O Estoicismo Como Cultura Hegemônica
Por: Carolina234 • 19/3/2018 • 1.731 Palavras (7 Páginas) • 276 Visualizações
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A natureza então, para os juristas de Roma que acataram o pensamento estoico, é princípio primordial e fundamento legítimo do direito, bem acima da vontade humana.
Na passagem da Alta para a Baixa Idade Média, a reforma religiosa foi um dos movimentos de transformação social contribuintes, que interligou em seu interior uma mudança institucional e uma transformação na mentalidade e nos modos de vida.
Gregório VII realizou as principais reformas institucionais, proclamando a ideia de volta às origens, com o intuito de restabelecer a primitiva forma eclesial. Entre os leigos essa reforma produziu ótimas respostas, produzindo inclusive dois movimentos, chamados valdenses e umiliati, que posteriormente tiveram a possibilidade de ingressar na ordem clerical. Os umiliati criaram Ordens de diferenciação em seu movimento, sendo que uma das Ordens recebeu autorização para pregar em toda parte, fato atípico para o tempo. São Francisco criou uma Ordem semelhante em seu movimento.
A partir do século XII, a Europa passou a ter comunicação marítima com outros povos, restabelecendo relações de troca com a Ásia, que expandiu o urbanismo e começou a inaugurar um surto capitalista.
A Igreja começou a se misturar com a classe de nobres, já que um grande número de bispos estavam se tornando donos de feudo. Os burgueses, por outro lado, já estavam a suplantar os poderes da nobreza e do clero em razão dos financiamentos que concediam às despesas destes. Essa união terminou por colocar os burgueses, como observado pelo autor, em um “lugar mediano, entre os clérigos e os camponeses”(p.128), lugar este estabelecido pela Igreja. Não muito tempo depois, os filhos dos burgueses já estavam começando a ocupar as sedes episcopais.
Decorrente das descobertas dos textos clássicos achados nas bibliotecas orientais e nos mosteiros, derivou-se um ressurgimento intelectual, que encontrou base nas universidades criadas, que tinha como inovação a não separação dos homens entre religiosos e não religiosos, onde os leigos eram aqueles que não tinham relação com a universidade. A imagem de pecado também mudou, sendo visto como um ato individual que gera responsabilidades pessoais, e não mais transmissíveis.
A dominação cristã estava em alta, pois expandia-se para fora da Europa, destinava alto poder e autoridade para o papa, possuía tribunais próprios para julgar exclusivamente determinadas causa, além da dominação da educação e das atividades artísticas.
2. SÃO FRANCISCO DE ASSIS
No tempo em que viveu São Francisco, a divisão entre pobres e ricos era muito dizimada, e, tendo ele nascido em uma família de posses, e conhecendo os dois lados desse extremo, revoltou-se com a situação e resolveu partir em favor dos pobres e oprimidos, buscando a palavra de Deus. Desse modo radical, São Francisco pregava que os únicos que teriam acesso ao Reino dos Céus seriam aqueles que estivessem na condição extrema de pobreza, e que inclusive deveriam viver alegres por esse motivo. O santo repugnava inteiramente o dinheiro, que era a principal marca do capitalismo, e pregava o trabalho de forma obrigatória, pois este afastaria o ócio, portanto que não obtivesse recompensa em forma de dinheiro.
Ele também hostilizava a intelectualidade, atributo exclusivo de orgulho e dominação para os detentores do poder, pensamento este que foi se reduzindo com o passar dos anos.
Para São Francisco, todas as criaturas de Deus eram filhos do mesmo Pai, e não só os humanos. Isso se reveste no princípio de fraternidade universal, em que ele protege também os que na época eram rejeitados pela sociedade, que eram os portadores de lepra.
Outro radicalismo foi o que ele usou para designar a perfeita alegria. O santo fervorosamente pregava que a alegria perfeita não viria através do total conhecimento das virtudes que a natureza nos concede, ou da ciência e intelectualidade, mas sim, se depois de muito sofrimento, dor e humilhação, os irmãos humildemente aceitassem felizmente essas condições, com paciência e lembrando sempre dos sofrimentos de Cristo.
São Francisco também se preocupou em se aproximar espiritualmente dos hereges, dos infiéis, e propunha que isso fosse feito de forma fraterna e destituída de debates. Na sua comunidade, igualdade e fraternidade eram fatores essenciais, sendo todos os membros servidores de Jesus.
3. SÃO TOMÁS DE AQUINO
Para São Tomás de Aquino, todas as ciências eram inferiores à teologia, e a filosofia era serva da teologia, assim como a ciência em si. Outra concepção de São Tomás era o absoluto respeito à tradição, melhorando o entendimento e expondo as visões dos autores clássicos, além das Sagradas Escrituras. São Tomás buscou sobretudo explicar a fé pelo uso da razão, usando um método de oposição sistemática de argumentos. Seu pensamento era concordista, e se estabelecia pela técnica das distinções.
São Tomás recomendava a perfeição, mas não a impunha, afirmando que esta podia ser buscada desapegando-se dos bens do mundo.
São Tomás acolhe a ideia se Santo Aberto Magno, onde na razão humana havia uma inclinação natural para o bem, pensamento esse chamado sindérese, que para ele seria a verdadeira lei do nosso intelecto, concluído então que o juízo ético é apenas intelectual, ausente de sentimentos e emoções.
Para São Tomás, a lei é racional e tem por fim próprio o bem comum, podendo ser dividida em eterna natural e humana. A eterna governa todo o universo e é a primordial para
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