Resenha Ciber-Cultura-Remix

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Um dos principais expoentes da cibercultura é a arte eletrônica. Essa nova forma do fazer artístico é a expressão de uma lógica recombinante que abusa de processos abertos, coletivos, inacabados. Isso não é nenhuma novidade no mundo da arte. No entanto, a criação artística na cibercultura coloca em sinergia processos interativos, abertos, coletivos e planetários, problematizando as noções de espaço e de tempo, o lugar do espectador e do autor, os limites do corpo e do  humano, as noções de real e de virtual. (LEMOS, 2005, p. 3)

O podcast é um fenômeno mundial de emissões sonoras, e a cada dia mais cresce e coloca em jogo as três leis da cibercultura. O seu nome é uma referência ao “iPod” (tocador de MP3 da Apple) e “broadcasting” (transmissão, sistema de disseminação de informação em larga escala).

O podcast só vem a somar aos diversos formatos broadcasting. Tampouco é o fim do rádio como nós conhecemos hoje, em seus formatos AM e FM. O que estamos vendo é uma reconfiguração midiática em que ambos os formatos permanecem e têm seus nichos de usuários assegurados. Estamos vendo, com os podcast, as três leis em ação: 1. liberação do pólo da emissão (ouvinte produtor), 2. princípio de conexão (distribuição por indexação de sites na rede – RSS - em conexão planetária) e, 3. reconfiguração dos formatos de emissão de conteúdos sonoros (em dois pólos: o “faça você mesmo” a sua rádio; e as rádios massivas criando programas em podcasting, como a BBC). (LEMOS, 2005, pp. 4-5)

Os blogs (audioblogs, fotologs, vlogs) também são fenômenos que tem sua característica na emissão e na reconfiguração dos elementos midiáticos e de suas práticas na produção de informação. A partir da liberação do pólo da emissão, o princípio em rede e a conexão generalizada tem dado vozes à população, o que antes com a mídia clássica de massa não acontecia frequentemente.

Blogs são formas de publicação onde qualquer pessoa pode facilmente dispor e começar a emitir, seja seu diário pessoal, informações jornalísticas, emissões de áudio (os audioblogs) ou vídeos (vlogs8) e fotos (fotolog), etc., sejam de caráter amador, jornalístico, humorista, literário. (LEMOS, 2005, p. 5)

Lemos destaca também o P2P “peer to peer”. Trata-se de um sistema de compartilhamento que possibilita a troca de arquivos de diversos formatos. Nesse fênomeno também vemos a liberação da emissão para disponibilizar arquivos, o que coloca esses arquivos dispovíveis para todo o mundo é o princípio em rede, outra característica é a reconfiguração da indústria fonográfica e de cinema, que são bastante atingidas financeiramente pela distribuição sem limites.

Outro fenômeno da cibercultura são os softwares de código aberto, aqui a característica que destaca é a criação e o compartilhamento planetário de inteligência no desenvolvimento de soluções. Também nesse fenômeno as três leis são utilizadas.

A adoção de softwares livres coloca em questão o monopólio de firmas produtoras de softwares e reforça a cultura do compartilhamento, a cultura “copyleft” que está em oposição à lógica proprietária do copyright que dominou a dinâmica sociocultural dos mass media. (LEMOS, 2005, p. 7)

Em uma sociedade cada vez mais conectada a importância de se analizar os fênomenos midiáticos é também a importância de compreender a nossa realidade e futuro. As mudanças seguem cada mais rápidas, e a instantaneidade e conectividade são as palavras do momento. O texto é de fácil assimilação e carregado de conceitos necessários para estudantes e profissionais de jornalismo que necessitam utilizar e compreender as ferramentas tecnológicas e midiáticas.

Referência Bibliográfica

LEMOS, André. (2005). Ciber-Cultura-Remix. São Paulo.