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Consumo Estético e a Produção da Identidade Feminina

Por:   •  3/3/2018  •  9.651 Palavras (39 Páginas)  •  277 Visualizações

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É que o merecedor da láurea doa algo (a demonstração de uma realização humana admirável) à comunidade e desta recebe uma recompensa, uma honraria. A troca é simbólica porque “resolve” (extermina) as pressões históricas do grupo social referentes a valor de uso, objetos e comportamentos, valor de troca de mercadorias, convenções meramente práticas, etc. O premiado é ao mesmo tempo real e imaginário, ou seja, ele existe objetivamente dentro do grupo, é um ser humano como os outros, mas habita também a esfera do que se imagina, se sonha ou se deseja. (PAIVA, 2007, p.14)

Há uma comparação da troca de um carro com um lápis, em que a troca simbólica se faz acima do valor material e monetário, assegurando que o simbólico não é “contado” financeiramente e sim no simbólico. Com ou sem o envolvimento de dinheiro, o valor simbólico dos dois objetos se igualam.

Para o campo profissional da comunicação o agir simbólico é importante, pois vem atuando na formação de bens e de pensar, a criação de padrões se faz através do simbólico, do imagético, da semiótica e da produção de sentidos.

Como é possível conseguir um corpo perfeito? Aderir a moda e seguir uma dieta radical? Pode-se notar que esses questionamentos são necessários para uma primeira impressão do que seria considerada cultura de massa e como a mulher é inserida nesse contexto através de práticas e reflexos da mídia.

- Conceito de Beleza

Apesar de ser uma tarefa difícil, ou pensando pelo lado racional, quase impossível, é complicado rotular a beleza no mundo contemporâneo, pela sua subjetividade e pela sua face mítica. A maioria das mulheres do planeta vivem para ter um corpo perfeito e a beleza em alta. Ocorre um massacre humano onde seus ideais são limitados e focados para algo que não foi criado por elas e sim por uma mídia que impõe regras ditatoriais da indústria de beleza. Para chegar no melhor resultado muitas tentativas radicais são exigidas: dietas exageradas e até cirurgias plásticas. O conceito de mulher mudou, não mais uma dona-de-casa que cuida do lar, filhos e marido, que organiza tudo e conhece todas as marcas de sabão em pó, hoje, ainda são mães, esposas e donas de casas, mas a face da história mudou apesar da mulher estar mais antenada e independente está mais desejável e vulnerável a mídia.

As cobranças se iniciam por elas mesmas, o cuidado com o corpo e com a saúde tem se tornado cada vez mais fundamental, porém, o vício se tornou excessivo, BOHM afirma que essas práticas têm desgastado o íntimo da mulher com ela mesma, à procura de um corpo que não é seu e por uma imagem que nunca vai se tornar real:

“O padrão estético de beleza atual, perseguido pelas mulheres, é representado imageticamente pelas modelos esquálidas das passarelas e páginas de revistas segmentadas, por vezes longe de representar saúde, mas que sugerem satisfação e realização pessoal e, principalmente, aludem à eterna juventude” (BOHM, 2004, p.19).

Estudando a beleza na arte, pode-se compreender que é composta por três tipos / estilos que são analisadas por Platão na Antiguidade: A arte da beleza estética, a arte da beleza moral e a arte da beleza espiritual. Na arte da beleza estética é tudo aquilo que se agrada no ver e ouvir; na moral, tudo aquilo que está na bondade que é colocado em prática aos poucos e a espiritual é aquilo que nos faz sentir bem e nos faz promover ações de compaixão com as outras pessoas.

Citando PESSANHA, Platão, um renomado filósofo da antiguidade de uma linhagem nobre, nascido em Atenas em 428-7 a.C., seguidor de Sócrates e mestre de Aristóteles. Sempre utilizando a sabedoria para completar sobre as práticas da sociedade, Platão, tinha o poder de abordar sobre os mais diversos temas com uma riqueza de ideias, em suas mais diversas obras, aborda sobre política, ética, metafísica e teoria do conhecimento. Aborda que o belo só existe nas coisas boas, já confirmando existir padrões “ideais” do belo na antiguidade quando de forma estética apreciavam as esculturas por suas formas físicas incluindo o lado mais sensitivo a forma humana (1991).

Introduzir a mulher do séc. XXI neste artigo não é uma tarefa fácil, contando ainda com sua trajetória e principais acontecimentos na história, é viver e perceber a principal mudança: O crescimento e a mudança do sexo frágil. Nossa sociedade continua em frenesi, estimulando o consumo exacerbado, e mulheres, de todas as classes, raças, estilos e crenças são atingidas. À procura de uma mulher esteticamente perfeita, mudanças são tragas à tona diariamente, de acordo com MARY DEL PRIORE, aborda em seu livro Corpo a corpo com a mulher:

O ideal já foi, também, avançando nos anos, o estilo “ Garota de Ipanema”: estatura média, corpo roliço, muito busto, muito quadril, e cabelos preto e lisos (Veja, 1969). Ou o padrão específico dos costureiros, do início da década de 70, da mulher alta, sadia, exuberante, pele sempre queimada, pernas longas, corpo flexível e dedos compridos (Veja, 1969). Hoje o ideal a ser seguido é o do corpo (magro e malhado, mas sem músculos, barriga “seca”, coxas definidas e duras e seios firmes) apresentado e legitimado pela mídia. A identidade do corpo feminino “corresponde ao equilíbrio entre a tríade beleza-saúde-juventude” (PRIORE, 2000 p.14)

A dona de casa prendada que se dedica fielmente ao marido e aos filhos, cuidando da casa hoje é uma mulher independente, forte e inteligente, tatuada na sociedade através de selos, como: sexy, vaidosa e exuberante.

O conceito de beleza é algo muito subjetivo, cada canto do mundo tem suas musas enquadradas nos padrões escolhidos pela sociedade, incluindo também ao longo dos anos, este é muito influenciado pela moda e outros casos fatores culturais e sociais. Há pessoas que glorificam a beleza pelo porte físico e outras que levam para o lado mais da emoção e prefira a beleza interior. Mas ambos os casos são essenciais quando se fala não só do que somos, mas também do que fazer para adquirir o resultado esperado. As vezes coisas simples como corte de cabelo, que é tendência do ano ou uma nova roupa e maquiagem, em outro lado pode até chegar ao radicalismo, com dietas emagrecedoras, tratamentos psicológicos e cirurgias estéticas.

No mundo globalizado em que os indivíduos vivem é muito comum não gostar de alguma parte do corpo, ou grande parte dele, a ponto de querer modifica-lo. As indústrias da beleza a partir destes questionamentos aproveitam o feedback para realizar a parte de persuasão e induzir a parte perfeita: A Transformação com o uso de

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