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Espetacularização das mídias Televisivas

Por:   •  7/4/2018  •  1.432 Palavras (6 Páginas)  •  265 Visualizações

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O SENSACIONALISMO NA TV:

“No fundo, a imprensa sensacional trabalha com as emoções, da mesma forma que os regimes totalitários trabalham com o fanatismo, também de natureza profundamente emocional.”

(MARCONDES FILHO, 1986, p.90).

As noticias apresentadas como show, transformam os fatos sociais em diversão, buscando puramente o esvaziamento da critica do jornalismo. Com ele, realiza-se o ato de omitir, de preencher o tempo com nada, de concretizar o esvaziamento cultural.

“[...] o tempo é algo extremamente raro na televisão. E se minutos tão preciosos são empregados para dizer coisas tão fúteis, é que essas coisas tão fúteis são de fato muito importantes na medida em que ocupam coisas preciosas”

(BORDIEU, 1977.p.23).

O ESPETÁCULO COMO FORMA DE ENTRETER

“Movida por essa ideologia de entreter para conquistar maiores níveis de audiência e faturamento, a televisão privilegia a forma de espetáculo”

(REZENDE, 2000,p.35)

Com a crescente disseminação do sensacional e com a tendência de tornar as peculiaridades da vida privada relevantes ao conhecimento social, esse tipo de entretenimento apresentados como “show”, tem espaço cada vez maior dentro da comunicação, artes, literatura e até mesmo igrejas. A constante invasão nas mais variadas áreas da nossa sociedade pela indústria do entretenimento, pode ser considerada um dos maiores fenômenos da era pós-moderna. As pessoas começaram a assumir espaços que não são seus e os verdadeiros papéis se tornaram espetáculos para meios de comunicação. A vida humana tem fornecido os mais variados contextos para a dramaturgia e tem obtido grande sucesso entre os mais variados públicos.

“Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação”

(DEBORD,1977,p.13)

Os programas em que sem exploram os elementos do espetáculo e do sensacionalismo nesse sentido, promovem esse modelo de fácil vendagem e influenciam o esvaziamento dos espaços de critica, de contextualização e de reflexão para os receptores. No momento em que julgam sem analisar o momento histórico, a origem dos problemas e dos indivíduos envolvidos, estimulam o julgamento infundado e vazio de argumentos.

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ESPETACULARIZAÇÃO DA VIOLENCIA EM TELEJORNAIS BRASILEIROS.

Os programas vespertinos voltados à veiculação de noticias policiais e tragédias do cotidiano, como Brasil Urgente (TV Bandeirantes) e o Cidade Alerta (TV Record) são a personificação da espetacularização da violência.

O foco desses programas são tiroteios, perseguições policiais, desastres, acidentes de todos os tipos, incêndios e outras noticiam trágicas que podem ser facilmente espetacularizados e aceitos pelo público alvo. E todas às vezes onde são colocadas, exploram de forma exacerbada a privacidade dos indivíduos envolvidos, não se preocupando como a forma de noticiar e sim com a audiência que alcançam a partir do momento que expõem de forma espetacular vidas e noticias.

Nesse caso, é tratado como jornalismo “justiceiro”, a atenção despendida a um fenômeno leva ao exagero da cobertura, textos e elementos que podem alterar o sentido real do fato, são utilizados para tornar a noticia agressiva, impactante, a ponto de torná-la um apelo emocional.

Esses noticiários, conduzidos por José Luiz Datena ( Brasil Urgente) e Marcelo Rezende (Cidade Alerta) atribuem a carga emotiva e apelativa para mostrar recortes da realidade do cotidiano corriqueiro da sociedade, mas de forma apelativa e exagerada da violência nas metrópoles. Utilização de frases como: “de amigo pra amigo” e “vamos ter uma conversa” são na verdade, uma forma de conquistar a confiança de seu público, como se naquele momento, eles estivessem levando não só a informação, mas também a compreensão dos sentimentos ali envolvidos de forma apelativa. Esses artifícios utilizados pelos apresentadores impossibilita caracterização do programa como jornalístico. Aproxima-se a um show espetáculo, onde chamar e prender a atenção são o objetivo.

A audiência desses programas, na maioria dos casos é elevada. A valorização e especulação quanto á vida dos envolvidos nos casos, bem como a exposição de cenas fortes e evasivas, evidentemente não fazem parte das atribuições jornalísticas.

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CONCLUSÃO

O uso das mídias para espetacularizar a violência não é um efeito colateral a ser evitado, mas sim analisado, colocar o seu uso no cotidiano de acordo com necessidades na sociedade de forma ponderada.

Todo o dia se convive com diverso tipo de violência, cabe a nós saber lidar com a informação vinculada a essa noticia. Não se pode acreditar que o único caminho a ser seguido é tornar esse tipo de mídia predominante no cotidiano.

Em contrapartida, podemos também analisar que se há esse tipo de mídia e cada vez maior e mais presente nas casas brasileiras, o objetivo está sendo alcançado. É cômodo e fácil levar esse tipo de noticia, mas informar de fato e concretizar o real papel da mídia são uma contradição na espetacularização.

REFERENCIAS

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