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A Cultura e Hegemonia

Por:   •  24/12/2018  •  1.323 Palavras (6 Páginas)  •  482 Visualizações

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Para Gramsci (1989, p.36), “[...] a luta cultural para transformar a mentalidade popular e divulgar as inovações filosóficas se revelam historicamente verdadeiras, na medida em que se tornam concretamente, isto é, histórica e socialmente universais.” Ao conceito de cultura relaciona-se a compreensão do senso comum que ocorre em direção oposta àquilo que se chama de consciência filosófica ou concepção científica de mundo. Segundo o 4 autor, o conceito de cultura é inicialmente concebido como um bem universal, com acesso às ordens de classe, pois se trata da difusão da cultura enquanto ação política, com finalidade de promover a autonomia intelectual, constituindo se na disciplina, na organização da cultura, eixos de produção intelectual e intervenção política. Inspirado na passagem de Novalis (1772-1801), “[...] sem uma perfeita compreensão de nós mesmos, não poderemos compreender os outros”, Gramsci (2004, p. 56), reflete sobre o seu conceito de cultura, afirmando “[...] conhecer-te a ti mesmo significa ser si mesmo”. Tal premissa pressupõe o conhecimento do outro, ser meio, equivalendo aos esforços conjugados para elaborar e formar uma consciência e, assim, retomar a história, reinterpretá-la e libertar-se dos dogmas. Para o autor, portanto, cultura envolve a organização do próprio eu, apropriação da própria personalidade e conquista da consciência superior, pois, somente dessa maneira, o sujeito começa a compreender seu valor histórico, sua função na vida, seus direitos e deveres. No entanto, nada disso se faz por evolução espontânea, “[...] o gênero humano se diferencia do animal por apropriar-se da natureza, estabelecendo uma relação indireta, mediatizada, inicialmente, pelo instrumento e pelas práticas produtivas.” (LEONTIEV, 1978, p.76). Esta perspectiva confirma o pressuposto de Gramsci (2004, p.58) do homem como “criação histórica e não natureza”. Somente por meio deste processo histórico a humanidade estabelece e conquista o direito de viver independente dos esquemas da minoria, afirmadas historicamente, num momento anterior. Assim, a formação da consciência decorre da reflexão inteligente, primeiro de alguns e depois abrangendo toda uma classe, como parte do processo de reconstrução social. A revolução ou processo de transformação é precedido de um continuado trabalho de crítica, de penetração cultural, de construção de idéias.

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