fundamental da vida social e do ensino, e tal imitar prevalece enquanto dura a aprendizagem ao longo da vida.

Através da experiência, do tempo e do amadurecimento do homem o homem pode desenvolver a virtude por meio da educação. Essa arte se resume a imitar e copiar por muito tempo, como a arte de qualquer pintor ou músico. Portanto, a missão do educador é quanto à formação de valores: a formação dos hábitos, da constância, da perseverança, do uso repetido e do exercício refletido de exemplos a serem seguidos, de ações ponderadas em um percurso que é sempre e inevitavelmente incerto.

Sobre a Virtude

A virtude nada mais é que o hábito das boas ações, é uma qualidade que só se realiza quando se age com justiça, é uma disposição de caráter que determina a escolha de ações e emoções por meio da observância do meio termo em relação a nós. Todos os seres racionais são capazes de encontrar o meio termo, embora seja difícil porque tendemos às paixões e ações contrárias ao meio termo. A razão é a condição para que o homem faça as melhores escolhas, e se habitue às ações virtuosas, mesmo que isso signifique por muitas vezes sacrificar desejos pessoais em prol do coletivo. Na virtude, qualquer excesso ou falta constitui elemento destrutivo, portanto, usando a razão é que o homem pode dosar suas ações em busca do que for melhor. A visrtude é exta porque possui como mediação o meio termo, ou justo-meio.

Sobre o Justo-Meio

Tanto a deficiência quanto o excesso de exercício destroem a força; o alimento e bebida que ultrapassam limites tanto para menos quanto para mais destroem a saúde. Assim, o excesso ou a carência também destroem a virtude.

Para Aristóteles existem dois tipos de virtudes: a virtude intelectual e a virtude moral. A virtude intelectual é adquirida pelo ensino e aprendizagem, sendo reforçada pelo tempo. Já a virtude moral é adquirida pelo hábito e exercício. Somente através da prática podemos nos tornar virtuosos, e é nas relações com os demais que podemos manifestar tais virtudes.

A virtude depende de muito exercício, porque repetindo certos atos o homem acaba por criar uma segunda natureza e passa agir de acordo com ela sem esforço e com prazer, o que se torna uma disposição (e não atividade) para agir da mesma forma no futuro.

Nos termos de Aristóteles, o justo-meio seria aquilo que “não é demais nem muito pouco”, nada mais sendo que a prescrição da ação sensata. O justo-meio é uma virtude que equilibra as situações, obrigando o homem a seguir um caminho que condene ambos os extremos porque são os causadores dos excessos e dos vícios. Quando se trata medida que muda muito e não é única para todos. Aquele que agir segundo o justo-meio será virtuoso, porque entre os vícios poderá escolher a virtude e alcançar a felicidade pessoal. Para tanto, o homem deve ser educado no hábito das virtudes morais e deve fazer dessa aprendizagem um referencial constante em sua vida.

Sobre as Virtudes Morais

O homem deve ser visto como uma parte integrante de um amplo contexto social, por isso todas as ações humanas são de conteúdo moral e são específicas a várias práticas. Todas essas ações devem praticadas não só por parecerem corretas, mas porque

...

Baixar como  txt (15.7 Kb)   pdf (55.5 Kb)   docx (17.8 Kb)  
Continuar por mais 10 páginas »
Disponível apenas no Essays.club