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A Pedagogia Libertária

Por:   •  17/3/2018  •  1.428 Palavras (6 Páginas)  •  288 Visualizações

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A concepção de castigos na concepção burguesa, punição, servidão, deveria ser trocado pela concepção libertaria, onde meninos e meninas estudam juntos. Ferrer considerava que o cientificismo não era um saber neutro. Aqueles que têm o poder se esforçam por legitimá-lo através de teses científicas.

Os libertários acreditavam que a educação e a profissionalização permitiam construir melhor as formas de luta e resistência dos trabalhadores, esclarecendo seu valor na revolução social. Ate 1920 podemos dizer que a educação libertaria fez mais para a educação operária do que o ensino oficial.

A metodologia destas escolas ressaltava a mistura dos sexos, a convivência diferentes das classes sociais, a formação moral, e o ensino não dogmático, baseado nas ciências naturais, fato que gerou certa crítica pelo caráter enfatizado da teoria positivista. A mudança da sociedade e o propósito da revolução social alimentavam a educação libertária.

As experiências pedagógicas fundadas no pensamento libertário, internacionais ou no Brasil, apresentam características comuns, o fio condutor que possibilita identificar os fatores que orientam a sua práxis. Vejamos, em síntese:

- LIBERDADE: Entendida como meio e fim, a liberdade é essencial a à prática libertária. Não se trata da liberdade em subjetivo ou no sentido liberal, mas da liberdade formada socialmente e adquirida nas lutas sociais.

- ANTIAUTORITARISMO: Fundamental à prática pedagógica libertária, a idéia central e profunda a este conceito é que não é possível combater o autocrático e a opressão presentes no Estado, família, escola, sem que coincidente, se formem homens livres e não se formem homens livres através de métodos autoritários e de controle.

- EDUCAÇÃO INTEGRAL: Os educadores libertários não negam a ciência e o saber qualificado, mas solicitam que antes o processo educativo se concentre na formação plena (dimensões física, intelectual e moral), que não separe o saber do saber fazer, isto é, que não se baseie na divisão entre ação e pensamento (trabalho braçal e intelectual).

- AUTOGESTÃO: A Pedagogia Libertária ressalta que os recursos no processo educacional devem ser controlados e administrados pelos processos propriamente misturados e envolvidos pela comunidade. Isto significa superar a separação Estado/Sociedade e colocar a educação sob controle da sociedade/comunidade.

- AUTONOMIA DO INDIVÍDUO: O processo educativo pedagógico centra-se no educando, com pleno respeito aos estágios do seu desenvolvimento e o estímulo para que ele tome o próprio destino em suas mãos. O educando não é tratado como objeto (meio), mas enquanto sujeito e fim em si mesmo.

- EXEMPLO: A educação libertária pressupõe a busca da coerência entre o falar e o fazer (discurso e ação): os exemplos educam e falam mais do que as palavras, portanto o educador deve estar sempre aberto a aprender, a se educar, a reconhecer os erros e dar o bom exemplo, a ser coerente em relação aos meios e fins. A teoria e prática tratam-se de para além de assumir o pensamento anarquista, ter atitude, uma ética e um modo de ser anarquistas.

- CRÍTICA: O educador libertário é um educador crítico dos conteúdos, dos programas e instituições oficiais, da sociedade e todas as esferas de reprodução de formas de opressão e inclusive, de si mesmo.

- COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE SOCIAL: A Pedagogia Libertária é profundamente engajada, no sentido da crítica às estruturas de dominação e da formação de homens e mulheres capazes de atuarem como críticos e sujeitos ativos pela transformação das suas vidas e do meio social. Nesta perspectiva, não há lugar para a neutralidade da educação e do educador. Uma conseqüência lógica dessa maneira de conceber o processo educativo é o compromisso com os oprimidos, os deserdados.

- SOLIDARIEDADE: Uma educação fundada em critérios solidários, de ajuda mútua, que recusa tanto os prêmios quanto os castigos e, portanto, os processos classificatórios (exames, notas, etc.) e as relações de ensino-aprendizagem fundadas em critérios competitivos.

Para Silvio Gallo o ensinar não é uma ação somente pessoal ou simplesmente coletiva, ensinar é a um só tempo a individuação e coletivização, singularizasão e ampliação, na dobra da singularidade-professor e nas dobras de cada uma das singularidades-aprendizes.

O processo educativo assim pensado permite articular o mais que si mesmo do professor e o mais que si mesmo de cada aprendiz, produzindo um “coletivo-aprendente” que é mais que a soma das singularidades do professor e dos aprendizes. Se não é possível controlar aquilo que cada um aprende, em sua singularidade, o coletivo-aprendente torna-se um lugar de experimentação da liberdade e do pensamento, em relações de solidariedade mútua, abrindo horizontes novos para cada aprendiz, para o professor e para a comunidade. Tudo além de qualquer controle. (citação gallo)

CONCLUSÃO

Concluímos que, a Pedagogia Libertária continua durante o tempo em que o projeto social ligado à tradição anarquista. Ela está presente nas iniciativas de autodidatas e militantes vinculados às lutas sociais, nos centros de cultura que continua aos tempos de repressão política, no campo acadêmico através da ação docente e produção de intelectuais empregados, que se identificam ou simpatizam com o pensamento não critico em experiências afastadas, nas salas de aula de escolas de periferia

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