Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

CRISTIANISMO E FILOSOFIA – APROXIMAÇÕES E DIVERGÊNCIAS

Por:   •  4/4/2018  •  4.176 Palavras (17 Páginas)  •  390 Visualizações

Página 1 de 17

...

Mas também porque na história elas se divergem, nas concepções, na dialética, nas críticas, seja na razão como no diálogo.

Mas aparentemente ter-se mais divergências do que aproximações, vemos que o que os diverge também os aproxima, com isso cresse que tanto aproxima quanto diverge.

- CRISTIANISMO

Até o Concílio de Niceia, no ano de 325 d.C., igrejas eram incendiadas, cristãos eram caçados e tinham seus bens confiscados. As perseguições se agravaram, sobretudo sob o imperador Diocleciano (cerca de 245-316). Este pretendia reviver a velha cultura pagã, tornando-a religião de Estado. Porém sua política anticristã fracassou e foi abolida pelo sucessor, o imperador Constantino 1º (cerca de 285-337).

No dia 19 de junho de 325, o imperador Constantino interferiu num conflito eclesiástico. Para pacificá-lo, ele convidou os bispos cristãos para um concílio em Niceia, nas proximidades da atual Istambul. A meta desse encontro, de que participaram mais de 300 representantes, não era a imposição do cristianismo como religião estatal, mas sim o estabelecimento de uma paz religiosa, a fim de estabilizar o Império Romano.

Após longos debates, Constantino primeiro aceitou o consenso segundo o qual Deus e Jesus constituiriam uma mesma entidade. Com a assinatura dessa definição pelos religiosos presentes, teve fim a perseguição dos cristãos.

Porém notícias ainda melhores esperavam os adeptos da fé cristã. Pois em 27 de fevereiro de 380 o imperador bizantino Teodósio 1º (347-395) promulgou um decreto declarando o cristianismo religião de Estado e punindo o exercício de cultos pagãos.[2]

O Cristianismo com sua mensagem no evangelho aparece como uma resposta à aspiração grega ao conhecimento perfeito, ao conhecimento da verdade, e à perfeição moral.[3]

O cristianismo sem sombra de dúvida tem sua origem em Jesus de Nazaré, um judeu que viveu e desenvolveu seu ministério num mundo sociopolítico e espiritual de um judaísmo helenizado[4]. A sua vida, palavras, obras refletiam o contexto em que se encontrava.

Com a sua morte, Jesus de Nazaré, foi ideologicamente atribuído a imagem do Messias (hebaico משיח, Māšîªħ), e Cristo, Ungido (no grego Χριστο), sua pregação teve como um ponto nevrálgico “o incondicional amor de Deus por seu povo”.

As condições sociológicas que propiciaram o avanço deste novo movimento dissidente do Judaísmo, foi que a religião greco-romana já não respondia aos novos anseios que perpassavam o homem helênico, o que abria uma lacuna do qual o pensamento cristão encontrou seu sustentáculo: dar uma nova resposta moral e escatológica a um mundo movido pela desilusão e falta de esperança.

1.1 APROXIMAÇÃO DO CRISTIANISMO A FILOSOFIA

“A filosofia exige sempre alguma coisa a mais, exige o eterno, o verdadeiro, frente ao qual mesmo a existência mais sólida é, enquanto tal, o instante afortunado”.

Søren Kierkegaard

A procura pela verdade os faz cada vez mais próximos, pois tanto o cristianismo quanto a filosofia sempre impulsionaram a busca pela verdade e inúmeras disciplinas do saber, quer áreas tecnológicas quer científicas, eles estão a frente de qualquer outro.

A filosofia é na sua essência, no seu cerne a busca pela verdade, e cresse que aqui há um ponto congruente, onde ambos buscam pela mesma matéria, pelo mesmo princípio.

Um ponto crucial para se entender o Cristianismo é a centralidade da figura de Jesus Cristo. Dentre os ensinamentos morais de Jesus mais reconhecidos pelos cristãos, podemos destacar o amor a Deus e o amor ao próximo, algo originário dos dez mandamentos, tendo em vista que os desejos do próprio Deus personificam‐se em Cristo Jesus (Mateus 22. 36‐40):

Mestre, qual é o grande mandamento na lei?/ E Jesus disse‐lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento./ Este é o primeiro e grande mandamento./ E o segundo, semelhantemente a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo./ Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mateus 22, 36‐40).

Em trechos do diário do filosofo dinamarquês Soren Kierkegaad afirma seu interesse em revisar a noção da condição cristã de levar o homem comum a compreender a sublimidade infinita que a mensagem dos Evangelhos oferece (KIERKEGAARD, 1978, p.344-246).

Soren se encontrava imensamente sensibilizado com o estado de alienação do cristianismo de sua época, pois acreditava que se refera a uma mensagem sobre o modo de viver cognoscente[5] do homem, Kierkegaard não se restringe a uma contemporização e mergulho em um solipso processo de estimular o cristianismo questionamentos acerca do homem. Com isso, ele deseja desenvolver uma filosofia da religião direcionada à existência, visto que repudiava a filosofia hegeliana, cujo fundamento se sustentava redução especulativa da existência e na racionalização da fé.

Kierkegaard demonstra acredita que as possibilidades da existência englobam três estados básicos: o estético, o ético e o religioso. E seu desejo era que o indivíduo singular identificasse estas esferas existenciais em seus contextos, com isso possibilidades de mudança.

O propósito final de redirecionar o homem para o estado religioso, o qual apontava para Cristo como modelo reduplicado para a existência, o autor dinamarquês escreve obras pseudônimas, e com elas resgata conceitos do cristianismo que vinham sendo obscurecidos pela cristandade através da igreja dinamarquesa.

Kierkegaard consegue aproximar o cristianismo da filosofia pelo modus operandi do pensar, da reflexão, da análise, de uma fé analítica, sistêmica, pró ativa, incisiva e elucidadora. Não uma fé estática, mas uma produção e execução célere, jamais fantasiosa, porém altamente visual, jamais uma quimera, uma luz, preponderantemente ao alcance.

“A inssossa sabedoria para a qual não há nada de novo sob o sol [...] porque todos os grandes pensamentos já teriam sido pensados [...] essa sabedoria inssossa reproduz tão somente a sabedoria fantástica que ela rejeita”.

Theodor Ardono

Kierkegaard entende que o papel da igreja dinamarquesa era a difusão do cristianismo, mas ao de deparar com o pensamento tremendamente pessimista Shopenhauer, contudo continua a sua filosofia que se choca com Hegel, pois entende que a noção da natureza de um sistema de ciência com

...

Baixar como  txt (28 Kb)   pdf (115.2 Kb)   docx (28.9 Kb)  
Continuar por mais 16 páginas »
Disponível apenas no Essays.club