Resenha Sobre Platão

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A Alma e a reminiscência

Para Platão abrigamos em nossos corpos almas, que na qual essas já teriam contemplado as essências, antes de se prender ao corpo. Entretanto ao se unir ao corpo a alma esquece aqueles conhecimentos anteriores, mas os sentidos apreendem objetos que a alma já apreciou e isso permite que ele vá se lembrando das ideias. Assim, o conhecimento é na verdade um reconhecimento.

A escala do conhecimento

Platão descreve na República uma escala que leva ás ideias ou essência através de etapas sucessivas. Então o conhecimento, ou melhor, dizendo o reconhecimento das essências não é feita de forma direta e imediata. Sendo assim a verdade não é dado no inicio ela é obtida depois de passar por todas as etapas. Então a escala parte do mais obscuro e instável conhecimento para a máxima clareza e segurança.

O conhecimento pelo amor

O conhecimento não é apenas uma tarefa intelectual, segundo Platão o amor também é uma tarefa do conhecimento. O amor também estabelece ligações entre o sensível e o inteligível. No Banquete, ele descreve a subida do conhecimento sensível ao inteligível intermediado pelo amor.

A ideia do bem

Para Platão o conceito ou ideia do bem só podia ser alcançado por aqueles que amam a sabedoria. Segundo ele só quem conseguia definir a ideia do bem com o uso de palavras, que conhecia o bem em si.

Platão diz que o bem seria como o sol. Isto é, o sol é a comparação da ideia do bem. Assim como sol ilumina e dá vida ás plantas e aos seres, desse modo o bem ilumina o intelecto do Homem e dá vida a sua existência. O bem é a causa de tudo o que é belo, então é necessário contemplar o bem para conhecer a verdade.

O retrato do filosofo

Nas obras de Platão trazem sempre um perfil de um filosofo com várias faces dos amantes da sabedoria. Cada um com suas ideias e suas particularidades das quais está explicitado o do Fedro que homenageavam ás musas; Teeteto que se distraia das coisas próximas devido a sua alta concentração nas suas investigações; o Fédon que é o Sócrates, que questiona até o fim os significados de viver e morrer e na Republica é o homem que se liberta da caverna das ilusões.

A presença de Platão

O pensamento de Platão marca profundamente os setores da cultura ocidental. Como exemplo a filosofia, a ciência, a religião, a politica, etc. Isso se deve a riqueza de temas que ele abordou em suas obras e também pelo pensar filosófico aberto. Por isso muitos pensadores procuram inspirações e apoio no platonismo mesmo tendo linhas de pensamento opostas.

CRÌTICA

Platão é um dos filósofos gregos mais conhecidos e estudados até os dias atuais, principalmente porque suas obras estão praticamente intactas em relação às dos outros filósofos e também por nos dar acesso aos pensamentos de Sócrates, Heráclito e Parmênides.

As suas obras trazem personagens que abordam diversos temas como a politica, amor, sabedoria, religião entre outros. Vejo então que o pensamento platônico teve importante papel na construção da teologia, da mística e da filosofia cristã; na criação da física matemática e no campo da política ele trouxe as utopias políticas e as propostas de sociedades ideias. Por isso que é correto afirmar que Platão tem uma presença forte em todos os momentos da filosofia ocidental.

A meu ver Platão foi um dos filósofos mais conscientes do modo como a filosofia deveria ser concebida. Com isso, Platão pode ser considerado o inventor da concepção de filosofia: o “amor á sabedoria”. Isto é, aquilo de que ela de fato trata, tendo a filosofia como um rigoroso e sistemático exame dos assuntos éticos, políticos, metafísicos e epistemológicos através de um método distintivo.

Quando Platão, funda sua Academia, que era uma instituição de ensino que tinha o conhecimento como algo vivo e mutável e não como algo a ser decorado e passado adiante penso que as escolas atuais poderiam se inspirar nessa concepção platônica de conhecimento e ensino. Assim as crianças teriam portanto o amor á sabedoria.